Dormindo com o inimigo.
Após o “água com açúcar” bobinho do “(500) dias com
ela” assisti a “Dormindo com o inimigo”. Um filme da década de 1990 que, sim,
me fez me sentir velha! Mas me fez ver que, quando eu era criança, as atrizes
eram mais bonitas fisicamente: nem tão saradas e graúdas, nem tão esqueléticas.
O corpo da lindíssima Julia Roberts era, naquela
época, ao meu ver, perfeito. Não, não meu amigo, nada contra, mas eu não sou homossexual,
sou só uma mulher bem resolvida que não sente inveja de corpos verdadeira e não
artificialmente belos. O filme conta a história de uma mulher linda e vitima de
violência psíquica e física.
Do filme a gente percebe como a violência psicológica
pode deixar mais marcas do que agressões físicas. É lamentável, mas até hoje em
dia os ataques que mais doem não são valorados por aqueles “bondosos”
julgadores de plantão. Eu falo com certa cátedra: nada, nada no mundo pode ser
pior para o psiquismo de uma pessoa, mormente de uma mulher, do que agressões psíquicas
e morais.
Por isso, em que pese exista o uso abusivo,
considero a Lei Maria da Penha um avanço nacional, em que pese, sabemos muito
bem, as pessoas olhem com mais preconceito para a vitima do que para o
agressor. Sim, acredite, isso ocorre! Por conta de meia dúzia de mulheres
maldosas, as reais vitimas se veem criticadas pela sociedade que acha que elas são
permissivas quando, na verdade, só se apaixonaram pela pessoa errada. Muito errada,
por sinal.
E, quanto a violência psicológica? Ah, os
julgadores da vida alheia chamam de frescura, de bobagem, porque, em primeiro
lugar, ninguém a vê, ela ocorre as escondidas, em segundo lugar ela não marca a
pele, só a alma, a mente e pode levar uma pessoa a insanidade, mas, como os
outros não veem, ela é “nada”.
A lei até que evoluiu, o difícil mesmo são as
pessoas se aprimorarem e pararem de julgar e criticar o que não veem, o que não
sabem, o que não sentem, o que desconhecem por completo. E, mais, o difícil mesmo
são os seres humanos compreenderem que o que afeta a mente, a autoestima e a
alma dói muito mais do que o que fere o corpo.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 10 de outubro de 2014.
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