Vergonha na cara e gente ridícula.
Sobre gente que não desapega do que não quis ou do
que não lhe quis: gente ridícula. Orgulho? Acho fundamental. Amor próprio? Mais
ainda. Maturidade? Muito “mais ainda”.
Se quer cuida, respeita e valoriza, se não quer
“deleta”, esquece e deixa no passado o que a ele pertence. É fundamental ter
postura na vida, algo como, se quer a companhia de alguém, trate-o bem, se não
quer, não trate bem, não trate mal, simplesmente não trate, só ignore, esqueça
e não busque mais.
Acho de última categoria falta de postura e de
respeito por si mesmo. E pelo outro. E pelas escolhas alheias. E pela liberdade
alheia. E pela privacidade alheia. Enfim, gente ridícula.
Eu não sou nenhum exemplo de paciência nesta vida
mesmo, não sou nenhum exemplo de pessoa que luta por pessoas. Sabe aquela
coisinha asquerosa de “lutar pelo casamento”, “lutar pelo marido”? Não faço.
Sou da opinião de que o que é bom e me faz bem
acontece naturalmente sem que eu envide forças para tanto, sem que eu precise
telefonar, implorar atenção, afeto e retorno. Sem que eu precise envidar de
qualquer esforço que não seja o de, simples e puramente, ser eu mesma e, como
tal, amar, respeitar e acarinhar.
Do alto de meus trinta e poucos anos se eu digo “não
te quero mais” a frase só tem um único significado: não quero, não ligo, não procuro
e faço algo com uma maestria admirável: evaporo, me rarefaço, desapareço, sumo
da vida de quem dispensei.
Se eu for dispensada? Até hoje nunca fui, mas, se
for, desaparecerei com muita, muita mais propriedade, porque o asco alimenta e
fortifica quem tem um pingo de orgulho, sangue quente nas veias e vergonha na
cara.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 06 de maio de 2015.
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