Filhos e separação: quem você “deixa”?
Se você teve responsabilidade e prazer para fazer um filho e colocá-lo no mundo tenha uma certeza simples: a sua responsabilidade de amar, respeitar, zelar e ser mãe ou pai não se extingue com a maturidade, com o sucesso profissional, financeiro, com a colação de grau de seu filho, nem mesmo com seu casamento.
Filhos são para sempre e é por isso que eles devem ser planejados e, de preferência, nascerem do amor de um casal que possui afinidades psíquicas, morais e espirituais, entre pessoas afins, equilibradas e maduras o suficiente para saber que, uma vez colocados no mundo, os rebentos são uma eterna responsabilidade, não um fardo.
A responsabilidade dos pais consiste em amar, apoiar, acarinhar, proteger, admirar, e incentivar seus filhos da infância à velhice, do filho é claro, afinal bons pais são pais até quando a senilidade lhes debilita, um filho nunca deixa de ser um filho, ele pode ser uma criança que cresceu, mas não deixou de precisar da demonstração de amor dos seus pais.
Se acaso um dia você se separe da mãe de seu filho, compreenda que não é dele que você esta se divorciando, não é ele que você esta abandonando, trocando ou, apenas, deixando de lado porque seus objetivos e forma de pensar a vida mudaram. A separação entre casais é compreensível e, não raras vezes, ainda que existam filhos, é necessária.
Duas pessoas infelizes, que não se tratam com carinho, que não se admiram e nem se amam mais, com o passar do tempo instalam um clima de beligerância doméstica, e criança alguma merece viver em meio a um ambiente de frustrações, cobranças e arrependimentos criado pela infelicidade amorosa dos pais. Então, tão relevante quanto saber amar, saber desistir é saber como e a quem “desamar”.
A separação é um rompimento de vinculo matrimonial, não matriarcal ou patriarcal. Filhos são eternas crianças a espera de um carinho, de um abraço, de um olhar de compreensão, de um gesto de apoio, não compreender isso ou ignorar tal fato é uma forma injusta de romper um vinculo afetivo com quem não merece, com quem nada fez para ser deixado de lado, ignorado e, aparentemente, esquecido. E, outra verdade simples, mas que vale a pena ser lembrada, é a seguinte: sem convívio, sem diálogo, sem atenção e com afastamento, a transparência e a confiança inerentes ao amor entre pai e filho se esvaem, fica o “instinto” de bem querer, e não a admiração e o carinho autênticos, o que é lamentavelmente triste e, com o decurso do tempo, praticamente irremediável.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de outubro de 2011.
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