Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ônus da vida social

Ônus da vida social

É impossível viver sem criar atritos com outras pessoas, sem criar, no mais inconveniente dos casos, aquilo que se chama, sordidamente, de “inimizades”. Seguem exemplos, alguns, afinal, listar todos requeria um livro extenso.
Você constrói um grupo de camaradas, é diversão, junções, jantares, drinks, piadas e, em sua cabeça, você acha que é cheio de “amigos” e pode confiar neles. De repente você começa a descobrir que tais pessoas criticam suas opções, seus atos, seus pontos de vista.
Tal fato não seria ruim, afinal, ninguém tem a obrigação de concordar com você, péssimo, porém, é o fato de serem criticas depreciativas feitas nas suas costas por quem lhe chama de “adorável amigo”. Você, do alto de sua classe e auto-estima, não tira satisfações com o outro, ele pensa o que quiser e, se quis criticar-lhe nas suas costas, azar o dele. O que você, sabiamente faz? Afasta-se, ignora, apaga de seus contatos e, as animadas jantinhas, nunca mais serão feitas.
Então, você foi vão ou injusto? Obviamente não, mas os seus ex-amigos não vão interpretar isso bem e, se fingiam que gostavam de você, agora passaram a desprezá-lo, a falar mal, a tripudiar e, seguidamente, inventar histórias que desabonem sua moral.
Outro exemplo: você estava conhecendo uma pessoa do sexo oposto que, aparentemente, tinha afinidades com você, até que, por um motivo intimo ou outro, dependendo do affair que surgiu, você pensa, pensa e repensa, mas acaba concluindo que não deve seguir adiante, que tal pessoa não combina com você ou, simplesmente, não é o que você espera para sua vida afetiva e, se continuar e for falso, ambos acabarão magoados.
Qual o resultado lógico depreendido de ambos os singelos exemplos? Mesmo que você não queira, mesmo que você não peque pela falsidade, pela má-fé, egoísmo e malícia, alguém irá se magoar e, muitas vezes, se ressentir com você e, portanto, enviar-lhe pensamentos negativos.
A questão é: você malbaratou seus sentimentos, foi falso ou, foi apenas franco, sincero e tomou a melhor atitude possível? Em 90% dos casos você fez o seu melhor, foi justo e racional, mas quem se considera magoado não esta dando a mínima importância para isso. Ele quer seu mal, quer lhe odiar, quer lhe prejudicar, ainda que seja com fofocas e mentiras sobre sua conduta e moral ilibada.
O fato real, mas lamentável, meu amigo, é que mesmo que você seja justo e correto, sincero e transparente, você vai terminar magoando alguém, isto porque, as pessoas esperam apenas o que querem, elas idealizam e fogem do realismo: se as coisas não ocorrerem como elas desejam, interiormente elas viram feras. Feras feridas e perigosas.
Enfim, por mais justo que você seja, inimigos não são algo que você faça deliberadamente, eles constroem um palácio de ilusões e, diante de sua sinceridade, o colocam a baixo e acabam por crer que o destruidor de sonhos é você. Então, tente ser realista, você não têm inimigos, são eles que lhe colocam em tal (tosca) posição. Resumindo é o seguinte: é impossível ser você, seguir seu coração, intuição, opções, valores, princípios e opiniões, viver, enfim, sem magoar ninguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de janeiro de 2012.

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