Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 21 de julho de 2013

Quase

Quase 

Eu não vim a este mundo para agradar a ninguém, eu não vim para preencher as expectativas ou os anseios de pessoa alguma, eu vim para ser quem eu sou e, principalmente, para crescer, para aprender, para evoluir, ainda que para tudo isso eu precise viver o significado do verbo “sofrer”. 
Não vim para receber lições de pessoas pretensiosas, vim para viver com quem me aceita e consegue perdoar as minhas loucuras, a minha sanidade insana, o meu equilíbrio desequilibrado. 
Nunca fiz questão de não perder o controle. Eu vivi e vivo a vida intensamente, sem disfarces. Tive momentos nos quais eu não consegui e nem tentei disfarçar a dor ou o total desequilíbrio que me assolavam. 
Se existe uma coisa que quem me conhece pode dizer é que eu sempre fui autentica e transparente ao extremo, que eu nunca tive medo de me entregar, de me apaixonar e de falar sobre meus sentimentos. Nunca tive medo de ser quem eu sou. 
Nunca disfarcei minha tristeza, nunca escondi meus motivos e quando consegui disfarçar a minha vontade de chorar, foi por qualquer razão demasiado racional, foi pelo trabalho, pelos clientes, nunca diante de quem confio, com quem amo, com quem eu prezo. 
Quem me conhece? Quem esteve uma vida ao meu lado. Minha mãe, minhas tias, minha amiga de longa data. Poucas pessoas, mas pessoas que, se não bastaram para conter-me, bastaram pelo amor que me deram. 
Sou imprevisível, apesar de parecer excessivamente humorada. Analiso cada passo, cada olhar de quem me interessa. Sou observadora, quase investigativa e não me entrego de verdade a quem não me conquista plenamente. Vou por partes, nunca direto ao ponto, enquanto eu não me sinto completamente segura. 
As pessoas pensam que sou tola, que sou animada, que falo demais, que sou extrovertida e que estou sempre alegre. Eu estou, praticamente, sempre alegre, mas meu silêncio, meus risos e meu sorriso não significam que eu sou boba. Servem para enganar. Para enganar bobos! 
Sou mais profunda do que pareço, mais inteligente do que deixo notar que sou, mais cheia de mistérios do que transpareço e melhor do que qualquer pessoa que me conhece superficialmente pode acreditar que eu sou. Pareço ser distraída, pareço ser contente demais, ajuizada de menos (ou demais), em momento algum as pessoas dispersas vêem quem realmente eu sou. 
Para me conhecer, não basta conviver comigo, é preciso estar vinte e quatro horas ao meu lado, é preciso ouvir e dar atenção para cada palavra que falo, suspiro e sorrisos sem graça que dou e para cada letra que escrevo. Ou melhor, estar ao meu lado não basta, é preciso querer desvendar a pessoa por trás do corpo, a alma por trás da mulher. 
Dificilmente eu perco o controle, dificilmente eu me torno agressiva ou grosseira, dificilmente falo palavras demasiado vulgares, dificilmente eu sou como qualquer uma e, quando pareço agir como uma, é porque eu quis perder o controle. E perdi. Mas sou muito mais do que meus momentos de devaneios sem equilíbrio e travas na língua. Sou muito melhor do que meus momentos de descontrole. 
Embora, eu não seja controlável. Eu não sou uma pessoa que se adeque aquilo que chamam de “normal”. Eu sou eu, assim como você é você, cada um com suas características, mas eu, meu caro, muito transparente, muito sincera, nem sempre elegante, mas quase sempre bastante fina. Quase, é claro. Sou autentica, muito longe de ser perfeita. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de julho de 2013.

Um comentário:

  1. muito interessante Claúdia, e parabéns pelos textos, sou a Lia
    lembras? fomos num show juntamente com o Jamil Khoury, segue-me também, beijinhos.

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