Liberdade e limites

Liberdade e limites 

O grande problema da liberdade que é dada ao outro é o limite que se deve impor a ela. “Se deve”, a forma com que se faz é o que complica a situação, não por isso algumas pessoas se fecham demasiadamente. 

Quando você dá liberdade para alguém brincar com você ou algo parecido, não raras vezes, a pessoa vai ultrapassar o limite que você tem como justo e adequado. 

Nada que um diálogo não resolva, o problema, porém é a forma com que se entabula a conversa “problemática” que emana desta situação. Ser grosseiro não serve, ser sincero fere ao outro. Não adianta, num caso ou noutro, alguém sai descontente. 

Sai machucado, em especial pelo fato de que, para quem ultrapassa o limite da liberdade dada, ele não agiu errado, melhor dizendo, ele não ultrapassou limite algum! 

A questão de limites, como tantas outras, costuma ser de uma subjetividade aberrante. Não é a toa que surgem problemas por causa deste fato. Quem se excede acha que não o fez, quem ouve se avilta. 

Nem um, nem outro estão errados, o fato é que no convívio diário com a outra pessoa é que descobrimos quais são os seus limites, os seus pudores, o seu jeito e o que lhe é aceitável de ouvir ou não. 

Enfim, nada como um dia após o outro (com uma noite no meio) para que tudo se esclareça, para que as pessoas se conheçam melhor e terminem por descobrir o que é “demais” para o outro e não para si. 

 Cláudia de Marchi 

 Sorriso/MT, 06 de julho de 2013