Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Gente Boa

Gente Boa 

Quem não conhece o tal "gente boa", aquele cara ou a mulher que é agradável, prestativo, sincero, educado, adorável, enfim, que é bom para todos, mas que vive numa situação "meia boca" na vida afetiva ou profissional? Existe muitos "gente boa" mundo afora. Gente boa para os outros e ruim para si mesmos. 
Os adjetivos são bem definidos: é bom para "lá", e ruim para cá. Ruim porque não sabe o que quer, ou exige demais, ruim porque não amadureceu ou se tornou impaciente. Ruim por ser inocente não existe. Inocência é inocência e incompetência é incompetência e o que existe entre uma e outra pode caracterizar o "gente boa para os outros". 
A palavra incompetência não é usada no sentido negativo, mas significando que falta capacidade, competência para se relacionar, por exemplo. Existem pessoas que são praticamente "cupidos" para os outros, mas que estão sempre sozinhas. E ninguém fica só em vão se além de ser gente boa para os outros é para si mesmo. 
Fica só porque espera um príncipe encantado, chegando num cavalo branco: lindo, loiro, de olhos azuis ou o "típico" moreno, alto, bonito e sensual (com o adendo cada vez mais requerido pelas donzelas na atualidade: rico, muito rico!) para resolver os "seus problemas". E, niente, nada de príncipes, de homem ideal. Dia após dia, noite após noite, restam suspiros de uma espera sem realização. 
Via de regra, a pessoa gente boa se atrapalha nos relacionamentos, profissionalmente a situação é mais material e se resolve com maior facilidade porque qualquer gente boa ruim para si muda neste aspecto quando o prejuízo surge, todavia, na vida afetiva não é tão fácil de verificar o "preju" inerente à exigência demasiada ou a total falta de seletividade: somente o passar dos anos, da vida, enfim, mostra o saldo negativo. 
Bom mesmo é aprender a ser feliz, e para ser feliz não basta ser bom para os outros, é preciso ser bom para si mesmo. Tudo na vida é uma questão de equilíbrio, de "meio termo", e pensar em si mesmo não é egoísmo quando bem dosado, é uma questão de lógica, de previdência e de resguardo dos próprios sentimentos e felicidade. É uma questão de sobrevivência. 
A melhor oração que um homem pode fazer não é o "Pai Nosso" ou rezar um terço, é viver bem, é ser bom para si mesmo, porque, se amando, se compreendendo, se descobrindo e sendo feliz ele será "gente boa" para o mundo e para a pessoa mais importante em sua vida- ele próprio. Ser feliz nessa vida e goza-lá, racional e prudentemente, é o melhor ato de agradecimento aos deuses que se pode ter. 
Religião nenhuma diz isso, mas não basta orar, é preciso ser contente com o que se tem e com o que se é, esse agradecimento sim possui valor imensurável. É preciso ser caridoso, ser bondoso, ser honesto e indulgente, mas, sobretudo, é preciso ser bom para si mesmo, pena da virtude se tornar hipocrisia e da bondade se tornar iníqua. 
 Cláudia de Marchi 
 Passo Fundo, 11 de dezembro de 2006.

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