Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 13 de julho de 2013

Esclarecendo II

Esclarecendo II 

Nos últimos dias estou praticamente escrevendo, sucintamente, uma revista “Nova” para homens dando a minha versão sobre alguns assuntos que envolvem os relacionamentos humanos. Continuo com a intenção de esclarecer algumas idéias sonsas que existem mundo a fora. 
Começo aqui falando de sexo e o momento em que ele ocorre afirmando: isso não significa nada. Absolutamente nada. Você pode demorar dois meses para transar com alguém e no outro dia não vê-lo mais, assim como pode ser em uma semana e você casar no ano seguinte. Em relacionamentos o que importa são as afinidades intelectuais, psíquicas e, claro, sexuais. Tem que ter química! 
Outra coisa, o fato de você transar com uma pessoa mesmo conhecendo-a pouco não faz de você uma puta. Assim como enrolar meses, não a torna uma santa. A espontaneidade é sinal de bom caráter, logo, se você posterga algo para parecer ser o que não é, mesmo olvidando de seus instintos, há algo errado com sua “boa” moral. 
Você tenta ser o que não é. E isso é ruim. Claro, não falo dessas pessoas frívolas e levianas que dormem cada dia ou semana com um parceiro diferente. Estou falando de quem se preza, mas sabe o que quer e quando deseja. 
Falo de mulheres de verdade que assumem as suas vontades sem querer fazer-se passar por beatas. Falo de espontaneidade, falo de pessoas que não escondem o que sentem na cama e fora dela. 
Outra historinha que merece desmistificação é a de que a sua esposa é uma santa ou o seu marido é diferente de todos os homens do mundo! Eles não são. Se você fala sobre sexo, tamanho de órgãos, posições, beleza alheia e assuntos afins com seus amigos, saiba que a sua mulher faz o mesmo com as amigas dela. 
Dói saber que você não se casou com uma santa, certo? Dói saber que a sua mulher é humana como as suas colegas ou empregadas que você repara por falarem sobre “isso” ou “aquilo”. Longe de você a sua mulher também fala besteiras e ri, ri muito! 
Todavia, em especial o “bicho” homem, adora ter a sensação de posse sobre a sua mulher e de criar a ilusão de que ela não faz ou não fala certas coisas. Ocorre que ela pode ser discreta e calada, mas é humana e fala de assuntos humanos com as pessoas com as quais ela convive longe de você. Ela também fala de sexo e assuntos tolos, enfim. Pode negar, mas fala! 
Sabe aquela história de que os homens, antigamente, achavam que só prostitutas podiam fazer certas “caricias” neles? Ainda resta um pouco disso no subconsciente masculino, embora eles, em sua maioria, não só queiram como tem em casa o que antes se conseguia nas ruas. 
Só que o “pouco disso” ao qual me refiro esta nisso: “Eu casei-me com ela, ela é diferente, não é vulgar como as outras, não fala besteiras, é só minha. Eu não fui o seu primeiro homem, mas fui o seu melhor parceiro.” 
Esse pensamento enaltece o ego masculino e os homens são, via de regra, muito ligados ao seu ego, eles gostam de elogios e de “mentiras sinceras” que, no entanto, interpretam como verdades absolutas, afinal, lhes fazem um bem enorme a alma. 
No entanto, assim como você comenta com o amigo sobre a sua vizinha “gostosa”, saiba que há uma possibilidade de nove em dez vezes de a sua adorável esposa comentar com as amigas sobre a beleza do dermatologista lindo com quem ela consultou. 
 O que não significa que ela queira ir para a cama com ele, tampouco você com a sua vizinha. A beleza só serve para ser vista, não é por achar algo belo que você deseje tê-lo. Ocorre que só com o decurso do tempo a confiança mutua aumenta e você se conscientiza plenamente disso. 
Eu afirmo uma coisa: casais são casais, amigos são amigos. Para se amar é preciso que exista cumplicidade e uma bela amizade como base da relação, o que não significa que você possa ou deva falar tudo o que pensa para o seu parceiro. 
Existem limites para tudo neste mundo, existem coisas que causam desconforto em quem ama, que causam ciúmes, logo, não convém contar, tampouco comentar com seu parceiro, é melhor brincar com os conhecidos ou amigos, e não criar uma situação desagradável por algo tolo. 
A sua mulher não quer saber quem você acha “gostosa”, assim como você não quer saber qual é o “gato” cujo nome circula na boca dela e de suas amigas ou colegas. Seguidamente, quando você ama, você quer sentir-se único, especial, raro e maravilhoso para o seu parceiro. 
Se é uma ilusão que se cria? Pode ser, mas a vida é constituída de pequenas ilusões que a tornam mais amena e que nos fazem crer que somos excepcionais. No fundo, a gente precisa disso. As ilusões são o recheio do bolo, a cobertura doce e suave é a realidade, mas o recheio, convenhamos, é sempre muito gostoso! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 14 de julho de 2013.

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