Inspirada
Eu escrevo crônicas. Sou uma pessoa observadora e demasiado critica, não omito meus pensamentos, ao menos não no meu blog e em qualquer rede social em que eu possa manifestá-los.
Sou uma pessoa extrovertida, porém introspectiva, penso sobre tudo o que ouço, analiso, reflito, porém, nove em dez vezes, eu escrevo. Faço isso há praticamente dez anos e a escrita é, para mim, uma terapia.
O problema é que as pessoas que me cercam, desde namorado até colegas, não raras vezes, terminam tomando para si o que lêem. Ocorre, que, embora muitos fatos me inspirem eu não escrevo direcionando nada para ninguém. Eu escrevo sobre o que eu sinto, sobre o que vivi, sobre o que vejo, sobre o que eu penso da vida, das coisas e do comportamento humano.
Todavia, é uma mania dos seres humanos, em especial quando algo lhes tira o sossego, interpretar o que lêem de um conhecido ou amigo como “indireta” ou algo assemelhado, ignorando que ele escreve e sempre escreveu sobre tudo. Ocorre que em 99% das vezes eu não escrevo para dar indiretas, eu escrevo porque gosto, para extravasar.
Mas, não nego, assim como eu tenho direito de desabafar, não posso cercear o direito de pessoa alguma em se ofender, mas friso: sou responsável pelo que penso, não pelo que a pessoa interpreta de minhas palavras.
Se eu tenho algo a dizer a quem me cerca, eu digo e, confesso, depois posso escrever para desabafar, mas não escrevo nada que eu já não tenha dito para a pessoa quando algo é direcionado a ela ou a qualquer um.
Caso eu tenha publicado algo sobre problemas de relacionamento inspirada em vivências particulares, quem esta ao meu lado já saberá do que se trata e se minhas palavras narram o que ocorreu entre nós ou não.
De regra, eu me inspiro com o que vejo passar na rua, com o que vejo na academia, no supermercado, na beira da praia, nos relacionamentos amorosos alheios e nos meus, obviamente. Uma unha quebrada me inspira!
A vida me inspira e, lamento, não posso controlar esta minha tendência de amar escrever sobre praticamente tudo o que me chama a atenção ou desperta o meu interesse. Sem a escrita, quiçá eu precisasse de um terapeuta, de um padre, de um pastor, com ela eu sou a pessoa alegre e bem resolvida que me tornei. Escrever é um remédio para mim, sempre foi e sempre será.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de julho de 2013.
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