Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 23 de julho de 2013

Pra quem sabe ter!

Pra quem sabe ter! 

Se você não tem do que sentir saudade, você não viveu intensamente a sua vida. Você não teve momentos marcantes, não conviveu com pessoas interessantes e legais. 
Você não precisa de melancolia para sentir saudades! Tolo quem pensa que só melancólicos sentem saudade! Já disse alguma letra de musica: “Saudade existe pra quem sabe ter.” 
Logo, não é preciso chorar, parar no tempo, tampouco ignorar as suas conquistas e alegrias do presente para sentir saudade. Sempre tem uma frase que irá lhe lembrar alguém, um presente, uma música, uma comida, um seriado de televisão, um filme, um DVD. 
Sempre existirão sabores que lhe remeterão a determinada experiência. Eu não esqueço o sabor do vinho que tomei antes de acidentar-me uma vez. Se eu sinto falta de ter capotado o carro? Claro que não. 
Eu gosto de me lembrar das pessoas que me cercavam, dos assuntos daquele momento, do meu pai, da estrada, da música que eu ouvia. Se isso me causa tristeza? Também não! 
Eu era feliz e sabia que era. Se eu agi errado foi utilizando o “não muito” que eu sabia naquela época. Na verdade durante todas as fases da minha vida eu sabia que era feliz, assim como soube quando estava no fundo do poço. Não sou o tipo de pessoa que se desconecta de si própria e de seus sentimentos. 
Já estive realizada, já estive no céu e já estive no inferno, já vivenciei os melhores e mais abençoados sentimentos que um ser humano pode sentir e já vivenciei os piores, os mais animalescos e vis sentimentos que assombram a alma humana. 
Já andei com loucos, já fiquei louca, já fiz pessoas felizes, já fui realizada por algumas. Muitas das quais eu magoei sem querer. Magoei com a intenção de ser feliz sem pensar em seus sentimentos. Já fui muito egoísta, mas não posso dizer que me arrependo de ter sido. 
Existe uma razão para tudo nesta vida, até para magoarmos involuntariamente alguém, quando, entre a sua felicidade e a nossa optamos pela nossa. Afinal, do que adianta estar ao lado de quem não amamos por completo, ou achamos que não amamos? 
Enfim, eu tenho muito do que sentir saudade, muitas pessoas, muitas histórias, muitas vivencias. Posso dizer, sem sobra de dúvidas que cada década da minha vida foi tão bem vivida que pode ser multiplicada por dois, o que eu não fiz muito na juventude, fiz quando já estava passando da “hora”: bobagens. 
Porres homéricos, ligações e mensagens estapafúrdias, enfim, errei, vivi e, ainda que tardiamente, passei por todas as fases que um ser humano deve passar para conquistar o seu equilíbrio, ainda que seja cortejando a insanidade. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de julho de 2013.

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