Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Negligência afetiva

Negligência afetiva

É triste amar alguém que é negligente com você. A negligência afetiva de uma mãe ou pai faz o filho se sentir inseguro e lhe gera uma dúvida cruel e infeliz, por mais que ele não a deseje: “O que me falta para ser bom e amado?”
Não tenha filhos se você acha que um dia, por mais maduro, velho, financeiramente estruturado e moralmente bem embasado, ele se tornará independente de seu amor. Isso não acontece nas relações humanas, no relacionamento entre pais e filhos.
Um filho pode se tornar independente financeiramente, mas jamais seu afeto, atenção, carinho, respeito e amor serão desnecessários, enfim, emocionalmente, um filho nunca se torna independente dos pais.
Enfim, um filho pode se tornar "relativamente independente" do amor dos pais, mas não sem sofrimento, sem dor, sem tristeza, na verdade, ele apenas se acostuma com o vazio, com a negligência, afinal, lhe faltam escolhas diante da sua realidade. Com o tempo ele percebe que nada do que faça mudará a forma de pensar e de agir de seu ente amado.
É duro, é sofrido, é triste não sentir-se amado por quem, teoricamente, lhe fez, lhe deu a vida, mas, por algum motivo misterioso, esqueceu você ou então, com o tempo, esqueceu da responsabilidade de amá-lo, de, simplesmente, se “importar” com você.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 31 de janeiro de 2012.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Involuída

Involuída

Ora, que lindo: “Se você me deseja o mal, eu te desejo o bem, eu te desejo amor.” Que pena que eu ainda não estou nesta fase de evolução espiritual, embora eu tente, isso eu ainda não consigo. Para quem me faz sofrer, me prejudica, me magoa, me trai, me humilha e me fere eu não desejo o bem, eu apenas ignoro, não desejo nada e, o máximo que penso é que a “lei do Carma” deveria ser efetivada.
Confesso que hoje sou uma pessoa muito melhor, mais sapiente e pacifica do que já fui. Outrora eu acreditava que a vingança nos aliviava, hoje eu creio que, quem esta no chão, no limbo moral, não precisa ser pisado e humilhado: ser um infeliz maldoso já é triste demais.
Todavia, errante que sou, ainda não cheguei ao estágio de desejar o bem para quem quer o meu mal, como disse, eu não lhe desejo nada. Aliás, eu me afasto, me escondo e sumo da vida de quem não me respeita, de quem é falso, maldoso ou invejoso.
Eu não tenho “inimigos”, mas alguns indivíduos, gratuitamente, me tem como uma, me querem o mal e, pobre espiritualmente que sou, não consigo desejar-lhes felicidade, quero que sumam de perto de mim e me esqueçam, assim como eu lhes esqueço.
Os incomodados devem se retirar. Eu sou a campeã de “evasão” da vida de quem me fere, mas, daí a dizer que desejo seu bem é muita hipocrisia, pelo menos da minha parte, de um ser humano muito imperfeito, enfim. Não desejo amor, sorte, alegria e felicidade, mas, pelo menos, não desejo mal, afinal, quem morre no veneno da ira e da revolta é o irado.
Não cultivo ódio por ninguém, nem mágoa, não mais, é claro. Todavia, vou começar a orar para eu evoluir e chegar ao ponto de desejar o bem e o amor para quem me deseja o inverso. Espero que o Arquiteto do Universo me ajude sem que me aproxime do desencarne, afinal, eu sempre acreditei que “quase santos” morrem cedo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de janeiro de 2012.

Destinos Ligados

Destinos Ligados

Algumas obras da sétima arte são mais do que filmes, são obras de arte no sentido literal do termo. Exemplo de um filme marcante é “Destinos Ligados” (Mother and Child) de Rodrigo García.
Tive o prazer de assistir a este filme que nos faz pensar sobre a vida durante e após assisti-lo. Estrelado pela bela Naomi Watts, Annette Bening e Samuel L. Jackson a história mostra como a “hora certa”, quase sempre não é perfeita como desejamos.
O filme deixa nítida a fragilidade das pessoas diante do “acaso”, do inesperado, daquilo que a maioria chama de “destino”. Ou melhor, mostra que “acaso” é apenas uma palavra, na realidade, ele inexiste. De uma forma especial o filme explicita a impotência dos seres humanos diante do que esta fora de seu alcance, fora de seu arbítrio, embora faça parte de seus mais puros anseios.
Da mesma forma, a obra nos mostra como o medo de sofrer, de se decepcionar e ser magoado impede o homem de agir e, portanto, lhe impede de tentar, avançar e correr o doce risco de ser feliz. “Risco” este que vale a pena, afinal, se algo lhe entristece, correr no rumo inverso, mais do que fazer você voltar a “estaca” das lágrimas não fará. Literalmente, quando algo lhe aflige e faz sofrer tudo o que advier de suas tentativas de mudanças serão “lucros”.
Para quem quiser refletir sobre a vida, se emocionar e deixar os preconceitos tolos de lado eu recomendo este filme cujo cerne esta em nos mostrar a efemeridade de nossos desejos diante daquilo que, simplesmente, “deve ser”, ainda que em detrimento de nossos anseios e sonhos.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de janeiro de 2012.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Corpos e mídia

Corpos e mídia

Impressiona-me o poder da mídia sobre as pessoas. Não existem opiniões próprias para a maioria, existe o que as revistas expressam, jornais publicam, televisão transmite, estilista lança, publicitários alardeiam.
Você acha que a ode à magreza é uma característica sua? Você acha que estar um pouco mais roliço lhe deixa nervoso por causa de um descontentamento inerente seu? Se você acha esta enganado.
Você valoriza silhuetas esguias, porque há anos são elas que estampam capas de revista, desfilam seminuas com os biquínis que você sonha em ter no verão, e estão ao lado dos galãs do cinema internacional e, em alguns casos, nacional.
Infelizmente, se “tudo” mudar, ter um quadril redondo, pernas pouco malhadas e uma barriguinha menos “sarada” serão seus objetivos. O ser humano segue a mídia e a moda por ter certa carência interior, uma vã vontade de ser “aceito” e, portanto, admirado e elogiado.
Falo “infelizmente” porque o “tudo” que pode mudar são os ditames da mídia, não os conceitos de cada cidadão, aliás, a maioria desconhece o que significam “opiniões pessoais”, afinal, por trás das “suas” estão uma série de fatores alheios, mas que ela “adapta” como se fosse seu, sem sequer perceber.
Quanto maior a obsessão do individuo pelo seu reflexo no espelho, menor sua auto-estima, seu contentamento e, em não raros casos, seu humor, sua alegria de viver e sua leveza (da alma, a única relevante). Portanto, antes de se matricular numa academia, de correr em vias públicas, de fazer plástica, dietas restritivas ou outra espécie de cirurgia analise o “porque” você não se sente bem, se é que realmente se sente “mal”. Se a questão for a sua saúde, é um bom motivo para começar a se exercitar, se seu médico alertá-lo.
“Aprenda” a pensar, afinal, se a mídia fizer suicídio virar moda e considerá-lo “glamoroso” a densidade demográfica irá diminuir rapidinho. O mundo precisa de pessoas com idéias próprias e não de gente repetindo o que os “famosos” e poderosos dizem e deixam implícitos na publicidade que o mundo “consome”.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 29 de janeiro de 2012.

Mau hábito

Mau hábito

Pessoas que têm o triste hábito de julgar a vida alheia não são imparciais e, portanto, suas conjeturas como “julgadores” do que não lhes pertence não merecem consideração.
Seres humanos julgam com base no que são, em como pensam e sentem. De regra quem esta passando por dificuldades tende a crer que o outro sofre menos, que sua vida é mais fácil e ele é mais bem sucedido e feliz.
Cidadãos infelizes, porém prepotentes e arrogantes vêem “caos” aonde ele não existe. Essa é sua “terapia” pró-auto-estima, uma forma de sentirem-se “melhores” através do menosprezo aos atos, pensamentos, enfim, a vida alheia.
Não dê atenção para aqueles que julgam aos outros e suas vidas, porque há mais deles em seus julgamentos do que realidade que, se lhe interessar, você aferirá com seus próprios olhos e razão. No entanto, nunca esqueça que a única vida no mundo que merece a sua atenção é aquela que lhe pertence.
Cuide dela, seja feliz, esqueça o que pertence aos outros e a eles deve interessar, ame quem merece seu coração, admire quem lhe conquista e fale suas opiniões quando elas terão boa utilidade, esta é a melhor forma de contribuir com a melhora do mundo e, principalmente, com a felicidade de quem lhe cerca, de quem esta em sua vida, nunca por acaso, é claro.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 29 de janeiro de 2012.

Bom gosto, elegância e dinheiro.

Bom gosto, elegância e dinheiro.

Não confunda poder aquisitivo com “classe”, não confunda riqueza com caráter, não confunda a existência de um bom fundo bancário com bom gosto. Uma coisa não se relaciona objetivamente com a outra, o que não impede do Universo lhe apresentar casos em que elas “coincidam”.
Dinheiro vem de “berço”, caráter, elegância e bom gosto não. Bens materiais são herdados, benesses morais são transmitidas mediante educação, e, sobretudo, amor. Se você for uma pessoa honesta, valorosa, respeitável, se possuir equilíbrio psíquico e afetivo e tiver uma boa conta bancária, a sorte será sua, do contrário, saiba que dinheiro não compra as principais virtudes para quem almeja ter uma vida boa.
Não raras pessoas têm dinheiro para comprar tudo de bom que possam desejar, mas lhes falta gosto apurado, inteligência para diferenciar o que vale a pena ter do que não é necessário, equilíbrio para sopesar o valor do excessivo e do aprazível e racionalidade para diferenciar onde se pode economizar de onde não é preciso, ou seja, sabedoria para saber bem viver e, portanto, “bem gastar” naquilo que lhe faz bem, algo que, diga-se, quase sempre vale à pena.
Outros indivíduos abonados são carentes, tristes, solitários, alguns têm moral, caráter e elegância em total desproporcionalidade com o carro que possuem, casa em que habitam e dinheiro que guardam. Não são poucos os ricos que carecem de princípios, de amor próprio, de boa educação e sensibilidade.
Então, não seja bobo, escolha o que tem valor para você: dinheiro ou bom gosto, dinheiro ou afetuosidade, dinheiro ou honestidade, dinheiro ou princípios morais, dinheiro ou elegância. Afinal, eu lhe garanto que a maioria das coisas valorizadas materialmente pela maioria, não tem o menor valor afetivo e moral. No entanto cada homem busca aquilo que prioriza.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 29 de janeiro de 2012.

Relações à moda antiga

Relações à moda antiga

Se a vida fosse um restaurante e os relacionamentos fossem um “estado” do filé eu sempre pediria “à moda antiga”. Não me importa os novos temperos usados, não me importa o vasto “leque” de opções, eu sou simples e valorizo o que é bom e sempre será.
Afeto, intimidade, carinho e admiração antes de sexo, namorar e não “ficar”. (Aliás, que “coisa” é essa? Seria o nome dado a relações vazias com sexo “mil” e amor zero? Francamente, prefiro não pensar a respeito). Você pode se equivocar sobre seus relacionamentos e pessoas que escolhe para ter por perto algumas vezes na vida, isso é normal. Homens confiáveis confiam demais, homens encantadores, se encantam mais facilmente. Todavia, fazer do erro uma regra não é sinal de inocência e maturidade, mas indício de burrice, de desespero.
Eu não quero “cantada”, quero elogios sinceros, não quero que alguém pegue na minha cintura sem antes sentir minhas mãos e minha energia, eu não quero nada que seja superficial, por um dia, por uma noite, por uma semana. Ou é intenso, ou me dá a “idéia” (ainda que ilusória) de ser “permanente”, ou eu dispenso antes de começar.
Voltando a comparação da vida com um restaurante: eu nem peço o que aparenta ser bom, mas não vai me nutrir e agradar meu paladar se eu pedir por engano, não como, mudo o pedido, ainda que isso me onere e eu precise esperar mais tempo, enfrentando, calada, a minha ansiedade.
Não quero homens egoístas e fúteis, quero uma pessoa que saiba amar, valorizar e estimar o “estimável”, um cavalheiro que saiba diferenciar o “joio” do trigo, a maioria infame, da minoria valorosa. Uma pessoa que ofereça carinho e não banalidades, com licença, mas vou fazer meu pedido: Senhor, uma relação à moda antiga, por favor.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 29 de janeiro de 2012.

Distinções: beleza e riqueza.

Distinções: beleza e riqueza.

O que diferencia um indivíduo do outro, ou melhor, o que torna uma pessoa mais valorosa do que a outra não é quão abonada e poderosa ela seja, mas o que ela considera riqueza, o que ela busca e prioriza.

Valorosos e dignos são os homens que estimam o que vem da alma, do coração, da mente sã e contente, não o que vem do banco, do reflexo no espelho, não do que se insere numa declaração de imposto de renda.

Infelizmente o mundo esta cheio desta espécie infame de “contadores” das finanças alheias, ou melhor, “contadores afetivos” do que o outro possui. Pessoas de almas pobres que buscam o que o outro tem, e não quem e como ele é.

Tem valor o que não se afere no espelho, nas aparências, na conta bancária, mas o que se demonstra em atitudes, palavras e gestos singelos. Aliás, cumpre salientar que a beleza é algo procurado por aqueles que não encontram nenhuma virtude mais bela e estimável no outro.

Assim como a beleza costuma ser prioridade dos que não têm nada melhor, mais puro e de “coração” para oferecer, a busca desenfreada por riqueza acomete quem não tem maiores riquezas do que a “matéria” para poderem ostentar e, portanto, “encantar”.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 29 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sérios

Sérios

Não ignore alguns fatos quando eles parecem óbvios. Um exemplo desta espécie de fato é o de que, quanto mais "a sério" uma pessoa leva as demais, seus relacionamentos e atos grandiosos e marcantes, mais raros eles serão em suas vidas.
Quem não leva pessoas a sério se relaciona com várias, dorme com muitas, engana todas. Quem se respeita e, portanto, respeita ao próximo, é mais seletivo, mais reservado, e considera bem todas as possibilidades antes de agir.
Não é feio ficar solteiro muito tempo, não é feio casar-se num período da vida em que todos dizem que é "tarde", feio é trocar de pessoas e relações como quem troca de roupa, feio é achar que casamento é algo sem fundamento, reciclável e descartável. Feio é não levar pessoas, sentimentos e relações a sério.
Na verdade, quanto mais fugaz um indíviduo for, maior será tal caracteristíca em seus "empreendimentos afetivos". Pessoas com boa base moral e emocional pensam mais antes de agir, antes de dizer "sim" para qualquer oportunidade, pessoas sérias costumam ficar sozinhas por mais tempo, por muito tempo ou "quase sempre", mas não fazem ninguém se arrepender de ficar ao seu lado.

Passo Fundo, 27 de janeiro de 2012.

Cláudia de Marchi

Pragmáticos

Pragmáticos

Você não precisa ser vazio e superficial para ser pragmático, assim como não precisa ser um "mistério" ambulante para ser imprevisível. O mundo carece de pessoas objetivas e práticas.
Palavras foram feitas para serem usadas, logo, não admita apenas agir se você pode ser sincero e dizer para quem você ama o que sente, contar para quem convive com você o que lhe incomoda, lhe preocupa ou lhe magoa.
Não seja tolo, nao presuma que as pessoas vão lhe entender por causa dos "sinais" que você deixa. Ser racional é ser franco, ser sincero é saber usar os sentimentos e expressar seus pensamentos de forma educada e, sempre, transparente. Você não precisa de "detetives" que lhe desvendem, mas de boas pessoas que lhe amem.
O mundo precisa de objetividade, de pessoas que, educada e gentilmente, se abram, falem sobre suas agruras, digam uma para outra "quando" e "porque" estão descontentes ou decepcionadas. Sem que você se expresse nada muda ou é compreendido, nem quem você ama, nem você mesmo, seus sentimentos e forma de pensar.
Descubra a beleza da objetividade: se revele, não se omita, não se cale quando o que seus relacionamentos pedem são atos, palavras, elucidações, doçura, praticicade, enfim. Cultive o amor sendo franco, não fazendo mistérios desnecessários.
A vida é um mistério e cada ser humano é uma obra divina e especial, logo, não é preciso ser "misterioso", mas ser pragmático e franco para desmistificar e descomplicar o que lhe é possível tornar mais "simples", mais "claro", mais doce, melhor, enfim.

Passo Fundo, 27 de janeiro de 2012.

Cláudia de Marchi

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ousadia e coragem na derrota.

Ousadia e coragem na derrota.


Não é ousado apenas o homem que inova, que realiza, que conquista o que deseja, é, também ousado e corajoso quem desiste de algo para mudar de caminho, de trajetória, de escolhas quando visa outros resultados.
É preciso ter brio e coragem para deixar o comodismo de lado e começar de novo em qualquer esfera da vida, é preciso ser mais forte do que suas piores tendências para fazer o novo acontecer, para tornar as possibilidades, realidades.
Quando todos julgam que você esta mal, quando você se vê como um fracassado, quando suas forças diminuem, quando você se sente frágil, mas, apesar de tudo, reage e sai em busca de novos sonhos, você mostra que é um vencedor: apenas estava trilhando um caminho inapropriado.
Ser forte, corajoso e decidido quando tudo esta indo bem é fácil, ser tudo isso diante das crises, das derrotas e do fracasso é o maior sinal de auto-superação e brio que um homem pode dar. Na derrota você reconhece a capacidade do homem, seu potencial, fé, garra e força, no sucesso você descobre se ele merece ser bem considerado, se ele realmente fez por merecer o que conquistou, ou se foi apenas um aventureiro que “deu certo”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Realismo e seletividade

Realismo e seletividade


Você não precisa ser um gênio, não precisa ser “malandro”, não precisa ser malicioso, tente ser, apenas, atento ao que acontece ao seu redor e aprenda a confiar no poder das “regras” e costumes: se eles devessem ser ignorados não seriam tão habituais.
Uma regra das relações interpessoais é a de que, quem gosta, procura, telefona, vai atrás. Não faça conjeturas usando uma indulgência forçada para fomentar sua paixão, ou melhor, sua ilusão. Acredite, a dura e triste realidade, causam menos danos do que a melhor das fantasias.
Não é preciso ter um computador no lugar do coração e uma calculadora onde deve estar sua alma, basta observar, sentir, intuir e, na dúvida, fugir de encrencas, fugir do que “parece”, mas não é, e, o que é incrível: você sabe que não é ou tampouco “será” algo valioso.
Se não for possível se envolver ou se apaixonar por quem é apaixonado por você, por quem lhe procura, lhe visita, lhe escreve, lhe liga, não tente se envolver com quem não faz nada disso. Não seja um “suicida afetivo”, não seja mais uma daquelas pessoas que, por carência, se envolvem com quem não lhes merece e, cedo ou tarde, derrama rios de lágrimas por causa da má escolha feita.
Aproveite enquanto você pode deixar de se envolver, aproveite enquanto você esta em segunda marcha, afinal quando estiver em quinta numa reta, correndo, vai ser tarde para frear. Cuide de seu coração como você cuida de sua aparência, valorize-o, como você valoriza seu salário. É triste se envolver com quem não deve e, tarde demais, tentar se desvencilhar da dor. Você pode conseguir, mas vale à pena sofrer quando o descaso é óbvio? Creio que não, então pense bastante e siga sua intuição.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de janeiro de 2012.

Preocupações

Preocupações

Não convém se preocupar demais, não convém perder o sono por causa daquilo que você chama de “problema”. Se seus problemas têm solução, serão solucionados, se não tiverem, a sua insônia, nervosismo e ansiedade serão inúteis, e, o que é pior, eles irão deteriorar a sua saúde.
Seja mais sábio, use as emoções quando deve, quando se trata de sentimentos, de relacionar-se com boas pessoas, de resto, seja racional, pense, repense, sopese prós e contras, analise, se acalme e se conforme quando não houver solução imediata.
Ficar irritado e nervoso por conta de algum problema lhe faz ganhar outros, quiçá, realmente sem solução. Pessoas agitadas quando estão preocupadas ficam dispersas, outras ficam estúpidas e grosseiras, logo, são bombas sujeitas a explodir e ferir quem não merece, quem não tem nenhuma culpa sobre seu estado de espírito negativo.
Então, pense: quanto mais alto falarem suas emoções negativas, mais sua racionalidade deve gritar e calá-las. Quando é difícil manter a elegância, a paciência e a calma você tem mais a perder se não cultivá-las, se não agir racionalmente, enfim.
Não vale a pena criar problemas de verdade em virtude de um ou outro inconveniente que você superestima porque só pensa neles e em seu aspecto negativo. Relaxe, reflita, raciocine e não deixe que as más emoções e a revolta lhe façam ferir quem não merece.
Nenhuma perda pode ser tão dolorida quanto à da presença de quem nos ama e é por nós amado. Portanto, valorize mais as pessoas, elas estão acima de qualquer “inconveniente preocupante” que você acha que possui e se você magoá-las terá, realmente, um problema sério.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de janeiro de 2012

"Encantantes"

“Encantantes”


Eu não acredito em príncipes encantados, na verdade não acredito na existência de um ser humano “encantado”, acredito apenas em pessoas que me encantam por terem afinidades comigo, por serem sinceras, humildes, humoradas e gentis.
Eu creio nas pessoas que são “encantantes”, positivamente surpreendentes, não espero que os outros tenham o que eu não posso ter, portanto nunca esperei perfeição de ninguém: eu não sou perfeita, mas tenho virtudes e admiro quem as tem, em especial quando se assemelham as minhas - (o que é bastante natural dentre os seres humanos).
Gosto de surpresas, logo, eu quero ser surpreendida para me encantar, eu quero ver pessoas sinceras, gentis, amáveis, quero pessoas que sintam compaixão, que sejam pacientes, que saibam ou que tentem aprender a perdoar, a superar o que lhes faz mal e o que possuem em si que pode prejudicar ao outro.
Quero espontaneidade, risadas meigas, mais humor, mais sarcasmo, menos deboche, mais simpatia, mais elegância, mais alegria, menos vulgaridade, quero mais intimidade, mais “conhecimento” do outro, menos mistério, menos entrega vã, menos entrega sem sentimento, sem ser intimo do outro.
Quero ligações, quero procura, rosas, lembranças, presentes, carinho, presença apesar da distância, afeto, amor e carinho doados da forma virtual ou real, da forma, portanto, possível para que se façam presentes.
Eu quero pessoas que saibam superar o que pode afastar, quero pessoas que queiram a união, a paciência o afeto e não o radicalismo tolo, a revolta imatura, o ter em detrimento do ser, o “aparentar” em detrimento do sentir. Aliás, eu só quero conviver com pessoas maduras, profundas e destemidas, apenas estas sabem viver bem e bem amar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de janeiro de 2012.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Demasiadamente humano

Demasiadamente humano


Eu sou intolerante a mentiras, tal fato é uma característica marcante da minha personalidade. Todavia, eu não posso dizer que o fato de não mentir torna uma pessoa inesquecível, mágoa também marca, machuca e não se apaga da memória, todavia, algumas mentiras são compreensíveis, ou melhor, são menos sórdidas do que “poderiam” ser.
Eu já suportei pequenas mentiras por amor, mas, com certeza, a única mentira que eu jamais relevo ou perdôo é a que diz respeito a sentimentos, ao que o outro sente por mim, enfim. Não suporto quem diz que admira, gosta, deseja e não age, engana com palavras doces e se mostra amargo, porque falso.
Todo mundo mente, algumas mentiras são compreensíveis: as pessoas costumam omitir fatos que podem magoar quem elas admiram, em especial quando elas se sentem menos “admiráveis” do que o “admirado”. E, convenhamos, a omissão é uma “espécie” de mentira.
O que pode fazer você superar tal “enganação”? A intuição, a sensação de ser amado, bem quisto, valorizado e profundamente admirado pelo outro. Sentimentos não devem fazer parte de mentiras ou omissões, fatos “pouco” belos do passado, sim, pelo menos dá para “entender” a intenção do “mentiroso”.
Não que isso seja justo, bonito ou correto, é apenas demasiadamente humano, quem já amou e teve vergonha de algum ato passado, ou quem já foi amado por quem, por medo de ferir a própria imagem e perder a admiração, omitiu algo, sabe disso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de janeiro de 2012.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Não enrole!

Não enrole!

Eu sei que a verdade dói, mas o engodo, cansa, anoja, irrita e, portanto, deixa o cidadão iludido mais perto de um tumor maligno. Seja decente, não engane, não minta, fale sobre suas intenções ou ausência delas: não “enrole” ninguém.
Olhe os outros com a forma com que você deseja ser “visto”, aja com eles como você quer que ajam com você. Eles têm cara de palhaços ou de mentecaptos? Não? Então não lhes faça de idiotas. Aliás, nem um doente mental merece ser maltratado e enganado, a menos que você seja psicopata, logo o verdadeiro demente incurável é você.
Se você não quer a companhia de alguém busque as palavras mais educadas, a forma de ser franco sem ser ácido e diga a verdade. Se for necessário “adocicar” um pouco a amarga verdade, faça, mas não conte mentiras meladas para enrolar o sujeito.
Ninguém merece ou precisa ser enganado apenas porque você é covarde e não sabe ou consegue dizer “não, desculpa, mas não estou interessado”. Resolva a sua covardia e prostração, mas não use os outros de cobaia para seus atos falsos e enganos infames.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ônus da vida social

Ônus da vida social

É impossível viver sem criar atritos com outras pessoas, sem criar, no mais inconveniente dos casos, aquilo que se chama, sordidamente, de “inimizades”. Seguem exemplos, alguns, afinal, listar todos requeria um livro extenso.
Você constrói um grupo de camaradas, é diversão, junções, jantares, drinks, piadas e, em sua cabeça, você acha que é cheio de “amigos” e pode confiar neles. De repente você começa a descobrir que tais pessoas criticam suas opções, seus atos, seus pontos de vista.
Tal fato não seria ruim, afinal, ninguém tem a obrigação de concordar com você, péssimo, porém, é o fato de serem criticas depreciativas feitas nas suas costas por quem lhe chama de “adorável amigo”. Você, do alto de sua classe e auto-estima, não tira satisfações com o outro, ele pensa o que quiser e, se quis criticar-lhe nas suas costas, azar o dele. O que você, sabiamente faz? Afasta-se, ignora, apaga de seus contatos e, as animadas jantinhas, nunca mais serão feitas.
Então, você foi vão ou injusto? Obviamente não, mas os seus ex-amigos não vão interpretar isso bem e, se fingiam que gostavam de você, agora passaram a desprezá-lo, a falar mal, a tripudiar e, seguidamente, inventar histórias que desabonem sua moral.
Outro exemplo: você estava conhecendo uma pessoa do sexo oposto que, aparentemente, tinha afinidades com você, até que, por um motivo intimo ou outro, dependendo do affair que surgiu, você pensa, pensa e repensa, mas acaba concluindo que não deve seguir adiante, que tal pessoa não combina com você ou, simplesmente, não é o que você espera para sua vida afetiva e, se continuar e for falso, ambos acabarão magoados.
Qual o resultado lógico depreendido de ambos os singelos exemplos? Mesmo que você não queira, mesmo que você não peque pela falsidade, pela má-fé, egoísmo e malícia, alguém irá se magoar e, muitas vezes, se ressentir com você e, portanto, enviar-lhe pensamentos negativos.
A questão é: você malbaratou seus sentimentos, foi falso ou, foi apenas franco, sincero e tomou a melhor atitude possível? Em 90% dos casos você fez o seu melhor, foi justo e racional, mas quem se considera magoado não esta dando a mínima importância para isso. Ele quer seu mal, quer lhe odiar, quer lhe prejudicar, ainda que seja com fofocas e mentiras sobre sua conduta e moral ilibada.
O fato real, mas lamentável, meu amigo, é que mesmo que você seja justo e correto, sincero e transparente, você vai terminar magoando alguém, isto porque, as pessoas esperam apenas o que querem, elas idealizam e fogem do realismo: se as coisas não ocorrerem como elas desejam, interiormente elas viram feras. Feras feridas e perigosas.
Enfim, por mais justo que você seja, inimigos não são algo que você faça deliberadamente, eles constroem um palácio de ilusões e, diante de sua sinceridade, o colocam a baixo e acabam por crer que o destruidor de sonhos é você. Então, tente ser realista, você não têm inimigos, são eles que lhe colocam em tal (tosca) posição. Resumindo é o seguinte: é impossível ser você, seguir seu coração, intuição, opções, valores, princípios e opiniões, viver, enfim, sem magoar ninguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de janeiro de 2012.

Meu lado felino

Meu lado felino


Eu gosto de toque, de pele na pele, de carinho, de afago. Tenho meu lado felino: busco as mãos de quem eu amo para senti-las acariciando em meu rosto, para apertá-las junto a mim.
Todos os gatos que tive e, logicamente, amei, eram assim: após um afago, buscavam, com suas pequenas e meigas cabecinhas, as mãos de quem lhes fez carinho, como se dissessem: “É bom, quero mais.”
Existem duas formas de demonstrar amor com sinceridade, a primeira é pelos atos, a segunda é pelo olhar e pelo toque. Nenhum poema romântico toca, literalmente, o nosso coração, como um passar de mãos, um carinho, um afago, um olhar terno de encantamento.
Beijar é bom, mas tudo começa com o toque de mãos. Tem quem discuta onde fica o ponto “G”, o ponto “isso”, o ponto “aquilo”, na minha concepção, a maior zona erógena é a pele, logo, nada pode ser mais excitante do que o toque.
Não falo vulgarmente, valo no toque com ternura, com carinho, não nesses afagos sexuais e não afetivos que ocorrem por ai, quando as pessoas mal conversam, mal encontram afinidades entre si e saem cedendo seus corpos com quem não possuem intimidade.
O meu lado felino é seletivo, gosta de quem gosta de mim, busca o toque de quem tem carinho para me dar, de quem me admira, sou leal com quem me ama e com quem eu amo, não sou inocente como um cão que só sabe dar amor sem saber a quem. Amor eu sei dar com maestria, mas apenas para quem me encanta, me conquista, me cativa, me atrai, me acarinha, me ama e me ganha, enfim.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 20 de janeiro de 2012.

A vida não pára.

A vida não pára.


Podem amanhecer novos dias, pode chover, pode o sol brilhar, o ano mudar, a idade aumentar, o salário contentar, o filho nascer, o amor aparecer, nada ficará realmente melhor se você não melhorar, se você não mudar.
A ironia da vida é que ela esta sempre em mutação, a todo instante muito se cria, nasce, modifica, brilha, morre, renasce, mas mudança alguma é válida para o seu bem estar, apenas a que provém de sua vontade, pensamento e atitude.
O tempo aprimora os inteligentes, chateia os tolos, amadurece os jovens, torna os humildes mais sábios, ameniza lembranças dolorosas, torna os bondosos mais sapientes e pacíficos, mas não faz milagres.
O aprimoramento, a evolução e toda espécie de sonho e meta que o homem tenha não se realizam milagrosamente, nem com o decurso do tempo: se você não mudar, se você não refletir e agir, podem os dias se passarem, os anos chegarem, a idade aumentar, nada, absolutamente nada mudará.
A vida esta em constante movimento, mas ela não é táxi: nem mediante pagamento ela pára para lhe esperar, se você for muito leniente se sujeita a ser atropelado. É você quem tem que refletir, agir, mudar e colocar em prática seus propósitos, a vida não vai esperar você resolver tomar as atitudes que precisa para ser uma pessoa melhor, mais sábia, mais feliz e mais próspera.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 20 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Virtualidade excessiva

Virtualidade excessiva

Eu estou um pouco cansada do mundo virtual, sites de relacionamento, Messenger, emails, toda forma de contato que nos dá a sensação de estar conhecendo as pessoas e de estarmos sendo decifrados, afinal por mais utilidades que tenha, jamais suprirá o bom e velho diálogo “ao vivo”.
Sinto falta dos flertes da época em que o sujeito não perguntava nosso endereço no Facebook ou MSN, apenas se comprometia em nos telefonar no outro dia. E ligava, não passava a noite mandando mensagens românticas que antecedem um jantar insosso.
As pessoas estão perdendo a habilidade de serem legais enquanto se tornam “teleguiados”. Ninguém mais curte a vida, as férias, os amigos sem publicar fotos e afirmativas elogiosas na internet, ninguém muda o visual sem contar ou colocar fotos no Facebook. É como se a maioria precisasse da aprovação alheia, precisasse ser bem quisto, bem julgado e, para tanto, se expõe muito e bem, se exibe.
Faz falta o “pessoalmente”, faz falta os elogios a nosso humor e alegria e não a nossas fotos aferidas nos sites e programas que possibilitam a interação a distância. Faz falta uma pessoa elogiar seu cheiro e não a frase que você postou, faz falta o contato humano no mundo real e não a simpatia do mundo virtual.
Não nego o inegável: a internet possibilita o surgimento de vários relacionamentos que não nasceriam sem ela, ela aproxima as pessoas, mas, como tudo, tem seu lado avesso, afinal, de tanto aproximar cidadãos e diminuir distâncias ela acaba distanciando as pessoas do mundo real e afastando a distância entre os indivíduos longe do teclado.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de janeiro de 2012.

Caro e barato

Caro e barato


Não chame um serviço ou um produto de "caro" sem que o conheça bem. Não raras vezes o que é "barato" acaba custando "caro" e o que, a primeira vista, você acha "caro", se mostra útil, benéfico e, o principal: de muita qualidade! Se você tem bom gosto deixa os termos "caro" e "barato" de lado seguidas vezes.
O preço dos produtos e serviços tem, via de regra, ligação direta e imediata com a qualidade dos mesmos, produtos melhores, cujo processo de produção foi mais trabalhoso em busca da excelência e aprimoramento, acabam custando mais, porque valem, literalmente, mais.
É claro que fazer uma premissa alegando que “tudo o que é caro é melhor” é estupidez. No quesito preço, qualidade e eficiência nada pode ser generalizado. É necessário experimentar os produtos, o serviço prestado e, apenas então, concluir se o valor pago foi “caro” ou “barato”.
Caro é tudo aquilo cujo valor é desproporcional ao beneficio oferecido, barato, por sua vez, é tudo aquilo cujo preço é inversamente proporcional as benesses oferecidas. Pagar barato pelo que é de pouca qualidade não significa que o objeto seja “barato”, mas que ele tem, apenas, um preço condizente com sua pouca utilidade e eficiência. O pouco preço, o barato é a regra, o diferencial é ser bom, valer muito e ter um valor justo, é desta forma que o caro se “torna” barato.
Quem busca qualidade e beneficios deixa de usar a calculadora para usar a mente, a inteligência, o pragmatismo, não é a toa que pessoas avarentas são tolas, elas não se importam com a qualidade e benefícios dos serviços que contratam ou produtos que adquirem desde que não precisem gastar muito. Eu chamo isso de cara ignorância.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Meus rituais

Meus rituais

Mulheres como eu não agem, fazem rituais. Eu não uso sapato de salto para ficar maior, eu uso salto para aumentar minha auto-estima, eu não passo rímel nos cílios para realçar o olhar e alongá-los, eu uso para ver a vida com uma sombra maior, capaz de tapar o que não desejo enxergar.
Eu não passo batom para deixar meus lábios mais desejáveis, eu os pinto para que eu pense mais no que deles sairá, para que, da minha boca só saiam palavras doces, cômicas e alegres. Eu não coloco mega hair para sentir que tenho mais cabelo, só uso quando eu quero me sentir mais feminina, mais sensual, quando, pois, minha auto-estima não esta nada alta. O comprimento dos meus cabelos e a altura dos meus sapatos é inversamente proporcional ao meu amor próprio.
Eu não mudo a cor de cabelo, eu não mudo o corte de cabelo, eu mudo de postura, mudo meus sonhos, mudo minhas metas, minhas expectativas, minhas idéias. Enfim, eu não vivo, eu ritualizo. Eu não passo perfume para dormir para deixar meu travesseiro mais cheiroso, eu quero perfumar meus sonhos, meu sono, minha alma. Eu não passo creme no rosto para manter a pele jovem, eu uso bons cosméticos para sentir a pele macia enquanto eu a acaricio e penso no quão melhor eu serei quando ela estiver menos viçosa, mais enrugada, mais velha.
Eu não vou ao dentista para deixar os dentes claros e saudáveis, eu cuido da minha boca para que ela se feche pouco, para que sorria sempre, para que, até nos momentos tristes, através do aprendizado, exista um ar de riso, de autoconfiança, de esperança e felicidade, mas que, quando o que a mente quiser expressar for sujo e feio, a boca se cale e eles mordam meus lábios para que eu não diga o que pode magoar quem eu gosto, quero bem, e admiro.
Eu não compro bolsas caras porque elas são bonitas, eu compro bolsas que me agradam e que, assim como marcam minhas finanças, marcam novos momentos, novos começos, novas fases. Fases em que elas irão me acompanhar. Eu não uso jóias para esnobar, não me visto com elegância para ser bem julgada, eu me adorno, me enfeito e me arrumo, porque a vida é curta demais para guardar o que é belo para um “depois” que pode não chegar. Eu não tenho medo que ladrões levem minhas jóias, meu dinheiro ou minhas bolsas caras, eu só receio viver sem aproveitar o bom da vida, por isso eu não faço dietas restritivas e nem deixo de estar com quem eu amo para cuidar do meu corpo numa academia. A matéria perece, o espírito se aprimora, portanto é dele e dos meus bons instantes que eu zelo com maior afinco. Logo, eu não escrevo, eu faço terapia com o papel e o teclado. Eles são meus amigos e, por amá-los, não sei viver longe.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de janeiro de 2012.

Minha melhor resposta

Minha melhor resposta


Eu não sei ser grosseira, não sei mais dar respostas bruscas na maioria das vezes em que minha raiva aumenta, o que não significa que eu não me magoe, não me ofenda, não sinta e não lastime a estupidez alheia.
Apesar de comunicativa eu não consigo falar o que penso quando estou muito indignada, primeiramente porque não gosto de ser grossa, em segundo lugar porque, quando o sistema nervoso, a agitação e a raiva falam alto, a razão, a compaixão e a coerência se calam.
Não gosto de perder a razão magoando as pessoas que me ferem, todavia, eu sinto e costumo não esquecer, mas opto por apagar quem me magoou da minha existência. Ela é curta demais para eu conviver com gente estúpida e sem educação.
Não é sempre que eu vou defender meu ponto de vista, minhas idéias, quanto mais raiva eu sinto, quanto mais magoada e ofendida eu ficar, mais calada eu fico, o que não é virtuoso, é apenas uma forma coerente que encontrei para segurar a minha cólera, afinal, quanto maior a mágoa, maior a ira e a crueldade de nossos gestos e palavras.
Eu tenho o direito de me magoar, de me ofender, de sentir raiva e ira, todavia não devo ser estupida como quem me fere, não devo falar tudo o que penso quando a revolta me cega. A vida me ensinou que, nos momentos em que é mais dificil calar-me, é quando o mundo mais precisa do meu silêncio, da minha ponderação.
Eu já abri a boca para desabafar e falar palavras rancorosas, eu sei ser muito cruel, mas hoje em dia eu prefiro ficar quieta e me afastar, sem cair ao nivel baixo dos desinstruidos que me ferem.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de janeiro de 2012.

Igualdade desigual

Igualdade desigual

A maioria das formas de criar “igualdade” beneficiando quem é considerando mais frágil dá inicio a formas esdrúxulas de outras desigualdades. Analisando as cotas em universidades, benefícios para negros ou pessoas menos abastadas, bem como o julgamento em beneficio do trabalhador, o moralismo que protege as mulheres em casos de estupro presumido, verifico que existe forte desigualdade em detrimento da capacidade e moral dos outros.
Se a palavra de um réu, de um trabalhador, de uma mulher vale mais do que a do homem, do empregador e do autor ou vítima, a lógica se perde, a igualdade se torna um mito inalcançável. Sem análise especifica de cada caso, qualquer “in dubio pro” é estúpido, é vão. Se você privilegia o trabalhador numa demanda trabalhista, os empregadores honestos serão prejudicados, se você dá cota para negros de baixa renda, os brancos pobres e estudiosos perdem chances.
O sistema de cotas e toda forma de beneficiar uma minoria são atos, de regra, emanados pelo Estado, para amenizar a “culpa social” pela escravidão e todos os atos que menosprezaram e humilharam pobres e mulheres na sociedade (ainda mais) machista, racista e preconceituosa, de outrora.
Ocorre que “culpa” não ajuda, não sempre. Existem casos em que as cotas funcionam com justiça? Obviamente sim, nenhum sistema, nenhuma ação é sempre tosca ou inútil. Elas têm um “papel” a cumprir e quase sempre cumprem, mas, em detrimento do “que”? Dos inocentes, dos homens enganados por mulheres astutas, dos brancos pobres que querem estudar e “mergulham” em livros, dos empregadores de boa-fé e honestos, enfim, em alguns casos, sempre alguém se prejudica.
A forma mais justa de remir os erros do passado é mudar a forma assistencialista com que o Governo lida com a população para o sistema de meritocracia, o que vale na questão de cargos públicos, como acontece no Judiciário americano, por exemplo.
Analise o passado da mulher que alega ter sido estuprada quando não houve uso de força ou arma, analise o passado dos jovens pobres (independente de cor de pele) que pleiteiam vaga em instituição de ensino superior, analise o passado do empresário e do trabalhador, veja seus méritos, seus deméritos, analise a situação especifica e, então, decida. Este não será um sistema perfeito, nada é perfeito a ponto de contentar a todos no mundo, mas é um sistema mais lógico, mais racional. Se todos são iguais perante a lei todos devem estar sujeitos aos mesmos critérios de avaliação e julgamento, nem sempre tratar desigualmente os desiguais dá certo, o melhor seria tratar todos com igualdade respeitando as diferenças e o que elas influenciam para diferenciar uma pessoa da outra.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de janeiro de 2012.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mudar

Mudar


É estranho envelhecer, amadurecer e, ainda assim, ver que a vida esta no inicio porque chegamos ao “marco zero”: percebemos que não estamos contentes e queremos mudanças.
Nada depende do quão cedo começamos, mas do quão feliz nós nos tornamos com nossas escolhas. Estar descontente não é feio, se manter neste estado, se tornar amargurado e infeliz com a vida, é.
Não tenho do que me envergonhar, portanto admito: eu quero mudanças na minha vida, quero muitas mudanças. Quero mudar de carreira, quero mudar minha forma de gostar e de me encantar com as pessoas.
Quero ser mais leve, quero ser mais branda, quero ser mais certeira, quero me apaixonar mais por quem merece mais, por quem precisa do meu sorriso, por quem faz por merecer minha entrega, minha devoção.
Não quero chegar ao amanhã infeliz com minhas escolhas da terceira década da minha vida, me contento em não estar realmente contente com as decisões que fiz entre a primeira e o final da segunda, mas que, ainda que por caminhos tortos e íngremes, me tornaram uma pessoa (um pouco) melhor.
Existe remédio quando não é tarde demais, quando ainda temos vontade, garra, determinação e tempo. Nunca é tarde para mudar quando se sabe o que quer. E, apesar de tudo, eu sei.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de janeiro de 2012.

Armagedom moral

Armagedom moral


Eu não li a respeito do final do mundo, não me interessa se 2012 será o ultimo ano de nossas vidas, o que eu desejo é que o homem não me faça crer que o mundo esta acabando porque seus valores estão se extinguindo, mas não é o que esta acontecendo, infelizmente.
Existem novos “deuses” na humanidade, por eles tudo se perde, por eles as pessoas se distanciam do divino, do sagrado, da bondade, da pureza. Chamam-se fama, dinheiro e poder.
Pelo dinheiro se deseja a fama, pela fama se vilipendia a moral, pelo poder se vende a alma, é assim que o mundo esta andando, o que me assusta, me agita o coração, me irrita e entristece.
Não importa como você ganha dinheiro e se mantém, importa que você tenha uma boa conta bancária, carros caros, roupas modernas, corpo conforme os padrões de beleza, uma bela casa e conforto. O ter em detrimento do ser é, para mim, um indicio de que o homem esta terminando com o que existe de bom e puro no mundo.
Eu não lamento um apocalipse, eu lamento o armagedom moral causado pelo homem. Qualquer revolta divina diante do materialismo desenfreado não me apavora, talvez até me tranqüilize, do jeito que esta o mundo é todo dia um susto: ouço uma afirmativa aberrante, tenho alguma surpresa que me causa estranheza, posto que o belo, o caro e o elegante são mais estimados do que o bom, o sincero e o sagrado.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 15 de janeiro de 2012.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Minha melhor vingança.

Minha melhor vingança.


Há não muito tempo eu achava que era bom ser "justa": nunca maltratei ou magoei quem não me feriu primeiro, mas aproveitava a oportunidade de retribuir a maldade. Hoje, porém, eu me contento em ser feliz, em ser cristã.
A felicidade requer a bela capacidade de saber ignorar quem não nos merece e, por isso, nos magoa. Atualmente eu posso ser maltratada ou magoada, porém não retribuo mais o mal que me fazem.
Deixo para trás quem me magoa e nunca mais lhe dou confiança, esta é a melhor "vingança", a melhor forma de colocar quem não presta em seu devido lugar: distante da minha vida.
Outrora eu não aceitava retribuir o mal com o bem ou silenciar, outrora eu queria ter a ultima palavra, hoje eu me satisfaço tendo a derradeira atitude: ignorar, dar as costas e não olhar para trás.
Não sou vingativa, mas não sou Deus. Não tenho a obrigação moral de aceitar na minha vida quem me maltrata, mas também não me ordeno a responder, a ferir, a me vingar. A minha melhor resposta é o meu silêncio, a minha melhor vingança é esquecer quem me fere, é deixá-lo no meu passado.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 15 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Suicidas e outros "pecadores".

Suicidas e outros “pecadores”.


Durante boa parte da minha existência eu critiquei os suicidas. Provavelmente pela influência religiosa de minha educação. A religião que, por um lado nos ajuda nas intempéries da vida, por outro, limita nossa compreensão acerca do “alheio”, nos torna, portanto, hipócritas, capazes de crer no “invisível”, apregoar belas palavras e não compreender seu semelhante.
Os conceitos religiosos acerca de sexualidade, reprodução da espécie, sexo, aborto, casamento e morte são os principais culpados pela existência de nossos preconceitos. Por que, afinal, você quer um filho heterossexual? Por que, mesmo diante da alegria de seu filho gay, você, como pai, se entristece? Por que não aceitar a felicidade do outro, sendo ele quem é e como é? Provavelmente porque, praticamente todas as doutrinas que as pessoas conhecem, desprezam o homossexualismo, o aborto e o suicídio.
Onde esta o “individuo cristão” quando ele, se sentindo Deus, condena homossexuais, suicidas e a mulher que, desolada, aborta? Frise-se que nem só a religião católica cerceia a liberdade de pensamento, de perdão e de análise do homem. De uma forma ou outra, todas as religiões criam no ser humano, quase sempre carente de consolo, inúmeros preconceitos.
“Isso é errado”, “isso é normal”, “isso vai contra a lei de Deus”, enfim, uma série de afirmativas que, tentando moralizar o homem e torná-lo alguém “melhor”, criam infames preconceitos a respeito do justo e do injusto, do correto e do incorreto que, seguidamente, se tornam responsáveis por atritos entre as pessoas. Ao invés de instalarem a paz, instalam a discórdia, o desatino, o orgulho, a prepotência e a arrogância.
Por que um suicida, segundo as doutrinas religiosas, é fadado a ir para o inferno? Por que, por uma série de razões pessoais, ele desistiu da vida? Por que, então, Deus permitiu que ele perdesse a esperança, o amor e a confiança em sua vida, em sua sorte? Deus perdoa tudo, certo? É o que as doutrinas religiosas que legam o inferno aos suicidas afirmam. Por acaso não existe uma notória redundância entre o perdão divino e o inferno “garantido” a estes ou àqueles “pecadores”?
Acredite no que quiser, eu prefiro crer no perdão divino. Prefiro crer que, se existe um Criador, ele entende e perdoa suas criaturas. Crer em algo que avilte minha visão sobre indulgência, é descrer, é acreditar na crueldade de um Ser no qual quase todos acreditam, mas desampara a maioria. Se for para ter fé, que seja no Deus do amor e do perdão, do contrário, prefiro não crer em nada, apenas no arbítrio do ser humano diante de dores que só ele conhece.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 13 de janeiro de 2012.

Reclamações

Reclamações


A gente vê a comicidade da vida quando verificamos as diferenças entre as pessoas, sua forma de pensar e a maneira contraditória com que apregoam seus pensamentos na crença vã de que são mais dignas e sábias do que as outras.
Não adianta negar ou fugir da realidade: o que você “alega” é sempre “suspeito”, ou seja, é sempre parcial. Por trás de cada argumento reside um pensamento com base nos seus ideais, valores, educação, agruras e realizações.
De regra os indivíduos não gostam de ser contrariados, pelo fato, (óbvio) de que, mesmo que neguem, seus pensamentos são o reflexo de toda a sua existência e ninguém se acha, realmente, pior do que os outros, muito mais fácil e comum, é se achar mais nobre e virtuoso.
Então meu caro, é impossível viver sem reclamar do que lhe contraria, do que lhe fere, do que é o oposto de sua forma de pensar. Entenda-se o termo “reclamar” como o ato de dizer o que você pensa quando vai de encontro ao pensamento alheio.
Você alega que as pessoas não devem reclamar do que não gostam, que o mundo é lindo e “cor de rosa”, então as pessoas devem ser otimistas e quedarem-se silentes em relação ao que pensam, afinal, você crê que é “feio” o ato de “reclamar”? Pois, então: você esta reclamando de quem reclama, ou porque você não gosta de ser contrariado ou, simplesmente, porque a forma de pensar do outro macula seus princípios e pensamentos! É impossível viver, ser razoavelmente inteligente e nunca reclamar de nada.
Conviver é transigir, é opinar, é aceitar que o outro opine, é reclamar e aceitar que o outro reclame. Ninguém pensa igual a você, não fosse a capacidade humana de reclamar suas idéias ainda existiriam cidadãos escravizados e nosso Estado não conheceria o significado da palavra “democracia”.
Não critique quem critica, quem reflete, quem, mesmo contra a sua opinião ou a de outra maioria, fala o que pensa. Se você tem liberdade de expressão e a usa para criticar quem chama de “reclamões”, eles também têm o direito de reclamar, do contrário você não pode fazer o mesmo em relação a eles. Mas faz, e se sente bem por fazê-lo. Aceite as diferenças e não reclame de “reclamações”, afinal, guardar todos seus pensamentos para si faz mal para a sua saúde.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de janeiro de 2012.

Santos

Santos


Eu nunca prometi ser perfeita, nunca disse que sou santa. Santos existem para você crer neles, clamar sua ajuda e lhes agradecer. Eles não são pessoas com as quais você gostaria de conviver, embora seja atraente a idéia de ser “sempre” perdoado.
Pessoas que querem parecer santas são entediantes, chatas e orgulhosas. Santos não existem no seu convívio, ademais, ainda que eles existissem em sua vida, você não os suportaria: eles iriam corrigir seus atos e palavras seguidamente e nenhum ser humano adulto aceita repreensões de bom humor.
Eles falariam sempre a verdade a respeito de suas idéias, de forma que, sua perfeição, com certeza, iria lhe irritar. Sua luz iria ofuscar sua visão, você não o suportaria e o sujeito seria crucificado por você e por todos os que não suportam ser contrariados.
Infelizmente, o fato de você, como eu, ser imperfeito, não impede que os outros exijam certa perfeição de você. Seguidamente as pessoas requerem dos demais, virtudes que não possuem em si mesmas. É conveniente contar com a indulgência de uma pessoa perfeita, enquanto se pode fazer o que deseja com ela.
O “santo” sempre perdoa, é por isso que as pessoas contam com uma santidade que você não possui, mas, se possuísse, não seria por elas suportado ou “querido”: elas querem alguém que perdoe suas traições, suas palavras bruscas, atos ofensivos, negligência e egoísmo, mas que não critique, não fale, não repreenda, logo, se por um lado a perfeição é desejada, por outro ela é abominada.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Álcool

Álcool




Cara, seguinte: o fígado é seu, você bebe o que e quanto quiser, mas, por favor, não esqueça que beber não é algo lindo, admirável e digno de apologias. O álcool pode estar ao seu lado em momentos alegres, mas ele mata, ele entorpece seus sentidos, faz você agir e fazer tolices e, se você se “acostumar” com ele, vai usá-lo para tentar “esquecer” seus maus momentos, muitas vezes, causados pela sua ingestão excessiva.
Os amigos se encontram e bebem, isso é bom, certo? Sim, confraternizar é ótimo, mas, o que faz alguém inteligente pensar que beber “faz” amizades, se o álcool “afeta” seus sentidos? Em não raros casos, você ganha “amigos” porque paga a bebida deles, não porque conquista sua admiração. Hoje em dia, frise-se, você cativa belas mulheres pagando o que elas bebem, logo, apenas você deve “separar” o falso do verdadeiro, valorizar o certo ou o errado.
Eu não sou santa, comecei a tomar alguma bebida alcoólica com 27 anos e não acho que isso tenha servido de muita coisa. Aumentou as minhas multas de trânsito, o meu rol de gafes homéricas e fatos dos quais eu quero esquecer, mas, não bebi o suficiente para ter amnésia.
Sim, quem bebe tem história para contar, em especial cômicas e razoavelmente ridículas, histórias que, por “sorte”, não se tornaram trágicas. É o “acaso” que diferencia uma mulher que toma multas por ter bebido além da conta, de uma que mata alguém pela mesma razão. Álcool e volante não devem, nunca, ser misturados!
Embora, eu tenha demorado a gostar de álcool, em especial vinho e bebidas doces (só o que gosto), nunca limitei minhas amigas ou namorados no seu apego a bebidas alcoólicas. Uma coisa é ser abstemia, outra coisa é ser chata. Creio que cada um faz o que quer com o próprio organismo. Se o outro beber demais e fizer fiasco o demérito é dele, se o outro beber demais e você cerceá-lo, passa a ser o “tolo” da vez.
Beber pode ser interessante, mas moderadamente. O álcool deve ser a exceção, não a regra. Eu não acho bonito ver jovens beberem cada vez mais cedo, não me orgulho dos meus porres, enfim: beber não é bonito, nunca foi e nunca será. Como outras drogas ilícitas o álcool lhe entorpece, então, meu amigo, por que pessoas felizes e bem resolvidas precisam beber demais e com freqüência?
Eu não estou dizendo que você deve suspender seus “drinks”, happy hour e festas, quero, apenas, ser justa e diferenciar, devidamente, o que é belo do que não é: beber demais não é bonito, não é elegante, é, isto sim, perigoso. Pronto, acabei, pode me jogar pedras e me chamar de “imbecil”, eu aceito.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de janeiro de 2012.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Calo-me.

Calo-me.


Enquanto participante de reality show ser admirado pelo povo brasileiro, enquanto futilidade de atriz for considerada importante, eu me nego a assistir os canais de televisão brasileiros, com exceção dos telejornais, enquanto a aparência e o dinheiro prevalecer em relação à cultura e inteligência, eu me nego a ler a Caras e revistas assemelhadas.
Enquanto as pessoas buscarem sua felicidade em detrimento do bem estar alheio, dos bons valores, da honestidade e da individualidade alheia, eu vou preferir ficar em casa com meus livros, filmes, programas de televisão e gato a me reunir com os outros.
Enquanto as pessoas não tolerarem quem é diferente, quem vive de outro jeito e pensa de forma diversa, eu me recuso a participar de grupos de “amigos” e de convívio. Cada pessoa tem o direito de ser, pensar e viver da forma que lhe apraz, se você não é capaz de ser tolerante, seja lógico: fique só.
Eu não critico quem se afasta do convívio humano, eu me implico com quem gosta de se cercar de pessoas, mas menospreza o outro, apenas porque ele tem outra forma de pensar e de agir. Ser diferente e, até mesmo, ser “estranho”, não é defeito, se achar superior aos outros é.
Realmente, ouvir muitas coisas, ler várias noticias e reportagens, constatar que a cidadã de glúteo e peitos avantajados é mais valorizada do que a batalhadora que sobrevive com o esforço de sua mente e não com sua aparência, me decepciona, me frustra, me anoja. Todavia, eu não posso fazer nada em relação a isso, as pessoas valorizam, estimam e idolatram o que têm valor para elas, resta-me aceitar e me calar-me.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de janeiro de 2012.

Mudanças pessoais

Mudanças pessoais


Eu já fui radical, hoje eu sou decidida. Não tenho horror a nada, gosto do que é bem feito, do que é profundo, do que é interessante, não me implico gratuitamente com nada, nem com ninguém.
Tenho plena consciência de que não agrado a todos. Este nunca foi o meu objetivo, o que não significa, obviamente, que eu “goste” de ser mal quista por quem eu nunca prejudiquei, nunca enganei, enfim, nunca fiz nada de mal.
Eu me acostumei, todavia, a não ser suportada por quem não gosta de pessoas francas e independentes. Infelizmente, a maioria das pessoas não gosta de pessoas como eu, o que, porém, me deixa um pouco tranqüila, posto que eu sei que, quem gosta de mim, gosta pelo que sou e penso e não pelo que “imaginam” que eu seja ou pelo que eu “aparente” crer.
Transparência é minha principal característica. E, hoje, muito mais do que ontem, a educação e o “tato” no trato com as pessoas são relevantes para mim. Há pouco tempo atrás eu opinava quando ninguém queria saber minha opinião, eu criticava e falava meus pensamentos de forma gratuita, inclusive quando eles podiam magoar alguém.
Hoje em dia eu só falo se tiver algo de bom para dizer, não ganho nada dando minha opinião contrária a idéia de quem fala. Não sou político, não estou visando votos, não preciso falar o que penso sobre todos os assuntos se for para ferir alguém ou causar polêmica desnecessária.
Claro que, para aprender, precisei magoar quem não merecia e ser magoada sem necessidade. Mas, finalmente hoje eu sei a diferença entre franqueza e grossura, entre educação e arrogância, entre moralismo e moral, entre ter razão e ser justo.
Prefiro ser, apenas franca, educada, demonstrar o caráter em atos e não em palavras (moralismo), prefiro ser justa a buscar ter razão. A vida me ensinou que os homens se matam e guerreiam em busca da tal “razão”: todos crêem que a possuem, mas apenas os que sabem ser humildes e sábios são justos. A justiça é a única forma de manifestação da tão cobiçada “razão”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de janeiro de 2012.

Se importe com quem se importa com você.

Se importe com quem se importa com você.


Nem sempre a forma com que as pessoas lhe julgam condiz com seus atos e pensamentos. Então, não seja bobo: se uma pessoa não lhe considera, se ela não quer nada sério e verdadeiro com você, desista dela. Quem lhe merece, lhe valoriza, lhe respeita, lhe preza e, sobretudo, lhe procura.
Se aquela pessoa por quem você sempre teve interesse e, por tal motivo, foi simples, não complicou quando seus instintos e desejos falaram alto, não quer lhe dar o valor que merece, não percebeu que você agiu por encanto e não por voluvilidade, desista. Quem lhe coloca em posição de tentente nunca lhe erige a de capitão.
Não se iluda, não perca tempo com quem não quer ficar ao seu lado por carinho, por afeto, por simpatia, por atração e admiração. Não espere que o outro mude de idéia a seu respeito, mude de atitude em relação a ele, desista se não tiver recebendo a atenção que merece.
Os sofrimentos podem ser poupados se você seguir a premissa de tratar o outro como ele lhe trata e, principalmente, de dar valor e estimar, apenas quem lhe valoriza e lhe estima. Se é fácil? Nem sempre, mas vale a pena se controlar, enquanto existe tal possibilidade, enquanto a ilusão não cria raizes em sua alma e aumenta suas expectativas e sentimentos.
A vida é curta demais para perdermos tempo com quem não vê a alma e o coração por trás de nossos atos e aparência, com quem não quer ir além do simples, do fugaz, do descompromisso, do banal, do comum. Se importe com quem se importa com você!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de janeiro de 2012.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mudanças

Mudanças

As pessoas mudam quando querem mudar, quando se decepcionam, quando sofrem, quando levam alguma rasteira da vida e caem na sua dura realidade. Ou você se aprimora e aprende com seus próprios erros, ou até mesmo, vendo as contingências alheias, ou sua vida pára, perde o sentido.
Caráter não muda, mas atitudes e forma de pensar podem mudar desde que o homem queira. As pessoas melhoram quando sentem necessidade, elas crescem quando desejam, quando, humildemente aprendem com seus atos, de regra, mais com os errados do que com os acertados.
Eu não sou hoje a mesma que fui ano passado, nesta mesma fase. A cada experiência, a cada acerto, mas, em especial, a cada equivoco, a cada lágrima, a cada traição, a cada erro de julgamento e de atitude, a vida nos dá a oportunidade de aprender e, conseqüentemente, mudar a forma de agir e de pensar.
Como dizia um ex-professor da época da faculdade: “Só não muda de idéias, quem não as tem”. E é verdade. Enquanto você for altivo o suficiente para agir, batalhar, buscar o que lhe interessa, e, reconhecendo algum equívoco, mudar sua forma de pensar e de analisar a vida, tudo pode melhorar.
Não espere, porém, que alguém mude por você, que alguém mude porque você acha necessária a sua mudança. As pessoas podem melhorar por lhe amar, mas isso acontece independente de sua pretensão, via de regra, ocorre quando o sujeito sente a sua falta e não quando você esta a seu lado para reclamar “suas razões”. Evolua, aprenda, cresça, mude, cuide apenas do seu aprimoramento, da sua vida, a do outro não lhe diz respeito, não por menos ela é “alheia” e não “sua”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 09 de janeiro de 2012.

Infelicidade

Infelicidade


Ser feio não é defeito, ser ignorante ou ingênuo, também não, ser homosexual, doente, descrente, crente, negro, amarelo, mulato, branco, gordo ou magro também não é "feio". Triste é ser infeliz, triste é não se aceitar, não se amar, não se respeitar.
Nada pode ser considerado infame, vil ou defeituoso, apenas a infelicidade, ela é a mãe da inveja, da traição, da falsidade e de todos os males que surgem entre as pessoas.
Não existem pessoas bondosas que não possam agir mal, nem pessoas maldosas que não possam agir com bondade. Nenhum homem é apenas bom ou ruim, todos possuem os dois lados, depende de sua vontade agir de forma justa ou não, depende da sua felicidade e contentamento interior, ser nobre ou vão.
A infelicidade acentua a maldade dos individuos. O infeliz não aceita a alegria do outro, se atordoa ao ver sorrisos, inveja a aparência e o humor alheio. Ou seja, é o descontentamento do homem consigo mesmo que causa inúmeros inconvenientes na sua vida, e, principalmente, na de quem lhe cerca.
Ser infeliz consigo mesmo é defeituoso, é feio, é abjeto. A infelicidade é a feíura da alma que, não raras vezes, contamina os atos do infeliz que, aos poucos, se torna feio, desagradável, não fisicamente, apenas, mas interiormente. Seus atos, gestos, pensamentos e alma perdem a beleza inerente a toda a pessoa, graças a sua lamentável infelicidade interior.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 09 de janeiro de 2012.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Invejosos

Invejosos


Eu não sou uma pessoa nada fútil, mas desprezo gente descontente com a própria aparência e atitudes. Sabe aquelas pessoas que não podem ver um sujeito bem vestido e atraente que olham “torto”, como se o cidadão elegante fosse a Besta em pessoa? Pois é, essa gente faz mal para o meu estômago.
Tem quem chame de inveja, tem quem chame de “olho gordo”, eu chamo de “atitude inconveniente” de gente mal amada por si mesma. Sim, meu caro, não é triste os outros não lhe admirarem, não lhe acharem belo, elegante ou bom caráter, triste é você não gostar de si mesmo e da sua própria vida.
Quem não é contente consigo não aceita pessoas felizes com suas vidas, corpos e almas. Esses seres, que alguns chamam de “invejosos”, não lhe emanam boas energias. Ninguém dá o que não possui: quem não se acha bom, não possui em si nada que tenha tal característica, logo, sua vibração, seu astral e energias são ruins, sem graça, são, algumas vezes, repulsivos.
Antes de olhar torto para quem tem o que você acha que lhe falta, valorize o que você tem, ou, se o problema for material, tente batalhar para sentir-se bem. Se o seu problema é seu peso, engorde ou emagreça, faça plástica, lipoaspiração, dieta, academia, enfim, o que for preciso para você gostar de sua aparência.
Se o problema é o seu cabelo, corte, mude a cor, coloque mega hair. Se for o fato de ter muito busto, opere, retire, se for pouco, coloque silicone. Pegue dinheiro emprestado, parcele, afinal, fazer dividas não é tão ridículo quanto ser invejoso em relação ao que os outros são ou possuem.
Tudo o que é material pode ser conquistado, todavia, se o problema for descontentamento com sua inteligência, o negócio complica: não se vendem cérebros, nem almas. Entretanto, o fato é que a sociedade esta, no geral, tão fútil e baseada nas “aparências” que, quem é burro, mas se sente belo, não nota a parca inteligência e, portanto, não se torna um irritante invejoso. Na verdade, quem não é inteligente, sofre menos, como já disse o Raul Seixas.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Não por acaso...

Não por acaso...

O que une duas pessoas são as emoções fortes que despertam mutuamente, todavia, nenhum relacionamento se mantém pela emoção, mas, isto sim, pela razão.
Você pode entabular um relacionamento por atração, encanto, paixão, simpatia, enfim, por qualquer “algo” pouco explicável, mas não é sem explicação aquilo que faz você escolher uma pessoa para chamar de “meu amor”.
Você só respeita quem ama, você só ama quem admira, você só se mantém ao lado de alguém por constatar afinidades e por ter por ele um encanto muito maior do que aquele que fez você lhe olhar e achar atraente.
Pode ser por acaso que você conhece um amor, mas não é por acaso que, apesar das diferenças inerentes entre os seres humanos, você continua amando, você continua a desejar sua companhia, sua presença.
É preciso afinidades, é preciso bom diálogo, é preciso interação muito superior a famosa “química”, é preciso, pois, além de desejar o corpo, adorar a companhia, as idéias, os pensamentos e se sentir feliz pela simples idéia de querer, todos os dias, a presença de alguém em sua vida, durante todos os seus dias.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de janeiro de 2012.

Marcas

Marcas


Os melhores momentos de nossa vida são aqueles que poucos participam, são aqueles instantes em que o amor transborda em nosso coração, a energia positiva domina o ar. Não é preciso ser a paisagem perfeita, o lugar mais elegante, a melhor bebida, a mesa mais farta, basta que haja alegria, felicidade, coração farto de amor e contentamento.
Aqueles momentos que marcam sua memória não são divulgados, de regra não são nem fotografados. São instantes que você guarda na memória e, de tão preciosos que são, você não conta, não compartilha, apenas se recorda e sorri sozinho.
Não é preciso luxo, não é preciso ostentação. De todo o seu casamento, por exemplo, o que lhe marca não é a cerimônia, a comida, a boa bebida, tampouco a lua de mel. Se você amou e foi feliz você não vai esquecer as mãos juntas antes de dormir, o programa de televisão que lhes fazia rir juntos, os abraços, o sono após o almoço de domingo, o seu primeiro porre e a atitude do outro diante de suas gafes, o debate sobre o jogo de futebol onde você aprendeu o significado da palavra “impedimento”.
O que você não esquece, não é o passeio fotografado, são as noites de amor, o passeio a sós na praia, a primeira pergunta inconveniente, a primeira briga tola, a primeira reconciliação “caliente”, a sensação de paz e reconforto ao ouvir um “eu te amo” após um breve afastamento. Não é preciso muito, basta amar, basta se entregar de verdade, basta ser de corpo e alma, de coração.
O que lhe marca não é nada além do que invade seu peito, lhe alegra, lhe anima, lhe entusiasma, lhe faz feliz, mesmo que ninguém veja, mesmo que ninguém saiba. No que diz respeito à felicidade, basta que você e quem você ama saibam, compartilhem, vivenciem. O que é realmente bom e marcante não sai em jornal, não é publicado em sites de relacionamento, não é escrito, não é confidenciado, é feito totalmente “off line”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de janeiro de 2012.

Dinheiro não compra tudo.

Dinheiro não compra tudo.

Acredite: dinheiro não compra tudo. Dinheiro não compra dignidade, auto-respeito, amor próprio, paz de espírito, família bem estruturada, amigos verdadeiros, amor de verdade.
Se você for contente consigo mesmo, tiver uma família dentro da qual você se sente bem, respeita e é respeitado, ama e é amado, se você tiver paz de espírito, alegria de viver, bons sonhos e bom gosto, o dinheiro vai complementar sua vida, vai fazer você aproveitar seus momentos em melhor estilo, em grande estilo, talvez.
Todavia, se você não tiver nada disso, ou algo disso, não vai ser o seu poder aquisitivo que irá lhe propiciar ter. Tudo que diz respeito à alma, inteligência, coração e essência o dinheiro não compra: ele lhe dá uma roupa cara e bonita, não lhe dá um bom coração, você compra um belo par de seios, novas formas corporais, um rosto mais harmônico, mas não uma alma mais iluminada.
Um belo carro e uma boa conta bancária encantam quem vale apenas o valor do que estima: carros caros, mulheres caras, mas nunca uma de valor inestimável. “Junções” pagas por sua conta atraem um monte de pessoas, mas os amigos de verdade você descobre quando não tem nada, além de amor e respeito para oferecer. Amores verdadeiros se revelam olho no olho, pele na pele, não em presentes caros ou transferências bancárias.
Então meu amigo, o que tem valor para você? Eu sei que aquilo que realmente tem valor, que realmente vale a pena, você não compra com cartão de crédito, cheques ou dinheiro. O que realmente é valoroso, não se compra. Dinheiro não compra tudo, dependendo de sua perspectiva e valores é possível afirmar que ele não compra nada: nada que lhe torne uma pessoa melhor.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de janeiro de 2012.