Infelicidade
Ser feio não é defeito, ser ignorante ou ingênuo, também não, ser homosexual, doente, descrente, crente, negro, amarelo, mulato, branco, gordo ou magro também não é "feio". Triste é ser infeliz, triste é não se aceitar, não se amar, não se respeitar.
Nada pode ser considerado infame, vil ou defeituoso, apenas a infelicidade, ela é a mãe da inveja, da traição, da falsidade e de todos os males que surgem entre as pessoas.
Não existem pessoas bondosas que não possam agir mal, nem pessoas maldosas que não possam agir com bondade. Nenhum homem é apenas bom ou ruim, todos possuem os dois lados, depende de sua vontade agir de forma justa ou não, depende da sua felicidade e contentamento interior, ser nobre ou vão.
A infelicidade acentua a maldade dos individuos. O infeliz não aceita a alegria do outro, se atordoa ao ver sorrisos, inveja a aparência e o humor alheio. Ou seja, é o descontentamento do homem consigo mesmo que causa inúmeros inconvenientes na sua vida, e, principalmente, na de quem lhe cerca.
Ser infeliz consigo mesmo é defeituoso, é feio, é abjeto. A infelicidade é a feíura da alma que, não raras vezes, contamina os atos do infeliz que, aos poucos, se torna feio, desagradável, não fisicamente, apenas, mas interiormente. Seus atos, gestos, pensamentos e alma perdem a beleza inerente a toda a pessoa, graças a sua lamentável infelicidade interior.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 09 de janeiro de 2012.
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