Sem paciência II!
Eu não tenho paciência! Não para o que me desaponta
ou frustra. Dizem que precisamos ter paciência para com o outro para termos um
relacionamento com ele, então eu pergunto: onde está "escrito" que eu
tenho que "ter" a companhia de alguém para ser feliz? Eu tenho é que
ter paz para ser feliz, eu tenho é que ser respeitada e ter motivos para
admirar alguém.
Por que cargas da água eu seria obrigada a ser
tolerante com gente que me frustra, desaponta e irrita? Por que se existe um
mundo com pessoas mais admiráveis, fortes e bem resolvidas para serem
conhecidas?
A intolerância tem que ser conquistada. Você
precisa ter sofrido um bocado, tido muitas experiências e aprendido com elas
para saber o que quer e o que não quer, bem como o que pode ou não pode
tolerar!
Com o tempo aprendemos o que podemos ou não podemos
suportar em alguém e em seus atos, mais percebemos com mais propriedade o que
há por trás de suas atitudes, palavras e decisões.
Conseguimos ir além do superficial e lermos as
entrelinhas de forma que, abertamente, assumimos o que não gostamos e não
precisamos e nem queremos disfarçar. Algo de ruim com minha paciência curta?
Uma dica: não a coloque em provação, porque eu não sou obrigada a suportar o
que a avilta.
Eu suporto inúmeras coisas, sou extremamente
resiliente, me tornei uma mulher extremamente equilibrada, mas me desequilíbrio
totalmente se estiver em companhia de quem coloca a minha paciência (que de
santa não tem nada), em cheque.
De tudo o que eu quis aprender na vida, ser
paciente com quem não merece a minha admiração nunca esteve no rol, eu falo
umas verdades, perco um pouco do “tino” e nunca mais quero ver. Não suporto imaturidade,
gente que age e quer “abalar”, homens falocêntricos, sem romantismo, sem toque,
sem maturidade e sem um “h” maiúsculo!
Não suporto caras carentes que não conseguem viver
sozinhos, que emendam uma relação à outra de forma tão desatinada e
desequilibrada que acaba ferindo o equilíbrio da inocente da nova “pretendida”.
Homens que, vinculados a uma, ousam desejar outra sem ter quebrado o cordão da carência
que lhes prendeu a anterior.
Enfim, meu amigo, paciência eu tenho, para gente
madura, crescida, autoconfiante e não carente. Esse povo que acha que o mundo
gira em torno do seu umbigo ou falo é dispensável, desprezível e eu não pretendo
e nem quero disfarçar a minha ojeriza e decepção.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 10 de maio de 2015.
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