A prostituição da beleza
É difícil ser bonito e querer crescer pela inteligência. Muito mais fácil é ser bonito e usar a beleza como degrau, o corpo como arma e a sensualidade como atrativo. Se você é ambicioso demais e confia mais na beleza do que em seu intelecto, de uma forma ou de outra, a prostituição lhe bate a porta. Cabe a você ceder a seus (tradicionais) “reclames” ou não.
Quando falo em “prostituição” não me refiro apenas a fazer sexo por dinheiro, mas a usar o corpo e a beleza para conquistar algo, seja uma noite regada a luxo, seja um companheiro rico ou uma confortável vida de “madame” na qual não é necessário usar a mente para ganhar seu próprio dinheiro e sustento.
O estranho é que, tendo um belo corpo, não é difícil conquistar várias espécies de “coisas” e pessoas com ele. As pessoas valorizam demais as curvas, a aparência e a beleza, raros são os que se importam com o “algo a mais”, aquilo que o tempo não macula, pelo contrário, aprimora.
Inúmeras jovens com capacidade intelectual razoável enviam cartas para revistas para aparecerem em fotos sensuais ou absolutamente nuas e, assim, ganharem dinheiro. Moças de todas as classes sociais desejam participar de reality show não apenas para ganhar o prêmio final, mas, para ficar famosas, ganharem cachês de fotos sem roupa, enfim, para lucrarem com seus atributos físicos.
Se eu tenho algo contra isso? Não, isso não me diz respeito. Faço uma análise geral, porém e concluo que, várias donzelas que se consideram melhores do que garotas de programa, do que “modelos” de corpos curvilíneos que fazem fotos nuas, estão ao lado de namorados ou a procura de um homem rico para lhes proporcionar uma vida confortável, sem que precisem queimar seus neurônios. Ou seja, de uma forma ou outra, estas belas jovens se “vendem”: só muda o valor que atribuem a si mesmas e o objetivo de cada uma.
Lamento, pois o fato da beleza ser mais valorizada do que a inteligência, o fato de bundas chamarem mais atenção do que moral e caráter e, enfim, o fato das pessoas supervalorizarem artistas, modelos, atores, desportistas ou qualquer cidadão que fique “famoso” independente de sua capacidade intelectual e não valorizarem quem reflete, quem batalha, quem se esforça para crescer na vida e possui talento, além de beleza. A fama é um objetivo vão, num mundo igualmente fútil.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de janeiro de 2012.
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