Demasiadamente humano
Eu sou intolerante a mentiras, tal fato é uma característica marcante da minha personalidade. Todavia, eu não posso dizer que o fato de não mentir torna uma pessoa inesquecível, mágoa também marca, machuca e não se apaga da memória, todavia, algumas mentiras são compreensíveis, ou melhor, são menos sórdidas do que “poderiam” ser.
Eu já suportei pequenas mentiras por amor, mas, com certeza, a única mentira que eu jamais relevo ou perdôo é a que diz respeito a sentimentos, ao que o outro sente por mim, enfim. Não suporto quem diz que admira, gosta, deseja e não age, engana com palavras doces e se mostra amargo, porque falso.
Todo mundo mente, algumas mentiras são compreensíveis: as pessoas costumam omitir fatos que podem magoar quem elas admiram, em especial quando elas se sentem menos “admiráveis” do que o “admirado”. E, convenhamos, a omissão é uma “espécie” de mentira.
O que pode fazer você superar tal “enganação”? A intuição, a sensação de ser amado, bem quisto, valorizado e profundamente admirado pelo outro. Sentimentos não devem fazer parte de mentiras ou omissões, fatos “pouco” belos do passado, sim, pelo menos dá para “entender” a intenção do “mentiroso”.
Não que isso seja justo, bonito ou correto, é apenas demasiadamente humano, quem já amou e teve vergonha de algum ato passado, ou quem já foi amado por quem, por medo de ferir a própria imagem e perder a admiração, omitiu algo, sabe disso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de janeiro de 2012.
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