Fácil de entrar, difícil de sair.
Há algum tempo e na maioria das instituições de
ensino superior o vestibular para Direito era concorridíssimo. Todavia, veio o
MEC liberando o surgimento de inúmeras instituições particulares em todo e
qualquer canto do Brasil o que, por um lado, facilitou o acesso do povo ao
ensino superior, por outro minou as pessoas da certeza de que podem entrar numa
faculdade que, desde sempre, forma pessoas que se sentem num “status” superior,
sem muitos pré-requisitos intelectuais e, principalmente, de boa vontade e
empenho.
Tem quem diga que o FIES e demais formas de bolsa
geraram isso, eu acho que não. Esses programas facilitam o acesso
financeiramente, eu me refiro àquilo que facilita o acesso intelectualmente,
permitindo que pessoas sem vontade de estudar muito entrem no curso.
Enfim, não raras vezes quem não tem uma ambição
direcionada para algo acaba fazendo Direito, porque dá mais status do que
Administração ou outros cursos e é igualmente fácil de entrar. Acontece, meu
caro, que fazer Direito para se tornar bom na área, requer dedicação, requer
estudo, constante atualização e destemor.
Destemor em relação a ir bem numa área em
detrimento da outra, por exemplo. Vontade de persistir, por se saber aonde se
deseja chegar, independente de uma ou outra nota ruim. Atualmente, as pessoas
precisam saber que o acesso ao ensino está facilitado, mas que a conclusão do
curso não é tão fácil assim. Não tem choro, não tem reclamações.
Você adentra para um mundo que, desde a graduação,
lhe mostra quão cruel pode ser. Aqui, (na Faculdade de Direito), ou você é
guerreiro ou é o massacrado. Massacrado pela própria inabilidade, receios e
ausência de empenho. Logo, meus caros, se você não aguenta a faculdade de
Direito faça outro curso. Simples assim.
Agora, não menospreze o mundo jurídico, porque você
adentrou na faculdade sem ter estudado muito. Para ser bom, em qualquer área jurídica,
além de ética e seriedade você precisa se esforçar muito, estudar sempre. Logo,
se você não gosta de estudar, ler livros, códigos, decisões de tribunais e
etc., mude de curso, existem outros, com certeza, que lhe exigirão mais.
Universidade não é ensino médio e, como tal, deve
ser encarada e respeitada, por mais facilidades de ingresso que você encontre,
entrar é fácil, concluir com méritos é difícil, deixar de ser bacharel, também
é um desafio, portanto, sem empenho, estudo e dedicação você não sai dos bancos
acadêmicos, tampouco da condição de bacharel em Direito.
E, frise-se, sem persistência nada se consegue,
afinal, um dia uma nota boa, numa matéria e noutro dia um desapontamento
consigo mesmo e é assim o Direito: inúmeros ramos, inúmeras possibilidades,
alguns êxitos e algumas frustrações, portando, ciente do que quer, persista.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 10 de outubro de 2014.
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