Pobrefóbicos.
Você não pode estigmatizar o pobre quando ele não teve as mesmas oportunidades que você! "Ah, mas tem pobre acomodado, que espera receber tudo de graça!". Sim, tem, claro que tem!
Mas também tem rico preguiçoso que se não fosse a
fortuna do pai seria... Ora, ora, vejam só: um pobre preguiçoso e acomodado! O
comodismo é uma falha que independe do poder aquisitivo para existir; logo,
olvidar da injustiça social é um erro maior, muito, muito maior.
Significa que você parou de questionar e acomodou a
sua mente! Que tristeza, né!? Além de intelectualmente preguiçoso ser um idiota
"pobrefóbico". Ai que dó! Um minuto de silêncio pela morte de seu bom
senso.
É lamentável ver pessoas que tiveram todas as
oportunidades do mundo criticarem quem teve de pouca a nenhuma ou, simplesmente,
generalizarem a inercia de alguns. É ridículo ver pessoas privilegiadas
criticando quem não teve privilegio nenhum.
Para exemplificar este abismo me cito como exemplo:
sempre estudei em bons colégios, sempre fui dedicada. Ao me formar em Direito
meu sonho era advogar e seguir carreira docente.
Fiz uma pós-graduação em seguida, na qual meu pai
ajudou parcialmente. Coincidentemente meus pais se separaram após tal ocorrência
e eu sempre me coloquei na obrigação de ajudar a sustentar minha mãe (parou de trabalhar quando casou e tinha mais de 50 anos ao separar-se, sem ter, sequer contribuído para o INSS). Sendo assim,
nunca pude deixar de trabalhar na advocacia para fazer Mestrado. E, por ser
mulher, nunca fui esperta o suficiente para faturar muito nos meus primeiros 5
anos de formada.
Ah, eu poderia fazer o mestrado em universidades
publicas? Sim, mas e a locação, transporte, comida! Eu não conseguiria e, de
fato, não consegui. Você acha que eu me esforcei pouco? Meus colegas abastados,
após a conclusão do ensino superior foram sustentados no mínimo 2 anos pelos
pais para fazerem curso preparatório para concurso, mestrado, doutorado. Eu não
pude e eu sempre quis e envidei esforço, mas não consegui. Era humanamente impossível,
para ser exata.
Então você acha que eu não sou pobre? Realmente, sempre tive tudo o que desejei na minha infância, mas, não pude conquistar o que eu mais queria, porque existe desigualdade social que nenhum riquinho de direita vai me convencer que não existe!
Posso nunca ter passado necessidade básica, mas sinto na pele aquele velho brocardo: “dinheiro faz dinheiro” e isso não depende da minha boa vontade, é da vida, é do mundo, é elementar a um mundo desigual, portanto, antes de falar asneiras menosprezando os menos abastados, tente usar o cérebro, aprender ou reaprender a usá-lo. Acho digno!
Então você acha que eu não sou pobre? Realmente, sempre tive tudo o que desejei na minha infância, mas, não pude conquistar o que eu mais queria, porque existe desigualdade social que nenhum riquinho de direita vai me convencer que não existe!
Posso nunca ter passado necessidade básica, mas sinto na pele aquele velho brocardo: “dinheiro faz dinheiro” e isso não depende da minha boa vontade, é da vida, é do mundo, é elementar a um mundo desigual, portanto, antes de falar asneiras menosprezando os menos abastados, tente usar o cérebro, aprender ou reaprender a usá-lo. Acho digno!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 19 de maio de 2015.
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