Quem sou eu?
Quem sou eu afinal? Essa pergunta sempre me vem à mente quando, por algum motivo a minha inteligência e experiência de vida me desapontam, quando alguém me ludibria, me engana e eu fico me sentindo uma sonsa.
Faço esta pergunta a mim mesma toda vez que me decepciono comigo. Toda vez que confio em quem não merece minha confiança, toda vez que sou ingênua, que acredito na pureza e nas boas intenções das pessoas e elas me decepcionam.
Às vezes chego a pensar que a realidade da minha essência é um mundo paralelo, um mundo habitado só por mim e, não raras vezes, quando tento aproximar alguém dele, acabo me frustrando.
Não sou nenhuma criança, tive experiências duras na vida, nos mais variados aspectos, mas, ainda assim, tenho comigo uma inocência quase infantil, uma inocência tola, mas que eu não consigo tirar do meu gênio.
Eu sou assim, nem a vida, nem as desilusões, nem as lágrimas, nem os anos, nem a idade, nada me fez mudar, logo, resigno-me a ser quem sou: um misto louco de pureza, de uma capacidade enorme de confiar no ser humano e certa inteligência que não se coaduna com o meu hábito de acreditar que os outros são como eu.
Julgo os outros com base nos meus princípios e este é o meu erro. Acredito que quando alguém pede para ser respeitado ele será respeitado, acredito que quando você fala que gosta de alguém e que esta pessoa é especial é porque realmente gosta e pensa isso.
Eu não entendo o engodo, eu não entendo a infidelidade, eu não entendo a galinhagem que rola solta no mundo. Não entendo a vulgaridade, não entendo homens acharem que dinheiro conquista mulher, nem mulheres se venderem porque o cara tem grana. Dinheiro conquista vadias, não mulheres decentes.
Enfim, eu sou uma pessoa de muita boa-fé. Alias, se existe uma palavra que me define é esta. Boa-fé! Eu acredito na bondade humana mesmo vivendo num mundo torto, onde os seres humanos usam as pessoas e cuidam das coisas. É difícil ser como sou. Eu sofro, quebro a cara e não consigo mudar. “People don´t change”, frase do Dr. House, vale para a minha pessoa, afinal por mais que eu queira, por mais que tente, eu não consigo mudar.
Acredito nos seres humanos, acredito na sua bondade, acredito que, como eu, eles também agem de boa-fé nos seus relacionamentos interpessoais, eles não enganam quem lhes dá confiança e consideração. E, assim, me decepciono, choro antes de dormir e, no outro dia, acordo mais conformada e pronta para cometer os mesmos erros.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 14 de julho de 2013.
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