Polêmico.
Em virtude da referência feita pela presidente
eleita a Jean Wyllys, inúmeras pessoas aderiram ao #jeanwyllysnaomerepresenta. Ignoram que
ele não assumiu um “cargo”, apenas foi elogiado pela presidente. Questiono-me,
porém se essas pessoas seriam, então, representadas pelo Marco Feliciano e sua toda
corja de hipócritas fanáticos que ele e outros representam?Não sou uma fã inconteste do Jean, na verdade não
sou "fã de ser fã" de quem não conheço pessoal e intimamente,
todavia, não tenho ideias que colidem muito com as dele. Tenho minha fé, mas
acho que está na hora dos religiosos acordarem e desistirem do eterno
"tapar o sol com a peneira". Sou uma combatente da hipocrisia. Uma combativa
lutadora contra a hipocrisia, diga-se de passagem.
Sou a favor do casamento entre homossexuais,
legalização do aborto, descriminalização do uso de maconha e ainda não sei se
sou contra a redução da menoridade penal. Isso, confesso, preciso estudar com
afinco, preciso conversar com pessoas inteligentes, informadas e de “mente
aberta” para formar minha opinião.
Vivemos numa sociedade onde a maioria faz o que ela
mesma taxa como errado. Em público, não entre quatro paredes, é claro. Abortar
escondido? Meninas ricas abortam. Ninguém fica sabendo. E o fazem em segurança,
diga-se de passagem. São as pobres que podem responder a processo criminal, as
abastadas não são descobertas.
As pobres morrem por complicações, as mais abonadas
não. Eu não abortaria, mas sou a favor da vida da mulher e de sua liberdade de
escolha, portanto, não anuo com a criminalização de tal conduta criminosa. Fumar
maconha escondido pode, ter relações homossexuais escondidas (até mesmo da
esposa!), pode, mas colocar tudo às claras, ah, daí é “anticristão".
Eu nunca, sequer provei maconha. Ainda que
legalizarem, não o farei. O brasileiro, o ser humano, na verdade, não costuma
deixar de fazer algo, porque é crime. Não por menos as pessoas sonegam
impostos, dirigem alcoolizadas, baixam musica da internet, compram dvd e cds
piratas. Criminalizar condutas não coíbe atos, educar e moralizar sim.
E a tal da “cura gay”? É o cumulo da ignorância!
"Viva e deixe viver", sociedade hipócrita! Se opção sexual for
doença, ótimo! Vou tentar a "cura hetero", porque é difícil encontrar
um homem leal, inteligente e, sobretudo, que tenha culhões para assumir o que
pensa (e saber expressar-se, além de tudo).
Ah, eu estou precisando curar esse meu
heterossexualismo medonho! Está faltando respeito, está faltando a igreja se
afastar das leis, porque esse moralismo não leva a nada, essa coisa de “moral e
bons costumes” só serve para demagogos cristãos criticarem quem eles não compreendem,
não aceitam e não respeitam, ignorando a individualidade de cada pessoa e,
mais, a igualdade de todos perante nossa Constituição Federal.
Não aborte, não se case com gays, não fume maconha,
não cometa ilícitos, mas, por favor, não seja medíocre, não seja chato. Tenha moral,
tenha respeito, não seja um moralista purgante. Respeite e seja respeitado. Cuide
da sua vida, das suas falhas morais, dos seus pequenos e cotidianos ilícitos e da
sua sexualidade, deixe que das suas, os outros cuidam. Vá ser feliz e chega de
intolerância!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 29 de outubro de 2014.
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