O ônus do amor e a maternidade.
Há algum tempo eu era apaixonada por um homem mais
velho do que eu que se negava a agir como pai do filho cuja paternidade reconheceu,
forçadamente, por conta de exame de DNA. Eu brigava muito, muito com ele por
isso!
Eu era jovem, achava que podia mudar o mundo, mais,
eu achava que eu era mais certa do que muitas pessoas por aí! Com o passar dos
anos, junto com uma dose elevada de maturidade eu ganhei humildade, conquistei
um total repudio as “donas da verdade”, diga-se, que é o que eu fui até meus
28, 29 aninhos.
Bem, de toda forma fato é que amar traz
preocupações e muitas inquietudes! Amar envolve uma responsabilidade tão grande
que, francamente, nem todos tem tal preparo!
Eu fui acostumada a amar meus pais, me preocupar
sempre mais com minha mãe que é quem sempre esteve fisicamente próxima a mim.
No máximo tive alguns amores escolhidos por mim e dois gatos. Isso é cômodo,
porque eu me preocupo comigo e com poucos seres!
O amor, o convívio e o afeto trazem inúmeros
benefícios, mas não olvidemos das responsabilidades a ele inerentes e, com elas,
as preocupações! Amar às vezes dói, amar faz perder o sono, amar faz a gente
ter medo de o outro sofrer, se decepcionar e, ainda, de nos frustrar!
O amor nos faz bem, nos enternece, mas você já
parou para pensar no seus ônus? No quão nervoso você fica temendo pelo outro e
preocupado com o outro. Amar é mudar a alma de casa, ouvi certa vez. Amar, na
verdade é estar em nós e no outro ao mesmo tempo. E como tal, rimos e choramos
por nós e pelo outro e, ainda, pelo que esperamos do outro, afinal, nós podemos
estar nele, mas não “sermos” ele.
As decisões e os atos cruciais serão tomados pelo
outro na sua vida, é preciso deixar livre para amar de verdade, é preciso não esperar
que o outro aja como nós agiríamos, é preciso compreender suas decisões por
mais erradas que nos pareçam.
Enfim, ser mãe? Só de gatos, pois seres humanos são
imprevisíveis e perigosos demais. A gente sabe o que é bom para eles, mas eles
precisam aprender para fazer o bem para eles mesmos, enquanto isso sofrem e a
gente sofre junto, enfim, maternidade, me pule!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de maio de 2015.
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