A pílula da racionalidade.
Eu queria que existisse a pílula da racionalidade!
Aquela que, quando tomada, faz as pessoas pensarem, raciocinarem, agirem com
respeito a elas mesmas, amarem sem ensandecerem, doarem-se sem prejudicarem-se,
envolverem-se sem perderem-se de si mesmas, agirem, enfim, em todos os
aspectos, de forma plausível, equilibrada, e, obviamente, racional!
Se esta pílula existisse eu largaria o magistério e
a advocacia e viraria representante comercial do “medicamento” quando não uma
“doadora” do mesmo, porque, sinceramente, lamento muito ver pessoas se
prejudicarem pelo que chamam de amor e paixão, manterem-se infelizes pelos
filhos ou por qualquer outro motivo que, na realidade, não justifica suas
agruras, lamentos, prejuízos e falta de paz.
Às vezes me parece que as pessoas não gostam de
pensar, superestimam o que sentem sem perceber que sentimento não leva à
felicidade se a racionalidade não andar ao seu lado.
Tem quem ache que é possível viver um grande amor
sem ser racional. Eu acho que é possível viver uma relação doentia sem ser
racional. Daquelas que briga na sala e se entende no quarto. Não nego que tais
relações são até emocionantes: quando você não está feliz pela reconciliação,
está furioso pela briga. É o tal de altos e baixos que instiga! Mas cansa, ao
menos a uma pessoa madura. Após viver uma relação doentia você nunca mais
deseja algo assemelhado.
Com o passar do tempo a gente quer mais de um
relacionamento, a gente quer risos na sala, vinho no jantar e sexo no quarto. Sem
aquela coisa doentia do “briga” e reconcilia, repudia e abraça. E sabe, por que
existem relações assim?
Porque as pessoas não admiram o parceiro, não tem
reais afinidades de gostos e metas. E, claro, não se dão ao devido valor e
respeito. Ou seja, como admirar sem ser racional? Como exigir respeito sem se
respeitar? Impossível! E é por isso que a pílula da racionalidade faria bem a
muitas pessoas.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de maio de 2015.
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