Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Amar odiando.


Amar odiando.

O ódio é o amor recalcado. O ódio é o amor, que por ser frustrado, vestiu armadura igualmente forte e quente para se disfarçar. A indiferença! Ah, a indiferença! Apenas ela, aliada a certo respeito e salutar distância, é o oposto do amor.
O ódio nada mais é do que o amor decepcionado e magoado que perdeu a vontade de insistir e de tentar e resolveu odiar, mais por orgulho do que por ausência de prezar. Não acredite em quem sente a necessidade de dizer que lhe odeia.
O ódio é o inverso do amor no coração ferido, no coração que não deixa de amar, mas gostaria. Ele é o mais frustrado e frustrante dos sentimentos, porque quem odeia, na verdade, está atolado de sentimentos e acaba patinando: quer sair, quer deixar de pensar, mas não deixa.
Ninguém odeia quem nunca amou, ninguém odeia por odiar. O ódio é forte, mas só mata quem o sente. É um indicativo da passionalidade humana. Quem não gosta sente desprezo e, por favor, entenda: quem, realmente despreza, não entra em contato, não fala, não grita, apenas ignora.
Não importa qual seja o mal que alguém tenha lhe feito, você só estará liberto dessa pessoa quando lhe esquecer e, odiando, você não esquece, odiando você só cultiva um sentimento que faz mal a você mesmo, um sentimento que não é nem amor, nem indiferença.
Quem não gosta de alguém não o procura nem para dizer o quanto o odeia ou deixa de odiar, o quanto sente nojo ou desprezo. Quem não gosta, não gosta e pronto. Essa coisa de odiar, de ofender e de brigar é uma forma infantil e primária de amar.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de outubro de 2014. 

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