Queira alguém que não precise lhe querer! Mas quer.
Não queira a companhia de alguém que deseja ou que
precise ter uma companhia, por mais humorada e interessante que a pessoa possa
ser aos seus olhos, se ela não sabe o valor dela mesma, será um ser humano
carente que se apega ao outro com facilidade por conta de necessidade de afeto
que só Freud explica.
Queira alguém que queira unicamente a sua companhia
por reconhecer suas virtudes e diferenciais, queira alguém que lhe admire, que
entenda a sua trajetória, a sua superação, que compreenda as suas inseguranças
e a sua ausência de paciência, queira alguém que se sinta bem ao seu lado mesmo
sem precisar da sua existência: alguém que não possui necessidades, mas sente
prazer em estar com você de forma a “desligar-se” da vida e do que outrora
vivenciou.
Afinal, a sua companhia não é daquelas que supre
solidão ou tapa buracos afetivos né?! Você é muito mais e melhor que isso, por
tal motivo o seu nome não é antidepressivo. Você tem nome, alma, coração e
valor.
Queira uma pessoa que não seja carente, porque
gente carente, além de infeliz e chata coloca sobre os seus ombros o dever
de lhe fazer ser o que ela, sozinha, não é: completa, tranquila, bem resolvida
e feliz.
"Ah eu preciso de você!". Não amiguinho
você precisa de um psicólogo, de um livro barato de auto ajuda, de amor
próprio, de respeito por si mesmo, você precisa admirar a si, não pela grana,
corpo ou por “qualquer coisa fálica” que tenha de grande, mas pela forma com
que vive e viveu, pelo que você é e pela maturidade que angariou com as dores
pretéritas.
Gente carente não se suporta só e acaba se
contentando com qualquer atenção recebida de qualquer pessoa que passará a ser
"importante" para ela. Arre, convenhamos que é melhor não ser nada
para alguém do que ser aquele que ajuda o indivíduo a superar frustrações passadas
e dores com as quais nem ele sabe lidar e nem tenta aprender (pois não faz “mea
culpa” e não procura um psicanalista), enquanto se “joga” na vida de novas
pessoas.
Maturidade, espírito liberto do que ontem o
aprisionou, seletividade e racionalidade são essenciais para o surgimento da
reciprocidade genuína e não daquela existente da "boca pra fora",
para se iludir, enganar a si mesmo e a qualquer idiota que acredite em
aparências.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 11 de maio de 2015.
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