Bons?
Qual será o limite da bondade dos bons? Qual será o
limite da maldade dos bons? Partindo do pressuposto de que todo ser humano é
bom, mas possui características ruins em seu ser, vejamos: o cidadão tenta
corromper policial em blitz ou com dinheiro, ou a mulher com seu charme, chega
época de declaração de imposto de renda a maioria sonega.
Lei seca? “É para os outros, a gente bebe, dirige e
não faz nada errado”. Sim, aham! Baixar música da internet. Ah, claro que pode,
você não quer o álbum inteiro, só uma música em especial!! E filmes e dvds? Os
originais são caros demais, então a gente compra os piratas. Tem quem compre
produto mais barato ciente de sua origem ilícita, inclusive.
O ser humano, e não olvidemos de nossas raízes históricas
brasileiras como bem asseverou Sergio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”,
tem em si a gana por lucro sem muito esforço, a gana pelo funcionalismo
público, tem aquele “jeitinho” que deixa as coisas para a ultima hora e, não conseguindo
vencê-las, “inventa”, “remenda”.
Se os impostos são caros? Sim, mas não nos daremos
o trabalho de questionar, de se organizar e fazer algo para mudar (céus, isso
cansa!), vamos dar um jeito de não pagá-los. E este é o nosso “protesto”. Só se
fala em politica em época de eleição, no resto do ano nós “odiamos politica”.
Será que as pessoas em geral, tem tanta moral para
as criticas a corrupção que tanto fazem? Será que, no lugar de quem emerge ao
poder, seriam tão diferentes? Será que nós não olhamos demais para fora e pouco
para nós mesmos, para nossos atos e para a nossa própria vileza?
Que tal analisarmos a nossa própria moralidade, que
tal protestarmos de forma coerente, justa e licita? Quando isso ocorrer, além
de admirada eu irei ter mais fé na mudança do País, porque enquanto o jogar “pedra
na Geni” for regra e o analisar o meu “eu santificado” for exceção,
sinceramente, vai ser tudo meio igual no mundo dos desprivilegiados econômica e
socialmente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 29 de outubro de 2014.
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