Falsidade e revolta.
Eu não sou a pessoa mais desprovida de irresignação
no mundo, isso, com certeza eu não sou. Sou extremamente bem humorada, alegre e
feliz, mas tem coisas que, realmente, me esquentam o sangue. Meu sangue
italiano não aguenta algumas coisas ou, até tolera, até que de quente ele ferve
e daí, meu amigo, ou eu desabafo, ou adquiro um tumor e, neste quesito, eu sou
o “antes a mãe do outro do que a minha”, em que pese eu ache essa frase ridícula
por demais, mas, nesse caso ela se adequa: eu tenho um blog, eu escrevo, eu
desabafo. Falo o que penso mesmo e, se necessário for, falo tête-à-tête. Remoer
sentimentos ruins não, comigo não!
Ademais,
quando eu não falo, eu ajo. Manifesto minha irresignação ou por textos ou por
atos mesmo, ainda que eu dissimule a minha vontade. Enfim, tem coisas que me
deixam passada, estarrecida e anojada! Estou realmente exausta da falsidade e
da hipocrisia que circunda as relações humanas.
É muita mulher frustrada casada por dinheiro, muito
homem descontente casado por comodismo, muita gente infeliz no trabalho se
fazendo de “bem sucedido” e ver a dissonância entre o sentimento e a atitude
desse povo me dá asco de forma que, ao menos no dia de hoje, se eu pudesse
tirar a máscara de cada pessoa que conheço eu tiraria.
Não sou perfeita, não mesmo, mas eu me daria ao
direito de apontar para suas caras deslavadas e dizer o que eles fazem. Não quem
eles são, afinal isso eu não sei, mas exporia a incoerência entre seus atos,
palavras e sentimentos. Qual é, meu amigo? Sair de madrugada trovando mulher
solteira, porque a namorada está longe? Longe ou perto, meu filho, quem ama,
ama e deve respeitar.
Deve ser
fiel, se você não consegue sê-lo mesmo amando, então você é um completo idiota egoísta.
Sinto lhe dizer. E, se não ama, namora por quê? Porque a sociedade cobra? Quem ama
é fiel e eu não aceito o contrário. Não, não mesmo! Outra coisa que me indigna,
são essas amizades lindas e harmônicas em que um sai de costas e o outro
critica, tripudia, fala mal.
Isso sem contar aqueles que mantêm amizade por
interesse e dos que se esquecem dos amigos verdadeiros para agradar quem, como
eles, são só “interesseirismos” na vida. Meu Deus, este mundo está perdido
mesmo e o meu sonho, não nego, é tirar todas as máscaras, é mostrar ao mundo o
que essas pessoas fazem “quando ninguém está vendo” e que mostra, na real, como
suas orações, sua religião e sua pseudodecência e benevolência não servem pra
coisa nenhuma.
Não são, coisa nenhuma perto de sua falsidade,
afinal, se quando ninguém vê você não é leal, fiel e bom, então você,
realmente, não é leal, fiel e bom! De resto? Ah, vai engabelar outro vai. Comigo
não rola! Ou, se rolar, é até eu achar o momento certo e mandar pastar. Porque lugar
de gente falsa é pastando para se aprontar para o abate. Só lamento.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 13 de outubro de 2014.
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