Calo-me.
Enquanto participante de reality show ser admirado pelo povo brasileiro, enquanto futilidade de atriz for considerada importante, eu me nego a assistir os canais de televisão brasileiros, com exceção dos telejornais, enquanto a aparência e o dinheiro prevalecer em relação à cultura e inteligência, eu me nego a ler a Caras e revistas assemelhadas.
Enquanto as pessoas buscarem sua felicidade em detrimento do bem estar alheio, dos bons valores, da honestidade e da individualidade alheia, eu vou preferir ficar em casa com meus livros, filmes, programas de televisão e gato a me reunir com os outros.
Enquanto as pessoas não tolerarem quem é diferente, quem vive de outro jeito e pensa de forma diversa, eu me recuso a participar de grupos de “amigos” e de convívio. Cada pessoa tem o direito de ser, pensar e viver da forma que lhe apraz, se você não é capaz de ser tolerante, seja lógico: fique só.
Eu não critico quem se afasta do convívio humano, eu me implico com quem gosta de se cercar de pessoas, mas menospreza o outro, apenas porque ele tem outra forma de pensar e de agir. Ser diferente e, até mesmo, ser “estranho”, não é defeito, se achar superior aos outros é.
Realmente, ouvir muitas coisas, ler várias noticias e reportagens, constatar que a cidadã de glúteo e peitos avantajados é mais valorizada do que a batalhadora que sobrevive com o esforço de sua mente e não com sua aparência, me decepciona, me frustra, me anoja. Todavia, eu não posso fazer nada em relação a isso, as pessoas valorizam, estimam e idolatram o que têm valor para elas, resta-me aceitar e me calar-me.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de janeiro de 2012.
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