Igualdade desigual
A maioria das formas de criar “igualdade” beneficiando quem é considerando mais frágil dá inicio a formas esdrúxulas de outras desigualdades. Analisando as cotas em universidades, benefícios para negros ou pessoas menos abastadas, bem como o julgamento em beneficio do trabalhador, o moralismo que protege as mulheres em casos de estupro presumido, verifico que existe forte desigualdade em detrimento da capacidade e moral dos outros.
Se a palavra de um réu, de um trabalhador, de uma mulher vale mais do que a do homem, do empregador e do autor ou vítima, a lógica se perde, a igualdade se torna um mito inalcançável. Sem análise especifica de cada caso, qualquer “in dubio pro” é estúpido, é vão. Se você privilegia o trabalhador numa demanda trabalhista, os empregadores honestos serão prejudicados, se você dá cota para negros de baixa renda, os brancos pobres e estudiosos perdem chances.
O sistema de cotas e toda forma de beneficiar uma minoria são atos, de regra, emanados pelo Estado, para amenizar a “culpa social” pela escravidão e todos os atos que menosprezaram e humilharam pobres e mulheres na sociedade (ainda mais) machista, racista e preconceituosa, de outrora.
Ocorre que “culpa” não ajuda, não sempre. Existem casos em que as cotas funcionam com justiça? Obviamente sim, nenhum sistema, nenhuma ação é sempre tosca ou inútil. Elas têm um “papel” a cumprir e quase sempre cumprem, mas, em detrimento do “que”? Dos inocentes, dos homens enganados por mulheres astutas, dos brancos pobres que querem estudar e “mergulham” em livros, dos empregadores de boa-fé e honestos, enfim, em alguns casos, sempre alguém se prejudica.
A forma mais justa de remir os erros do passado é mudar a forma assistencialista com que o Governo lida com a população para o sistema de meritocracia, o que vale na questão de cargos públicos, como acontece no Judiciário americano, por exemplo.
Analise o passado da mulher que alega ter sido estuprada quando não houve uso de força ou arma, analise o passado dos jovens pobres (independente de cor de pele) que pleiteiam vaga em instituição de ensino superior, analise o passado do empresário e do trabalhador, veja seus méritos, seus deméritos, analise a situação especifica e, então, decida. Este não será um sistema perfeito, nada é perfeito a ponto de contentar a todos no mundo, mas é um sistema mais lógico, mais racional. Se todos são iguais perante a lei todos devem estar sujeitos aos mesmos critérios de avaliação e julgamento, nem sempre tratar desigualmente os desiguais dá certo, o melhor seria tratar todos com igualdade respeitando as diferenças e o que elas influenciam para diferenciar uma pessoa da outra.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de janeiro de 2012.
Se a palavra de um réu, de um trabalhador, de uma mulher vale mais do que a do homem, do empregador e do autor ou vítima, a lógica se perde, a igualdade se torna um mito inalcançável. Sem análise especifica de cada caso, qualquer “in dubio pro” é estúpido, é vão. Se você privilegia o trabalhador numa demanda trabalhista, os empregadores honestos serão prejudicados, se você dá cota para negros de baixa renda, os brancos pobres e estudiosos perdem chances.
O sistema de cotas e toda forma de beneficiar uma minoria são atos, de regra, emanados pelo Estado, para amenizar a “culpa social” pela escravidão e todos os atos que menosprezaram e humilharam pobres e mulheres na sociedade (ainda mais) machista, racista e preconceituosa, de outrora.
Ocorre que “culpa” não ajuda, não sempre. Existem casos em que as cotas funcionam com justiça? Obviamente sim, nenhum sistema, nenhuma ação é sempre tosca ou inútil. Elas têm um “papel” a cumprir e quase sempre cumprem, mas, em detrimento do “que”? Dos inocentes, dos homens enganados por mulheres astutas, dos brancos pobres que querem estudar e “mergulham” em livros, dos empregadores de boa-fé e honestos, enfim, em alguns casos, sempre alguém se prejudica.
A forma mais justa de remir os erros do passado é mudar a forma assistencialista com que o Governo lida com a população para o sistema de meritocracia, o que vale na questão de cargos públicos, como acontece no Judiciário americano, por exemplo.
Analise o passado da mulher que alega ter sido estuprada quando não houve uso de força ou arma, analise o passado dos jovens pobres (independente de cor de pele) que pleiteiam vaga em instituição de ensino superior, analise o passado do empresário e do trabalhador, veja seus méritos, seus deméritos, analise a situação especifica e, então, decida. Este não será um sistema perfeito, nada é perfeito a ponto de contentar a todos no mundo, mas é um sistema mais lógico, mais racional. Se todos são iguais perante a lei todos devem estar sujeitos aos mesmos critérios de avaliação e julgamento, nem sempre tratar desigualmente os desiguais dá certo, o melhor seria tratar todos com igualdade respeitando as diferenças e o que elas influenciam para diferenciar uma pessoa da outra.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de janeiro de 2012.
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