Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Impagável.

Impagável.

“Por que você não estudou um pouco mais e não fez Medicina? Médicos ganham mais do que enfermeiros.” “Você já pensou em fazer concurso público, em ser juíza, delegada, promotora?”.
Essas e outras perguntas que as pessoas fazem indiciam duas coisas: demasiada valorização ao dinheiro em detrimento do gosto pessoal da pessoa e, pasme, via de consequência, uma futilidade fenomenal.
Nenhuma pessoa razoavelmente sã da cabeça nega que dinheiro é bom, ou melhor, que aquilo que ele compra é bom, prazeroso e útil. Por outro lado, uma coisa também é certa, se dinheiro lhe possibilita dormir com belas mulheres, ele não compra o amor genuíno, compreendeu? Existe uma diferença abismal entre o que o dinheiro compra e o que ele não compra. Quem acha que ele compra tudo, lamento, mas não vale nada.
Então, você que ama advogar, pode receber uma bela remuneração fixa por mês exercendo o cargo de magistrado, por exemplo, mas o seu salário não vai lhe fazer adquirir paixão, zelo, amor pelo que você faz, pelo seu trabalho.
Não por menos, dentre todas as classes, nem todos são aguerridos, nem todos são dedicados, alguns se contentam com o salário e só. Eu gosto de ser parcial, de brigar, de vestir a camiseta por alguém.
Eu amo advogar e, como mulher e em virtude das escolhas afetivas que fiz na vida, não tenho uma remuneração magnifica, não nego. Mas sou feliz, sou realizada profissional, em que pese ainda não financeiramente. E o magistério? Paixão que eu trouxe no sangue! Algo que dinheiro algum paga e, frise-se, quem leciona é por amor, não por dinheiro.
Assim como quem é enfermeiro, assim como o oficial de justiça que faz o que gosta, assim como o psicólogo que não quis fazer medicina e virar psiquiatra, por exemplo. Certo é, pura e simplesmente, amar o que se faz, depois disso, nenhum trabalho será pesaroso.
Todavia, as pessoas valorizam demais a conta bancária em detrimento da alma, da tranquilidade, da alegria pessoal. Isso sem contar, pelo menos em relação à advocacia, que essa cultura da valorização do cargo publico é algo extremamente “brasileiresco”.
Existem advogados, inúmeros inclusive, que aferem mais rendimento num mês do que um juiz em seis meses. Então, meu caro, fique ciente de que não se nega a importância do dinheiro, mas amar o que se faz, é algo que, simplesmente, não tem preço.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de outubro de 2014. 

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