Saber amar.
As pessoas ovacionam tanto o amor, o valorizam
tanto, mas, no fundo, a maioria dos seres humanos não sabe amar! Concluo isso
sempre que vejo pais, mães, amigos, irmãos e maridos ousarem se sentir frustrados
pelas decisões de quem amam e deixarem isso claro ao mundo, pouco se importando
que o outro faz o que deseja para ser feliz.
Seguinte, meu caro pai ou mãe: amar é saber que o
filho é feliz seguindo as opções dele! Ninguém toma qualquer decisão que não seja
para o seu prazer e alegria. Isso é instinto! Se momentâneas tais alegrias? E daí?
Quem é você para ser “fiscal da duração” da felicidade alheia? Deixe-o! Viva e
deixe viver!
Essa espécie de amor arrogante me apavora, pois, se
isso é amor, caramba! Muito obrigada. “Eu falo isso para o seu bem, porque eu
gosto muito de você”- disse a pessoa que teve uma diarreia verbal mostrando ao
outro que seus pontos de vista são “excelentes” e que neles residem o “caminho”
para a felicidade.
Para a sua, só se for! Ninguém é obrigado a viver,
a ser, a agir e a tomar as decisões que o outro, que lhe diz amar, deseja. Filho,
isso não é amor, isso é desejo de domínio, de escravização. É desrespeito, em
suma!
O amor liberta, o amor deixa o outro livre para ser
o que é e viver como lhe apraz. “Ah, mas eu quero evitar o sofrimento dele”.
Deixe-o! Ele vai viver, vai aprender. Vai sofrer? Talvez, mas sofrimento e
humildade trazem aprendizado e maturidade. Ele não merece ser menos amado e
admirado, porque o rumo que deseja para si é diferente daquele que você quer
para ele.
Ama? Liberte. Esteja ao lado, respeite as decisões
do outro, pois amar não lhe dá o direito de intervir e mandar na vida alheia. O
amor é paciente e aceita, mesmo que não fique contente com o rumo que o outro impõe
à sua vida, fato é que, ver-lhe feliz fazendo o que deseja é um presente para
quem ama de verdade.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 12 de maio de 2015.
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