Santos
Eu nunca prometi ser perfeita, nunca disse que sou santa. Santos existem para você crer neles, clamar sua ajuda e lhes agradecer. Eles não são pessoas com as quais você gostaria de conviver, embora seja atraente a idéia de ser “sempre” perdoado.
Pessoas que querem parecer santas são entediantes, chatas e orgulhosas. Santos não existem no seu convívio, ademais, ainda que eles existissem em sua vida, você não os suportaria: eles iriam corrigir seus atos e palavras seguidamente e nenhum ser humano adulto aceita repreensões de bom humor.
Eles falariam sempre a verdade a respeito de suas idéias, de forma que, sua perfeição, com certeza, iria lhe irritar. Sua luz iria ofuscar sua visão, você não o suportaria e o sujeito seria crucificado por você e por todos os que não suportam ser contrariados.
Infelizmente, o fato de você, como eu, ser imperfeito, não impede que os outros exijam certa perfeição de você. Seguidamente as pessoas requerem dos demais, virtudes que não possuem em si mesmas. É conveniente contar com a indulgência de uma pessoa perfeita, enquanto se pode fazer o que deseja com ela.
O “santo” sempre perdoa, é por isso que as pessoas contam com uma santidade que você não possui, mas, se possuísse, não seria por elas suportado ou “querido”: elas querem alguém que perdoe suas traições, suas palavras bruscas, atos ofensivos, negligência e egoísmo, mas que não critique, não fale, não repreenda, logo, se por um lado a perfeição é desejada, por outro ela é abominada.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de janeiro de 2012.
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