Perfeita imperfeição.
Conheci um pouco da obra da Nise da Silveira,
psiquiatra brasileira, quando fiz um curso de extensão oferecido pela Faculdade
de Psicologia da IMED, em Passo Fundo, em meados de 2009, sobre Jung. Ela foi
sua aluna e, na psiquiatria brasileira, foi vanguardista!
Nise dizia que não devemos nos curar demais, dizia
para vivermos nossa imaginação, por ela ser nossa essência mais profunda. Em
tal pensamento, está um pouco de seu pensamento, com o qual concordo plenamente.
Para mim, gente muito certinha, muito correta,
gente que "não bebe, não fuma e nem fala palavrão", gente que gosta
só do que não é imoral, não é ilegal e nem engorda é chata pra caramba!
Um pouco de “desvirtudes” faz bem para qualquer um!
Quer ser perfeito? Morre e vira anjo! Aqui, acima do inferno e abaixo do céu,
perfeição indicia três coisas: hipocrisia, falsidade e tédio.
Já terminei relações, já me irritei com pessoas
conhecidas e me decepcionei com algumas que chamei de “amor”, por elas serem
aquele tipo de gente politicamente correta em tudo. Eu gosto de emoções,
pessoas muito corretas não me emocionam, não me entusiasmam.
Gente perfeitinha me causa tédio e desconfiança. Desconfiança,
porque, em minha opinião todos gostam de algo pecaminoso, errado, de alguma
bebida alcoólica, dentre as inúmeras existentes, das docíssimas às fortes e
amargas, todos gostam de algo engordativo, de sacanagens na cama. Só não gosta
quem não conhece ou nunca provou.
Ademais, todos nós cometemos pequenos ilícitos,
desde sonegar impostos, até beber e dirigir ou não usar o cinto de segurança. Sem
contar o tal do “xerox” de livros, compra de cds e dvds pirata. Enfim, a perfeição
psíquica e moral, não faz nada, além de me assustar.
Cláudia de Marchi
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.