Escondendo a poeira.
Acho algumas pessoas estranhas, na verdade, elas me
causam uma espécie de desconfiança e temor. São essas que não falam de si, que não
se abrem, que são fechadas, mas que falam dos outros, da vida e das dores
alheias.
Eu sou da opinião de que falar alivia dores
emocionais, contribui para nosso autoconhecimento e evolução. Mas falar de si,
trocar experiências com humildade, revelar-se, obviamente, a quem merece sua
confiança.
Por que falar das dores alheias, da vida alheia e
do que se passa com quem não tem nada a ver com a sua vida se é possível compartilhar
ideias e vivências? Falar e ouvir o outro? Eu acho isso muito mais digno do que
sentar-se ao redor de uma mesa e falar mal da vida alheia.
O que você viveu ou vive não é motivo para ter
vergonha, para esconder. Você deve ter vergonha, isto sim, de se esconder atrás
de uma pretensa perfeição e usar seu tempo criticando os outros.
Aliás, nada indicia mais a ausência de boa
resolução da pessoa consigo mesma do que esta mania infame de criticar, de
apedrejar, de ser analista e julgadora da vida alheia enquanto guarda a poeira
dos seus problemas, dos seus recalques e de suas histórias embaixo do tapete da
“excelência” e perfeição.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de maio de 2015.
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