Inocente, mas não burra.
Talvez pelas experiências que eu tive na vida eu devesse ser mais esperta, todavia, o fato é que nunca fui iludida ou enganada por uma pessoa com a qual eu escolhi conviver, normalmente quem tenta me ludibriar não consegue por muito tempo: eu “caio fora”. Sou inocente, não burra.
Logo, é inerente ao meu “eu” acreditar nas pessoas, tal qual a frase do Marquês de Maricá: "Os bons presumem sempre bem dos outros; os maus, pelo contrário, sempre mal; uns e outros dão o que têm."
Não posso ser hipócrita e negar: eu sou uma boa pessoa, sou uma pessoa que só fala o que sente e quando sente, sou uma pessoa capaz de entregar-se, de acreditar no melhor dos outros. Sou uma tola? Talvez, mas inocente. Demasiado inocente e com dificuldades de ver maldade nas coisas e nas pessoas.
O fato é que consigo acreditar, ainda, nos seres humanos, motivo pelo qual ando, cada vez mais, querendo manter-me afastada desta raça, afinal, esta é a melhor forma de evitar a desilusão e o sofrimento, posto que, de regra, ultimamente, quando me dou a conhecer a alguém, ando me desiludindo.
As pessoas não são como eu. Elas são astutas, espertas, enganadoras. Elas falam o que não pensam, confessam sentimentos que não possuem. Boa parte dos indivíduos que conheci, com os quais não entabulei um relacionamento de verdade, são estelionatários afetivos.
Enganam, mentem, dizem que sentem o que nunca sentiram e, quiçá, jamais irão sentir. E uma pessoa de boa-fé como eu, costuma acreditar e, portanto, se desapontar, sofrer, se agoniar e, como diz minha mãe, “passar raiva”. Isso faz mal para a pele!
Talvez eu precise aprender a ser mais esperta, a desconfiar mais do que ouço, mas é impossível introjetar o que não entendo e, simplesmente, eu não compreendo mentiras e traição de confiança, não sei por que elas existem e, porque, num mundo com tantas pessoas espertalhonas e mal-intencionadas os “engambeladores” escolhem as mais inocentes para tentar iludir.
No fundo, eu prefiro manter-me sendo como sou, ainda que, de vez em quando, isso me custe alguma dor. Eu sempre espero que “agora vai ser diferente” e, se acaso não for, tenho certeza que algo em mim mudou: não tenho mais pressa, tenho mais preguiça de conhecer pessoas do que ânimo. Se isso me torna anti-social? Acho que não, mas me impede de sofrer além da conta.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 05 de julho de 2013.
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