Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Problemáticos.

Problemáticos.

Eu já tive uma fase problemática. Na verdade, o suprassumo do ser problemático é a autodestruição. Aquela fase em que a pessoa se imerge nela mesma e, meio sem fé, não acha solução para sua vida e se entrega ao que, sabe, não faz bem.
Fuma, bebe, mistura remédios com álcool, sai à noite imoderadamente, e, em alguns casos, recorre a drogas ilícitas e fere a si mesmo. Acredite, tem de tudo neste mundo. Eu, sempre notei algo: pessoas em má fase psíquica e emocional emanam uma energia que repele as pessoas.
Pessoas deprimidas, por exemplo, são as que mais precisam de atenção e amor, mas, não raras vezes sua auto piedade é tamanha, que ninguém consegue sentir-se bem ao seu lado. As pessoas lhe suportam, mas não curtem a sua companhia.
Enfim, acabei de assistir a um filme denso, muito denso, chamado “Cisne Negro”. É um filme que instiga alguma curiosidade, mas não deixa nenhuma lição muito plausível, se não uma: pessoas borderline, psicóticas e afins precisam de tratamento ou, não importa o seu talento, elas terminarão mal. Por sua própria vontade.
Dizem que toda pessoa com vocação artística é problemática. Sei lá, eu acho que o auge da sabedoria é conseguir simplificar a vida, é aceitar o que ocorre com o máximo de bom humor possível e não ter demasiada pena de si mesmo.
Se você está no auge, está conseguindo quase tudo o que deseja, me responda: o que justifica a sua raiva de si mesmo? O marido não lhe quis? A mãe a domina? O pai é chato? A namorada é ciumenta? Simples, você não é grudado neles. Aja! Suma, separe!
Existiram inúmeros artistas que se autodestruíam na fase em que a AIDS era popular e a camisinha não, outros se terminaram na inconsequência das drogas, álcool e da promiscuidade que surge como consequência de tais excessos.
Ótimo, mas muitos outros conseguem viver bem, muitos outros, como qualquer outro ser humano de criatividade parca ou anônimo, fuma, transa, dorme, come e usa tudo o que pode dentro de certa normalidade. Ou de uma anormalidade não perniciosa, no máximo.
Eu gosto de gente que gosta de si. Eu gosto de gente que se resolve, que cresce, que deixa de ser um adolescente que se sente vitima da humanidade injusta, eu gosto de quem assume a responsabilidade pelos seus atos e que escolhe a felicidade e não a tristeza.
Simplifique! Ser feliz é uma questão de escolha. O mesmo fato que lhe frustra, pode lhe fazer crescer. Quanto àquilo que lhe macula a alegria? Desde que você esteja vivo e com saúde, poderá dele se desvencilhar.
A minha frase de ordem é “não reclamar do que a gente permite”. Não reclame do marido se está ao seu lado, não reclame dos pais, se mora com eles, não reclame do salário, se você aceitou o emprego.
Enfim, por uma vida com menos reclamações, auto piedade, pedantismo, vitimismo e reclamações. Sou por uma vida de gente bem resolvida, altruísta e que, artista ou não, privilegia seu equilíbrio psíquico, ainda que precise procurar ajuda médica. Sou a favor de quem, mesmo com motivos para ser infeliz, busca melhorar, busca se aprimorar, busca sorrir, busca a luz e não o escuro.
Ou daqueles que, infelizes, se matam, são objetivos, agora gente que não é decidido nem para bem viver nem para mal morrer e fica só, fazendo volume no mundo e chateando quem lhe ama, eu não curto. Franqueza a parte, mas a vida requer que a gente tome posições, ficar em cima do muro e incomodando quem lhe preza é covardia.
Eu gosto de complexidade, eu gosto de tentar compreender pessoas difíceis e complicadas, mas já passei da fase de "insistir" nelas, de desejar salvá-las, de me encantar por elas. Primeiro, não sou graduada para tanto, segundo, as pessoas só se "curam" quando desejam. Todo ser humano é um pouco louco, só que eu prefiro os loucos felizes. Loucos tristes me fazem mal, infelizmente. 

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de outubro de 2014.

Certamente incerto.

Certamente incerto.

E a vida passa, os dias passam e a gente conclui que o que existe de melhor não se explica, se sente. E a gente aprende que tem que tentar, que nada que seja afetivo e realmente bom é um cálculo matemático. Dois mais dois não é quatro. Sem certezas, sem contratos, sem contas.
A vida é uma estrada em que o caminho é mais importante do que o destino, porque a gente não conhece o seu fim. Portanto, ouse, viva, sinta e usufrua do inexplicável, do inesperado, do incerto, porque viver bem é lidar com incertezas, em que pese tenhamos esperança e fé no que sentimos e desejamos para nós: amor, união, riso, alegria, realizações e mais, mais amor! Amor sempre, amor constante.
Uma vida longa e realizada enquanto o amor durar. Se for “pra sempre”, será, se não, terá valido a pena. O homem apaixonado, o homem que ama, consegue ir além da vã natureza humana.
O amor enobrece a alma, o amor nos aproxima do que existe de melhor neste universo, pode ser de Deus, para quem nele crê, ou da sabedoria e paz de espirito, pura e simplesmente!
O amor nos torna melhores do que somos, nos conecta a alma do outro e, portanto, nos torna mais do que meros humanos, nos faz especiais dentre os “normais”. Não carece ser eterno, porque a eternidade deste sentimento perdura enquanto ele existir. Mas, cá entre nós, melhor será quando for sempre e pra sempre.
Todavia, na ausência de garantias acerca do amanha, vamos usufruir o hoje, vamos ser felizes, vamos tentar fazer dar certo no hoje, porque quem quer, consegue, quem ama, tenta e quem tenta, tende a conseguir. Se não conseguir, ao menos tentou. Experiência gera aprendizado, aprendizado gera sabedoria e sabedoria nunca é demais. Assim como o amor! O amor não peca pelo excesso nunca. Só pela falta.  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de outubro de 2014.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Bons?

Bons?

Qual será o limite da bondade dos bons? Qual será o limite da maldade dos bons? Partindo do pressuposto de que todo ser humano é bom, mas possui características ruins em seu ser, vejamos: o cidadão tenta corromper policial em blitz ou com dinheiro, ou a mulher com seu charme, chega época de declaração de imposto de renda a maioria sonega.
Lei seca? “É para os outros, a gente bebe, dirige e não faz nada errado”. Sim, aham! Baixar música da internet. Ah, claro que pode, você não quer o álbum inteiro, só uma música em especial!! E filmes e dvds? Os originais são caros demais, então a gente compra os piratas. Tem quem compre produto mais barato ciente de sua origem ilícita, inclusive.
O ser humano, e não olvidemos de nossas raízes históricas brasileiras como bem asseverou Sergio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”, tem em si a gana por lucro sem muito esforço, a gana pelo funcionalismo público, tem aquele “jeitinho” que deixa as coisas para a ultima hora e, não conseguindo vencê-las, “inventa”, “remenda”.
Se os impostos são caros? Sim, mas não nos daremos o trabalho de questionar, de se organizar e fazer algo para mudar (céus, isso cansa!), vamos dar um jeito de não pagá-los. E este é o nosso “protesto”. Só se fala em politica em época de eleição, no resto do ano nós “odiamos politica”.
Será que as pessoas em geral, tem tanta moral para as criticas a corrupção que tanto fazem? Será que, no lugar de quem emerge ao poder, seriam tão diferentes? Será que nós não olhamos demais para fora e pouco para nós mesmos, para nossos atos e para a nossa própria vileza?
Que tal analisarmos a nossa própria moralidade, que tal protestarmos de forma coerente, justa e licita? Quando isso ocorrer, além de admirada eu irei ter mais fé na mudança do País, porque enquanto o jogar “pedra na Geni” for regra e o analisar o meu “eu santificado” for exceção, sinceramente, vai ser tudo meio igual no mundo dos desprivilegiados econômica e socialmente.


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de outubro de 2014.

Surpreenda-se!

Surpreenda-se!

Algumas pessoas são surpreendentes! De regra, superficialmente, podem chamar a atenção pela beleza, postura, aparência, enfim. Mas, quando lhes demos ouvidos, nos surpreendemos com sua forma de pensar, com suas opiniões e, principalmente, história de vida.
Conceber conceitos prévios sobre as pessoas que não conhecemos profundamente não é crime contra ela, é contra nós mesmos. Quem perde boas surpresas somos nós, quem demonstra empáfia e arrogância somos nós.
Você tem o direito de não gostar de alguém, tem o direito de se ofender, mas não tem o direito de julgar sem conhecer, sem conversar, sem ir a fundo à essência e não resignar-se com a superficialidade da aparência. Na verdade, isso indicia superficialidade sua, simplesmente. Afinal, quem julga pela aparência e ousa taxar o outro de fútil ou tolo, é, na verdade, fútil e tolo!
Pessoas humildes e profundas sabem que só se conhece algo ou alguém indo a fundo. Assim como para formar opiniões a respeito de assuntos você precisa pesquisar, estudar e se informar, para ter opinião acerca da moral ou intelecto de alguém você precisa conhecê-lo.
Não se julga, em hipótese alguma, um livro pela capa. Uma pessoa é e sempre será muito mais do que ela aparenta ser. E pode ser um “mais” de “melhor” ou de “pior”. Cabe a você desvelar.
Permita-se surpreender-se, permita-se superar a “primeira impressão”, permita-se ir além do óbvio, permita-se ir além do que a “maioria” vê, permita-se superar ideias preconcebidas, conservadoras e estigmatizadoras. Conheça, pense e, então, conclua, vá além! Surpreenda-se!
E, nunca esqueça, que mesmo conhecendo, as suas conclusões não são definitivas, porque nada sobre a terra é definitivo, é permanente. Hoje você julga de determinada forma, amanha muda de opiniões, e, o que antes era feio, passará a ser belo, porque, antes de qualquer coisa, quando você “julga” e tira conclusões, elas estão mais inquinadas de você mesmo do que do outro. Aceite a mudança e, sobretudo, mude seus paradigmas!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de outubro de 2014.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Polêmico.

Polêmico.

Em virtude da referência feita pela presidente eleita a Jean Wyllys, inúmeras pessoas aderiram ao #jeanwyllysnaomerepresenta. Ignoram que ele não assumiu um “cargo”, apenas foi elogiado pela presidente. Questiono-me, porém se essas pessoas seriam, então, representadas pelo Marco Feliciano e sua toda corja de hipócritas fanáticos que ele e outros representam?Não sou uma fã inconteste do Jean, na verdade não sou "fã de ser fã" de quem não conheço pessoal e intimamente, todavia, não tenho ideias que colidem muito com as dele. Tenho minha fé, mas acho que está na hora dos religiosos acordarem e desistirem do eterno "tapar o sol com a peneira". Sou uma combatente da hipocrisia. Uma combativa lutadora contra a hipocrisia, diga-se de passagem.
Sou a favor do casamento entre homossexuais, legalização do aborto, descriminalização do uso de maconha e ainda não sei se sou contra a redução da menoridade penal. Isso, confesso, preciso estudar com afinco, preciso conversar com pessoas inteligentes, informadas e de “mente aberta” para formar minha opinião.
Vivemos numa sociedade onde a maioria faz o que ela mesma taxa como errado. Em público, não entre quatro paredes, é claro. Abortar escondido? Meninas ricas abortam. Ninguém fica sabendo. E o fazem em segurança, diga-se de passagem. São as pobres que podem responder a processo criminal, as abastadas não são descobertas.
As pobres morrem por complicações, as mais abonadas não. Eu não abortaria, mas sou a favor da vida da mulher e de sua liberdade de escolha, portanto, não anuo com a criminalização de tal conduta criminosa. Fumar maconha escondido pode, ter relações homossexuais escondidas (até mesmo da esposa!), pode, mas colocar tudo às claras, ah, daí é “anticristão".
Eu nunca, sequer provei maconha. Ainda que legalizarem, não o farei. O brasileiro, o ser humano, na verdade, não costuma deixar de fazer algo, porque é crime. Não por menos as pessoas sonegam impostos, dirigem alcoolizadas, baixam musica da internet, compram dvd e cds piratas. Criminalizar condutas não coíbe atos, educar e moralizar sim.
E a tal da “cura gay”? É o cumulo da ignorância! "Viva e deixe viver", sociedade hipócrita! Se opção sexual for doença, ótimo! Vou tentar a "cura hetero", porque é difícil encontrar um homem leal, inteligente e, sobretudo, que tenha culhões para assumir o que pensa (e saber expressar-se, além de tudo).
Ah, eu estou precisando curar esse meu heterossexualismo medonho! Está faltando respeito, está faltando a igreja se afastar das leis, porque esse moralismo não leva a nada, essa coisa de “moral e bons costumes” só serve para demagogos cristãos criticarem quem eles não compreendem, não aceitam e não respeitam, ignorando a individualidade de cada pessoa e, mais, a igualdade de todos perante nossa Constituição Federal.
Não aborte, não se case com gays, não fume maconha, não cometa ilícitos, mas, por favor, não seja medíocre, não seja chato. Tenha moral, tenha respeito, não seja um moralista purgante. Respeite e seja respeitado. Cuide da sua vida, das suas falhas morais, dos seus pequenos e cotidianos ilícitos e da sua sexualidade, deixe que das suas, os outros cuidam. Vá ser feliz e chega de intolerância!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de outubro de 2014.

Com Deus?

Com Deus?

Acreditar em Deus ainda é o melhor mote humano diante da própria insignificância e solidão. As pessoas precisam crer num ser superior, porque elas são educadas de forma a duvidar de si mesmas, de sua energia, do poder da própria mente e essência.
É preciso, para a maior parte dos seres humanos, crer em algo superior para não enlouquecer. A religião, ao mesmo tempo em que pode influenciar o homem a ser alguém melhor, faz com que o ser humano, acreditando no perdão divino, não amargue culpa necessária pelos seus erros, de forma a agirem melhor no futuro, vez que, orando antes de adormecer, amanhecem tranquilos, por que Deus lhes perdoou.
Eu gosto de pessoas boas. Não importa se elas são católicas, evangélicas, kardecistas, budistas, umbandistas ou ateias. Por outro lado, se você acha que é melhor do que os outros, se desvia do olhar alheio para analisar suas roupas, se você trai a confiança de quem lhe ama, se você não respeita a liberdade alheia, então, você pode ir ajoelhado até o vaticano, para mim você não é bom, é isto sim, mais um hipócrita vagando neste vasto mundo.
Um hipócrita que vai a missa nos domingos e na segunda flerta com outra mulher, esquecendo que jura amor a outra, que vai a igreja pedir para casar com um marido rico, que fala pelas costas de todos que lhe dão uma imerecida confiança. Enfim, pra mim você é nada.
Você que acha que só a sua crença religiosa salva, um aviso: Jesus Cristo, grande filósofo, além de tudo, nunca impôs seu pensamento ao outro. Antes de achar que você é melhor por seguir tal crença, enfim, não se esqueça de ser humilde e que sem humildade, até um santo, deixa de ser santo. Já que você costuma crer em santidades, é claro.
Não menosprezar os outros, valorizar a essência mais do que a aparência, ter compaixão e empatia, ser humilde e caridoso, não fazer ao outro o que dele não se espera! Esses são preceitos que até mesmo alguns ateus seguem e pessoas crédulas não, só pregam moral de cueca. São as antinomias da vida. Quem vive, vê.
Jesus Cristo lavou os pés de uma prostituta, conta-nos a história. E você que vai toda semana à “santa igreja” e olha uma pessoa de cor morena, mal vestida e simplória com simpatia diversa da que dedica aos belos e arrumados?
E você que julga sem conhecer, e você que atribui a outros adjetivos pejorativos como se eles coubessem em suas ideias, como se seres humanos pudessem ser caracterizados por palavras, como se, mais do que seus atos e pensamentos, eles não fossem os pequenos detalhes que apresentam ao mundo diariamente?
Então, você, crédulo, você católico, você espirita, você que lê a bíblia, que ora, que tem pudores, você é aquele que julga? Você se deu ao direito de se sentir além dos seus semelhantes. E eu lamento isso, você é tão ou mais pecador do que aqueles que em divindade alguma creem, mas que agem de forma correta, mesmo sem precisar seguir uma doutrina, uma religião e um livro religioso.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de outubro de 2014.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ledo engano


Ledo engano!

Sei lá, definitivamente eu não sou o tipo mais “liberal” de balzaquiana. “Todavia, porém, contudo”, não sou ignorante. Não acho que seja um ato, uma loucura, uma noite que defina a forma com que a relação vai seguir adiante.
Para quem pensa assim, eu diria que até “acompanhantes” conseguem fazer-se de santas para, em não cedendo à atração e instintos naturais, demorar meses para transar com o sujeito e tornarem-se suas “namoradinhas” decentes e, quiçá, esposas perfeitas.
Prefiro acreditar que o ser humano não é tão limitado, como diria Raul Seixas. Para mim, homens e mulheres não podem ser definidos por uma noite, um jantar ou semanas de convívio. As pessoas são a franqueza no olhar, a sinceridade das palavras, o suor que derramam, a honestidade no trabalho, a inteligência com que pensam, a autenticidade do que sentem, a alegria com que sorriem.
Logo, estabelecer prazo para sexo é só mais uma forma de gente imbecil ser iludida. A questão, no entanto, é ter ciência de que “beijos não são contratos”, é saber que tudo é um risco, pode virar um namoro se ambos tiverem mais afinidades psíquicas e mentais do que físicas, como pode não passar de uma noite.
Sei lá, eu acho que pensar não custa e, se lhe for impossível pensar, por favor, não fique aficionado pelo ilustre desconhecido ou vice e versa, neste e em qualquer quesito, o que mais vale é a reciprocidade, porque ficar e achar que está namorando é de ultima! Coisa de gente sem autoestima e equilíbrio psíquico. Ser adulto é tornar-se responsável pelos resultados de suas ações, mais, é assumi-los com bom humor, sejam eles quais forem.
Agora, por favor, sem estigmas, sem preconceitos, embora se saiba que a sociedade em geral é machista, mas não custa olhar para os lados e ver a quantidade de homens casados com “damas” que os traem com qualquer um, certo?! Machos se enganam, capiche?

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de outubro de 2014.

Amada coragem!

Amada coragem!

Todos tememos nos desapontar, chorar e ficarmos tristes. Todavia, confiança em nos mesmos, na nossa intuição, instinto e sentimentos fazem parte de uma personalidade corajosa.
Portanto, é essencial para ser feliz ter mais fé no bem e na alegria do que na possibilidade de frustrar-se com algo ou alguém. Certo, mesmo é só a morte, ser feliz ou infeliz. antes de qualquer coisa. é uma escolha.
Ah, o amor! Todos estão dele necessitados. É muito faz de conta, muita conveniência, muita hipocrisia, muito romance de madrugadas, muito "ficar" e pouco "estar". Amor! O que existe de mais maravilhoso, puro, doce e perfeito nesta vida. Nem todos sabem amar, nem todos conhecem o amor e nem todos o merecem, mas todos dele precisam.
Quem tem medo de amar e de desapontar não merece o amor. Receios, todos tem, mas não podem e nem devem ser tais que nos afaste de pessoas que nos encantam, de pessoas por quem nosso coração começa a bater mais forte.
Se sobrevier decepção, basta torná-la aprendizado, chorar e voltar a sorrir com sabedoria. O pior que pode acontecer é isso. O resto é boas surpresas, amor e risos. Portanto, não tema, vá ser feliz e não volte, vá amar, vá sorrir, vá se apaixonar. Licença, estou indo!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de outubro de 2014.


Sulistas e nordestinos.

Sulistas e nordestinos.

Eu queria me calar, queria, por Deus, mas não consigo, é mais forte do que eu! Nem tanto o céu, nem tanto a terra meu povo! Calma, aí! Nem toda critica aos eleitores assistidos é discurso de ódio, mais, no meu caso, é de piedade.
O receio de perder benefícios e o medo da mudança que muitos possuem gera a reeleição seguida de um mesmo governante, foi assim anos com o governo de “direita”, até a eleição do Lula, que, convenhamos, melhorou o Brasil!
Eu queria o Aécio não por gostar dele, menos ainda por ser partidária, eu só desejava e esperava mudança. Me indigna reeleger corrupto. Creio que o próprio Aécio, se eleito fosse, veria que a corrupção não compensa, porque tiramos do poder a atual presidente. As pessoas silenciaram, avalizaram a roubalheira e a desonestidade.
Mas, o que esperar?! Nove em dez pessoas comete ilícitos, tenta corromper guardas, ludibriar clientes e pacientes, sonegar impostos, dar um “jeitinho” pra tudo, visam só o lucro. Será que tais pessoas não seriam “Dilmas” se presidente fossem? Dê-lhes poder e descubra.
Mas, desonestidade e humanidade a parte, acho desnecessário essa coisa de separatismo e de “nunca mais vou ao nordeste”. Jovem, o que é isso?! No nordeste, a Dilma ganhou de lavada, então, você, sulista, bairrista e arrogante, já parou para pensar que nos nossos Estados o Aécio não ganhou com muita diferença?
Pois é, em vista da nossa população não foi grande a diferença, sobretudo em virtude do nosso melhor acesso a educação e produção de riqueza. Se está ruim a carga tributária, o preço da gasolina, a saúde publica, a educação, porque o protesto não foi maior no RS, SC. PR e, inclusive, MT?
O povo mais pobre, talvez, eleja a corrupta por desconhecimento, medo de perder benefícios, mas, e você gaúcho? E você sulista que quer se separar do resto do Brasil? Por que a diferença não foi como a do nordeste por aí?! Fácil falar, certo?! Então, meus conterrâneos e demais, menos, menos rancor em seu discurso.
Fato é que o povo brasileiro, inclusive aqueles que se abstiveram de votar, elegeram a Dilma, ignoraram a corrupção indecente e a reelegeram. Está ai, pronto, agora chega! Vamos olhar para o que e quem está perto. Vamos fazer a nossa parte, vamos nos rebelar, sem ignorar que a realidade do Brasil varia em determinados Estados, mas que o seu, também não foi tão “bem” quanto poderia ir.
E deixo aí o discurso do Lula em 2000, para fazer os sulistas pensarem: “Por que a diferença em seu santificado Estado não foi maior se a maioria dos beneficiários do bolsa família é do nordeste?”. Se, como disse o ex-presidente, lá as pessoas acabam pensando com o estomago, nos outros locais mais abastados, pensam com o que?! Eu tenho pena das pessoas menos politizadas, não tenho ódio, não tenho asco. São escravizadas pela politica pátria e ponto final.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de outubro de 2014.



domingo, 26 de outubro de 2014

Maioria.


Maioria.

Eu tenho orgulho de viver num Estado democrático, mas, sobretudo, eu tenho medo. Eu sempre disse que se a maioria fosse boa o País não estaria como está e a frase abaixo explica o motivo.
Não sou o tipo de pessoa pessimista, sempre tento ver o lado bom do que me ocorre, todavia, quando o assunto é a maioria, eu confesso que a acho idiota. Basta analisar circunstancias cotidianas, relações interpessoais, por exemplo.
Por que é difícil para uma pessoa inteligente encontrar alguém “namorável” ou um amigo leal? Porque a maioria é fútil, usa máscara de um caráter e de uma santidade que não possui, a maioria não é, sequer, “conversável”, além de ser demasiado interesseira e materialista.
A maioria das mulheres valorizam mais o dinheiro do que a inteligência, o humor, a beleza e o cavalheirismo dos homens, assim como a maioria deles valoriza mais seios, bunda e beleza do que inteligência e decência.
Alias, quando falo em decência, não me refiro àquela que se perde entre quatro paredes. Que deve ser perdida, diga-se de passagem. Refiro-me a retidão de postura, elegância, dedicação ao trabalho, responsabilidade e conduta.
Uma mulher não é indecente, porque foi para a cama com você no primeiro, segundo ou décimo encontro. Inclusive, a maioria se faz de santa para fazer o sujeito se apaixonar. Uma mulher é decente quando alguns atos são exceção na vida dela, quando no seu dia a dia ela se banca, ela batalha e não procura homens pelo dinheiro, mas pela moralidade.
A maioria, no entanto, julga a parte pelo todo, a maioria gosta de inserir o mundo ou os outros em conceitos medíocres. A maioria crê no que vê e não no que pode ser sentido, conhecido e desvelado. Perspicácia é atributo da minoria pensante.
Enfim, a maioria é idiota, é tola. Só não sei se isso é defeito de fábrica ou se o convívio com pessoas igualmente idiotas lhe corrompeu o bom senso. O fato é que a minoria, é que as exceções às regras buscam exceções, até porque a minoria tem consciência do seu valor e não é desesperada ou carente.
No que tange a escolha de presidente, porém, espero que a maioria acerte neste domingo 26/10/2014, que vença o melhor e que venha a mudança, porque, convenhamos, o Brasil carece dela. Como o avô do talentoso cantor e escritor argentino Facundo Cabral, sou muito corajosa, só tenho medo de aranhas e de gente idiota. Enfim, eu temo a maioria.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de outubro de 2014.

sábado, 25 de outubro de 2014

Primeira impressão?

Primeira impressão?

Eu não acredito no brocardo que diz que a “primeira impressão é a que fica”. A primeira impressão só fica impregnada na mente dos idiotas, dos preconceituosos que acham que pessoas se cingem a uma ou outra característica, a um ou outro adjetivo e, sobretudo, a um ou outro ato.
Só serve, pois, para pessoas de mente tão tacanha e medíocre que são incapazes de conhecer o outro, de ir além, de dialogar, de conviver e, por mero pré-conceito e ignorância, atribuem ao sujeito, determinado conceito e não conseguem se desvencilhar dele, até porque, circunscrever uma pessoa a aparência advinda da primeira impressão é fácil, até uma criança de cinco anos consegue.
Tentar vencê-la, ser racional, tentar descobrir como é a alma e o coração por baixo da postura ereta, altiva, difícil ou demasiado solta e alegre é algo muito, muito mais complexo.
Não espere atitudes nobres e corajosas de gente banal, de gente comum, de gente tola que crê no que enxerga, que crê no que vê, porque é incapaz de conhecer o invisível, o que esta por trás, o que não é óbvio, não é instintivo, mas carece de coração, de bondade, de inteligência e boa vontade para ser desvelado.
A gente não consegue causar duas primeiras impressões, mas pessoas inteligentes sabem que primeira impressão não é nada. O que conta é a última, aquela que você teve após conhecer a pessoa e descobrir se ela merece seu prezar ou repúdio.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de outubro de 2014.

Partidários.


Partidários.

Compactuo com Nietzsche quando disse que “o homem de partido torna-se, necessariamente, um mentiroso.”
Eu já votei no PT, mas nunca consegui me inserir em partido algum. Assim como não sou aficionada em nenhuma religião ou grupo. Creio que tudo que se torna demasiado radical, perde a racionalidade, perde aquela sutil capacidade de questionar e de duvidar inerente ao ser menos crédulo e não partidário.
Não sou o tipo de pessoa que consiga seguir alguém, que consiga adorar e admirar alguém perdendo minha capacidade de análise critica a respeito do individuo que me fala e de seus ideais e idéias.
Esses petistas chatos, estes partidários obsessivos, não me cheiram bem, não simpatizo e, sinceramente, não gosto, não admiro e, até mesmo, desprezo. Como pode uma pessoa não questionar, não duvidar, não ter capacidade de mudar de ideias?
Como pode alguém ver o óbvio, o notório sem se irresignar? Como pode alguém achar “bem feito” o que foi feito em relação à revista Veja pelos demais partidários malucos e antidemocráticos? Eu, sinceramente, não entendo, não compreendo e não aceito. Detesto gente burra, lamento dizer.
Você tem o direito de nascer pobre, você tem o direito de não ter instrução e, quiçá, cultura, o direito de ter nascido em maus lençóis é seu, Deus lhe colocou onde nasceu, mas pobreza e falta de estudo não justificam burrice, ignorância, intransigência e relaxamento.
Conheço pessoas simplórias, sem estudo, pobres financeiramente com mais inteligência do que alguns instruídos, do que alguns que se consideram cultos. Sabe o que distingue os burros dos espertos e inteligentes? A capacidade de questionar, de duvidar, de não se obcecar por esta ou aquela ideia.
Sinceramente, quem culpa o Hitler pelo que foi feito aos judeus é tolo. Hitler era um sociopata que comandou um bando de gente burra, de gente tola, que fez uma aparente “lavagem cerebral” nos seus “seguidores”. E, lamento, é o mesmo que o PT faz com alguns brasileiros.
Repito, eu já votei no Lula sim, mas nunca fui esquerda ou direita, nunca fui “tucana” ou petista eu sou, simplesmente, uma pessoa que anseia pela melhora, provindo ela de onde provier.
E, elegância de vocabulário a parte, que esse povo sem opinião, que esses petistas chatos, insistentes, mal educados e estúpidos vão, junto com a candidata Dilma, para o quinto dos infernos e, por favor, não venham me chatear.
Diante da vergonha, se calem, não argumentem, é um sinal de bom senso, mais, é um sinal de inteligência. Ops! Bom senso? Inteligência? Falta na maioria desse povo partidário e obsessivo. Foi mal, mas sou uma pessoa que ainda acredita no ser humano, na evolução humana, mais especificamente, logo, vai que um dia eles abram os olhos e a mente.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de outubro de 2014.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Impagável.

Impagável.

“Por que você não estudou um pouco mais e não fez Medicina? Médicos ganham mais do que enfermeiros.” “Você já pensou em fazer concurso público, em ser juíza, delegada, promotora?”.
Essas e outras perguntas que as pessoas fazem indiciam duas coisas: demasiada valorização ao dinheiro em detrimento do gosto pessoal da pessoa e, pasme, via de consequência, uma futilidade fenomenal.
Nenhuma pessoa razoavelmente sã da cabeça nega que dinheiro é bom, ou melhor, que aquilo que ele compra é bom, prazeroso e útil. Por outro lado, uma coisa também é certa, se dinheiro lhe possibilita dormir com belas mulheres, ele não compra o amor genuíno, compreendeu? Existe uma diferença abismal entre o que o dinheiro compra e o que ele não compra. Quem acha que ele compra tudo, lamento, mas não vale nada.
Então, você que ama advogar, pode receber uma bela remuneração fixa por mês exercendo o cargo de magistrado, por exemplo, mas o seu salário não vai lhe fazer adquirir paixão, zelo, amor pelo que você faz, pelo seu trabalho.
Não por menos, dentre todas as classes, nem todos são aguerridos, nem todos são dedicados, alguns se contentam com o salário e só. Eu gosto de ser parcial, de brigar, de vestir a camiseta por alguém.
Eu amo advogar e, como mulher e em virtude das escolhas afetivas que fiz na vida, não tenho uma remuneração magnifica, não nego. Mas sou feliz, sou realizada profissional, em que pese ainda não financeiramente. E o magistério? Paixão que eu trouxe no sangue! Algo que dinheiro algum paga e, frise-se, quem leciona é por amor, não por dinheiro.
Assim como quem é enfermeiro, assim como o oficial de justiça que faz o que gosta, assim como o psicólogo que não quis fazer medicina e virar psiquiatra, por exemplo. Certo é, pura e simplesmente, amar o que se faz, depois disso, nenhum trabalho será pesaroso.
Todavia, as pessoas valorizam demais a conta bancária em detrimento da alma, da tranquilidade, da alegria pessoal. Isso sem contar, pelo menos em relação à advocacia, que essa cultura da valorização do cargo publico é algo extremamente “brasileiresco”.
Existem advogados, inúmeros inclusive, que aferem mais rendimento num mês do que um juiz em seis meses. Então, meu caro, fique ciente de que não se nega a importância do dinheiro, mas amar o que se faz, é algo que, simplesmente, não tem preço.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de outubro de 2014. 

Ilimitadas.

Ilimitadas.

Não existe uma mulher que seja completamente santa. Talvez existam as completamente putas, mas santa, por completo, nenhuma é. Existe, no entanto, uma subespécie do gênero feminino: as que se fazem. Inolvidável que este é o pior tipo e, sobretudo, o mais perigoso.
A pessoa faz de conta que tem valores, diz “não” quando quer dizer “sim” e por aí a fora. Mulher que é mulher se comanda, é gestora de suas vontades, de seus desejos e da sua conta bancária.
Com certeza isso não justifica descaramento, não justifica flertes com homens comprometidos, nem insinuações que vão da sensualidade à vulgaridade. Não é porque você se banca que precisa usar uma saia justíssima que mal esconde a bunda, decote homérico, encher a cara em público e ficar com qualquer desconhecido sem saber o nome do cidadão.
Há limites, existe o momento certo para se soltar e o momento para agir com classe, coisa que, convenhamos, as desclassificadas desconhecem. Todavia, ser intelectual, psíquica e financeiramente independente justifica algumas loucuras que só a maturidade permite que façamos.
Sou da opinião de que somos o que costumeiramente fazemos, somos a atitude que, de regra tomamos, todavia, sem algum tipo de exceção a vida fica chata, a gente se torna chato, medíocre e limitado. A realidade é que ninguém cabe em conceitos, em rótulos, menos ainda uma mulher.
A decência da alma feminina está na franqueza, na sinceridade e na honestidade, sobretudo aquela que a mulher deve a ela mesma, a seus anseios e as suas vontades. Nós não somos complicadas, nós somos ilimitadas.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de outubro de 2014. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Gosto, gostos.



Eu gosto de gente que vive bem e deixa viver. De gente livre, que não cerceia a liberdade alheia, que entende que cada um tem o direito de ser feliz, de batalhar por suas realizações, sem, no entanto, usurpar da boa vontade dos outros, sem enganar, sem vestir máscaras.
Eu gosto de gente simples, que se relaciona com o poderoso e com o paupérrimo com o mesmo brilho nos olhos e sorriso nos lábios. Gosto de quem sabe que as aparências enganam e que pessoa alguma pode ser definida por um ato, um erro, um equivoco e pela conta bancaria. Gosto de quem valoriza o que não é visto, mas sentido, vivenciado.
Gosto de gente que se diverte, que se liberta de preconceitos, de falsos pudores. Gosto de gente que não tenta ser perfeita, gosto de quem aceita imperfeiçoes. Gosto de quem come bem, de quem bebe bem, de quem aproveita o bom da vida, de quem aproveita seus momentos, de quem sorri, de quem ri alto, de quem se solta.
Gosto de gente que gosta de si e, por isso, não omite a verdade sobre quem é, o que faz e o que fez. Gosto de gente que assume quem é, que fala o que pensa, que não se coloca na obrigação de agradar aos outros. Gosto de gente espontânea, transparente e de alma liberta, gente alegre, humorada e de bem com a vida.
Gosto de quem sabe fazer mea culpa, gosto de quem consegue se arrepender do que faz e se impõe a obrigação de agir melhor, de crescer, de evoluir. Gosto de gente que não reclama demais e que não conta vantagem.
Gosto de gente otimista, mas prefiro gente realista. Otimismo demais vira devaneio, pessimismo é chato e feio, ver a vida como ela é e as pessoas como elas são é um indício de inteligência e saúde psíquica. Gosto de quem reconhece suas imperfeições, mas tenta melhorar.
Gosto de gente que, como um bom vinho, melhora com o tempo e não é apreciado por todos, afinal, quem agrada todo mundo não tem personalidade e não se posiciona. Eu não gosto de gente "em cima do muro". Gosto de altivez, atitude, palavra, gosto de quem se irresigna frente a injustiças. Porque, de gente injusta, hipócrita e falsa, definitivamente, eu não gosto!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de outubro de 2014. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Perfeita imperfeição.

Perfeita imperfeição.

Conheci um pouco da obra da Nise da Silveira, psiquiatra brasileira, quando fiz um curso de extensão oferecido pela Faculdade de Psicologia da IMED, em Passo Fundo, em meados de 2009, sobre Jung. Ela foi sua aluna e, na psiquiatria brasileira, foi vanguardista!
Nise dizia que não devemos nos curar demais, dizia para vivermos nossa imaginação, por ela ser nossa essência mais profunda. Em tal pensamento, está um pouco de seu pensamento, com o qual concordo plenamente.
Para mim, gente muito certinha, muito correta, gente que "não bebe, não fuma e nem fala palavrão", gente que gosta só do que não é imoral, não é ilegal e nem engorda é chata pra caramba!
Um pouco de “desvirtudes” faz bem para qualquer um! Quer ser perfeito? Morre e vira anjo! Aqui, acima do inferno e abaixo do céu, perfeição indicia três coisas: hipocrisia, falsidade e tédio.
Já terminei relações, já me irritei com pessoas conhecidas e me decepcionei com algumas que chamei de “amor”, por elas serem aquele tipo de gente politicamente correta em tudo. Eu gosto de emoções, pessoas muito corretas não me emocionam, não me entusiasmam.
Gente perfeitinha me causa tédio e desconfiança. Desconfiança, porque, em minha opinião todos gostam de algo pecaminoso, errado, de alguma bebida alcoólica, dentre as inúmeras existentes, das docíssimas às fortes e amargas, todos gostam de algo engordativo, de sacanagens na cama. Só não gosta quem não conhece ou nunca provou.
Ademais, todos nós cometemos pequenos ilícitos, desde sonegar impostos, até beber e dirigir ou não usar o cinto de segurança. Sem contar o tal do “xerox” de livros, compra de cds e dvds pirata. Enfim, a perfeição psíquica e moral, não faz nada, além de me assustar.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 22 de outubro de 2014. 

Mulheres e desespero.


Mulheres e desespero.

Nada contra colocar silicone nos seios, pelo contrário, sou a favor de tudo que faz a mulher se sentir bem consigo mesma, se sentir feliz, se “bem resolver” com a sua aparência. Mas, minha filha, colocar silicone e diminuir em 10 cm o tamanho do decote já é suspeito né?!
Sei lá, revela uma vontade tácita de arrumar emprego na zona, tirar foto pra revista masculina e calendário de borracharia ou uma carência tal que precisa de “curtidas” e elogios (mormente masculinos) nas redes sociais.
Ah, não custa nada guardar o que é bonito (ou, simplesmente, excessivamente grande) para poucos verem né?! Sei lá, esse exibicionismo em alto nível acaba por falir com as minhas primeiras opções aqui citadas (trabalhar na zona e fotografar para revistas masculinas), afinal, para que pagar revistinha ou prostituta se você expõe seus atributos “peitorais” gratuitamente no facebook, instagran e assemelhados?
Vulgaridade: eu sou contra essa ideia. Selfie no banheiro e demais locais mostrando demais os peitos? Ainda se pagassem cachê! É muita putice gratuita nesse mundo, viu?! Só Jesus na causa.
Outra coisa feia, muito feia, praticamente horrenda que as moças e mulheres adoram fazer atualmente, é cara sexy em fotos para postar nas redes sociais. Sabe aquele olhar sensual, a boca entreaberta, meio séria, meio dizendo “vem me pegar”?! Eu acho o fim da vulgaridade.
Sei lá, não tenho nada contra sensualidade, muito pelo contrário, só acho que existe momento para tudo. Momento para ser sorridente e espontânea, e momento para seduzir, para fazer “cara” de qualquer coisa. O problema da mulherada hoje em dia se chama desespero.
Desespero por companhia, desespero por conquista, desespero para arrumar um namorado rico, desespero para ser agradada, desespero para ser a mais gostosa, desespero para ser gostosa, desespero para ter alguém por ela apaixonado.
Nessa onda desesperada, que mais envolve carência, falta de autossuficiência e amor próprio, cada uma apela para o que considera seu ponto alto: algumas abaixam o decote, outras diminuem o cumprimento da saia, outras fazem cara de “orgasmo” em fotos para publicar nas redes sociais.
Eu lamento que não exista tanto campo de trabalho para modelos fotográficas de revista sensual, porque do jeito que as “mocinhas formadas” e demais se portam hoje em dia, o jeito era mudar de profissão e de metas, porque lugar para fazer cara sexy e expor em demasia o corpo é nesse tipo de revista. Ou em filmes pornô. Ou na zona.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 22 de outubro de 2014. 

Igualdade e liberdade.

Igualdade e liberdade.

Não é porque eu sou a favor da legalização do aborto que eu já tenha abortado, ao contrário do que pensam as pessoas ignorantes que acham que a gente só defende alguma posição, porque se encaixa nela.
Não sou gay, mas sou a favor do casamento gay, nunca experimentei drogas, mas acho que ou se repreende todo mundo, de usuário á traficante e sem piedade, ou se legaliza e tributa essas porcarias, porque a proibição não cerceia quem quer se viciar, assim como aquelas fotos aberrantes e propagandas de acidentes não impedem ninguém de fumar ou beber e dirigir.
Sequer a lei que impede a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos tem efetividade prática! O que falta no Brasil é conscientização, cultura e educação. Disso tudo carecem, também quem acha que a gente é o que defende.
Eu defendo a liberdade de cada um fazer o que deseja com seu corpo, porque, com certeza, não é em vão que fazem. Como diria o Renato Russo: “Todos têm, todos têm, suas próprias razões”. E, sinceramente, eu não sou ninguém para dizer que as minhas razões são melhores que a do outro, do contrário seu seria mais uma moralista, e não uma pessoa com moral. E em paz com ela, diga-se de passagem.
Aborto? Eu sou a favor da pílula anticoncepcional, tanto que com mais de três décadas de vida nunca engravidei, mas, convenhamos, eu sou eu. Será que todas tem a mesma sorte? O mesmo conhecimento, as mesmas oportunidades? Creio que não.
Portanto, a elas eu não cerceio o direito de, querendo, poder interromper uma gravidez com dignidade, como as moças de famílias ricas fazem desde sempre, mas ninguém fica sabendo.
Igualdade e liberdade, isso eu defendo, isso, quem quiser, pode dizer que eu “sou”, já que não conseguem separar quem fala, daquilo que fala, então que digam algo de fundamento, por favor!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 22 de outubro de 2014. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Humildade e sucesso.

Humildade e sucesso.

Parabéns a todas as pessoas que cresceram, que progrediram intelectual, profissional e financeiramente, sem perder seus princípios, seus valores e, sobretudo, sua humildade.
É fácil ser humilde quando se é pobre, nesse caso a humildade é uma obrigação, é de "praxe". Difícil mesmo é ver gente que continua humilde, afável, doce e simples mesmo depois de estudar, de ganhar dinheiro, de fazer sucesso e de se estabilizar.
Na minha modesta opinião, o dinheiro e o poder não tornam ninguém arrogante ou orgulhoso, eles só são provações a verdadeira simplicidade e humildade: esses estudados que adoram falar complicado, que adoram fazer de conta que estão num patamar superior ao dos outros, assim como esses abastados que mudam a forma de ser e de agir quando conseguem o que desejam, nunca foram o que pareciam ser.
O orgulho, a empáfia e a arrogância sempre lhes pertenceram, mas, por uma questão de respeito a sua situação de vida, quando pobres ou "desabastados" culturalmente eles agiam de forma mais humilde. Ilusão meu amigo, ilusão. "Crescer na vida" revela a real personalidade das pessoas.
Eu gosto de pessoas bem sucedidas, admiro seu esforço, suas abdicações e perseverança, mas, acima de tudo, eu gosto de pessoas doces, humildes, humoradas que sabem que nem a cultura, nem o estudo, nem o dinheiro, nem o poder lhe tornam melhores do que os outros, porque a bondade de alguém, se afere do coração e da conduta, de nada além disso.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 20 de outubro de 2014.

Necessária distinção.

Necessária distinção.

Bem que os homens poderiam tentar conquistar uma mulher, antes de, pura e simplesmente, tentar levar-lhe pra cama. Ou, ao menos, creio que não deva lhes custar muito, deveriam saber com que tipo de mulher estão lidando antes de assediá-la com segundas, terceiras e quartas intenções.
Tem mulher que abre as pernas por qualquer razão, em especial, aquele que fomenta o mundo e a ambição das preguiçosas: dinheiro, status. Outras, no entanto, não querem muito mais do que galanteios com classe, do que serem desveladas,”conhecidas”, conquistadas.
Não, essas não são assexuadas, é verdade, mas dar tempo ao tempo não custa nada, né?! Conquistar uma mulher com atenção, palavras e gestos é mérito de poucos representantes da classe masculina hoje em dia.
Boa parte dos homens acha que chamar de “linda” e de “anjo” já é suficiente para inserir a garota dentro do seu quarto. Sei lá, o fato é que, não nego, e ainda lamento, existem muitas mulheres se valorizando pouquíssimo, mais, valendo pouco, quase nada, e são essas “biscas” interesseiras que criaram esses homens que perderam o traquejo com mulheres de verdade, mulheres com “m” maiúsculo.
Quanto a isso, nada posso fazer, todavia, quanto aos meus “amigos” homens, eu deixo um recado: não é necessário pensar muito, mas apenas analisar. Aprenda a diferenciar uma mulher da outra, aprenda que, existem mulheres com classe e mulheres sem classe, mulheres de alto nível e mulheres de baixo nível. Não é porque você se acostumou com as segundas que as primeiras não existam, certo?! Ainda existem coisas, sentimentos e pessoas que o dinheiro não consegue comprar. Benzadeus!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 20 de outubro de 2014.

Maternidade

Maternidade.

A maternidade é uma benção, não uma obrigação. Ser feliz é a única benção que todos merecem e precisam (e que deveria ser obrigatória), enfim, ninguém precisa ser mãe se não sabe ser mãe.
Ter um filho é legar-se a segundo plano sempre, ter um filho é deixar de fazer o que se deseja, não por não querer, mas por saber que não pode, porque ele não acompanha, porque ele precisa de você.
Quem não está disposta a abrir mão de si em prol de outra pessoa não deveria ser mãe, quem não quer abdicar de praticamente uma vida em torno do "eu" não deveria ter filhos.
Aborto é crime. Para mim, crime é criar um filho sem amor, crime é ignorar as necessidades de uma criança por capricho, crime é criar uma pessoa de forma a lhe tornar psiquicamente perturbada, crime é ter um filho e não saber educa-lo, crime é uma pessoa incapaz de cuidar de si mesma, crime é uma pessoa egoísta e que não deseja abdicar de si, ter um filho!
Existem coisas mais pecaminosas e criminosas do que o aborto. Não amar, respeitar e aceitar um filho compreendendo as obrigações inerentes a maternidade, para mim, é pior. Socialmente pior, inclusive, porque quem vai conviver com pessoas mal educadas, problemáticas, sociopata e, quiçá, criminosas, é a coletividade, a sociedade, enfim. Sociedade que ainda não descobriu que religião, leis e Direito não devem se misturar.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 20 de outubro de 2014.