Maioria.
Eu tenho orgulho de viver num Estado democrático,
mas, sobretudo, eu tenho medo. Eu sempre disse que se a maioria fosse boa o País
não estaria como está e a frase abaixo explica o motivo.
Não sou o tipo de pessoa pessimista, sempre tento
ver o lado bom do que me ocorre, todavia, quando o assunto é a maioria, eu
confesso que a acho idiota. Basta analisar circunstancias cotidianas, relações interpessoais,
por exemplo.
Por que é difícil para uma pessoa inteligente
encontrar alguém “namorável” ou um amigo leal? Porque a maioria é fútil, usa
máscara de um caráter e de uma santidade que não possui, a maioria não é,
sequer, “conversável”, além de ser demasiado interesseira e materialista.
A maioria das mulheres valorizam mais o dinheiro do
que a inteligência, o humor, a beleza e o cavalheirismo dos homens, assim como
a maioria deles valoriza mais seios, bunda e beleza do que inteligência e decência.
Alias, quando falo em decência, não me refiro
àquela que se perde entre quatro paredes. Que deve ser perdida, diga-se de
passagem. Refiro-me a retidão de postura, elegância, dedicação ao trabalho,
responsabilidade e conduta.
Uma mulher não é indecente, porque foi para a cama
com você no primeiro, segundo ou décimo encontro. Inclusive, a maioria se faz
de santa para fazer o sujeito se apaixonar. Uma mulher é decente quando alguns
atos são exceção na vida dela, quando no seu dia a dia ela se banca, ela
batalha e não procura homens pelo dinheiro, mas pela moralidade.
A maioria, no entanto, julga a parte pelo todo, a
maioria gosta de inserir o mundo ou os outros em conceitos medíocres. A maioria
crê no que vê e não no que pode ser sentido, conhecido e desvelado. Perspicácia
é atributo da minoria pensante.
Enfim, a maioria é idiota, é tola. Só não sei se
isso é defeito de fábrica ou se o convívio com pessoas igualmente idiotas lhe
corrompeu o bom senso. O fato é que a minoria, é que as exceções às regras
buscam exceções, até porque a minoria tem consciência do seu valor e não é
desesperada ou carente.
No que tange a escolha de presidente, porém, espero
que a maioria acerte neste domingo 26/10/2014, que vença o melhor e que venha a
mudança, porque, convenhamos, o Brasil carece dela. Como o avô do talentoso
cantor e escritor argentino Facundo Cabral, sou muito corajosa, só tenho medo
de aranhas e de gente idiota. Enfim, eu temo a maioria.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de outubro de 2014.
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