Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Contar algo e “falar sobre”: significativa diferença.

 Contar algo e “falar sobre”: significativa diferença.  

Em que pese, por conta da minha veia de cronista amadora, eu poste bastante nas redes sociais tento não colocar nada com demasiados detalhes a respeito da minha vida, das minhas “vergonhas” e chateações demasiado subjetivas. Não conto meus tropeços no Facebook, se as pessoas acham que estou sendo muito detalhista, e que elas estão tendo a “honra” de saber detalhes a respeito da minha vida, lhes aviso: a situação “presumida” é muito mais complexa!
Enfim, as pessoas é que tem o hábito de subentender demais, de deduzir demais, de achar que porque a gente está falando de amor, levou um fora ou está apaixonado, se a gente tá falando de mentira, foi enganado, se a gente está falando de relacionamento é porque está com problema ou está caindo de amores por alguém.
Sei lá, como uma pessoa que escreve sobre quase tudo relacionado à afetividade, que observa demais, já escrevi sobre desamor quando eu estava amando e sobre amor quando eu estava sem amar ninguém além de eu mesma. Aliás, na Wikipédia, crônica, que é o que eu escrevo e posto no blog e, com o fito de divulga-lo remeto ao Facebook, vem assim conceituada:
“Na literatura e no jornalismo, uma crónica (português europeu) ou crônica (português brasileiro) é uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Possui assim uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem”.
Capiche? Eu retrato algum aspecto do que penso sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre relacionamentos, sobre profissão, sobre quase tudo, enfim, com a intenção de criar afinidades com quem lê, em que pese, por não ser jornalista, o sucesso desta “empreitada” não seja meu objetivo maior.
Filmes me inspiram, artigos em revista me inspiram, conversas com amigos me inspira, meu trabalho me inspira, gente chata também me inspira. (Quem dúvida que a indignação não cause inspiração? Eu sei que causa!) Enfim, o povo faz de um limão várias limonadas. E limonadas azedas, sem açúcar, sem gelo e com água de privada, de preferência.
Falam demais, pensam pouco. Deduzem demais, nos conhecem pouco. Presumem mais do que devem para ter o “gosto” de falar de pessoas que vivem bem suas vidas sem precisarem sentar suas bundas quadradas em frente de um computador para reparar na vida alheia. De regra os que não estão “nem aí” pra nada e para os “críticos” são os criticados. Não por isso a palavra “recalque” ganhou fama nas redes sociais.
Mas, desabafo a parte, eu venho deixar uma sugestão: tente não contar para ninguém os porres que você toma, os tombos que você cai, os beijos que você dá, porque, meu amigo, as pessoas lhe “embebedam” depois que lhe viram tomando Coca-Cola, lhe “derrubam” por terem lhe visto andando de salto alto, lhe “colocam” na cama de quem só pegou na sua mão.
O que não for demasiado sério e sóbrio não merece divulgação, o povo já lhe critica mesmo quando você não faz nada, não lhe dê uma razão para falarem mais e, ainda dizer: “Ele contou isso no Facebook”. Falar nas redes sociais é uma coisa, contar é outra. Contar é algo que se faz para poucas pessoas e, de regra, quando elas são confiáveis.
Conte para sua mãe, para sua amiga, para seu namorado, para seu psicanalista, para sua cabeleireira, até! Mas não conte em redes sociais nada íntimo ou meio “vergonhoso”. Se quiser escrever, discorra sobre um assunto, não especifique demais, não dê “nome aos bois”, não dê, pois, ensejo a incômodos desnecessários, a fofocas tolas, dando detalhes do que lhe ocorre, afinal, como dizem por aí: a imaginação dos outros já é suficientemente difamatória.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 31 de julho de 2014.

Perfeccionista, não perfeita.

Perfeccionista, não perfeita.

Sei lá, desde criança eu sou perfeccionista. Eu chorava quando meus trabalhos da escola não ficavam como eu desejava. Com certeza eu era uma criança um tanto estressante, todavia, minha mãe sempre me compreendeu, afinal quis dar a vida só a uma filha e de mim sempre cobrou excelência. Logo, o meu perfeccionismo chato também proveio do dela.
Na minha família somos todos meio “paranoicos” com essa coisa de fazer “o melhor”. Por algum tempo isso me incomodou, até, claro, tornar-se algo arraigado em mim. Eu não consigo, simplesmente, fazer coisa alguma sem tentar fazer da melhor maneira, fazer de forma excelente.
Claro, já fiz o “razoável”, mas, com certeza, eu tive os meus motivos. Falta de valorização do “meio”, falta de ânimo, de empolgação, enfim, sou perfeccionista, não perfeita. Todavia, a regra é me dedicar ao máximo, doar-me ao máximo em tudo que faço de forma que ver o “mais ou menos” feito me dá urticária.
Deve ser um mal da minha personalidade, mas eu me exijo muito, me cobrou muito e perco o sono quando acho que não estou fazendo o melhor que faço. Isso no meu trabalho, nos meus relacionamentos afetivos e interpessoais, e até na cozinha quando eu resolvo cozinhar. Prefiro não fazer a fazer com pouca “voglia”.
Não exijo o mesmo dos outros, com toda certeza. Aliás, quando eu era criança, para fazer os trabalhos ficarem do meu jeito eu assumia a responsabilidade sozinha por eles, assim na faculdade, em muitos momentos. Todavia, o fato de eu não cobrar dos meus amigos, namorados, colegas ou marido alguma perfeição, não significa que eu não admire quando vejo quem se esforça.
Eu não exijo do outro, mas eu sei observar. Gosto de pessoas obstinadas, de quem não se contenta com relacionamentos “mais ou menos”, com amizade “mais ou menos” vivida e com trabalho “mais ou menos”. Gosto de quem se doa ao máximo, da carreira à cama, para dizer pouco.
Eu gosto de gente que se dedica, porque antes do êxito e da excelência, sempre vem a vontade de ser excelente. Antes do sucesso, antes de ser bom, vem sempre a vontade de ser bom, a vontade de ser ótimo. E eu dou um valor danado pra isso!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 31 de julho de 2014.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Pré-conceitos.

Pré-conceitos.

Somos escravos de nossos próprios preconceitos, ideias preconcebidas e temores. Nossos pré-conceitos nos afastam de pessoas excelentes as quais não nos dignamos a conhecer profundamente em virtude de sua existência e do consequente receio que nossas ideias preconcebidas nos causam.
Apenas espíritos realmente livres descobrem que tentar se desamarrar de ideias preconceituosas é a melhor, se não a única, forma de ser positivamente surpreendido nesta vida. Apenas pessoas maduras sabem que um ser humano é muito mais que uma ou outra característica ou experiência pretérita de vida.
Às vezes, em função de nossos silogismos maldosos acabamos cometendo injustiças homéricas. Pensamos assim “toda pessoa que faz isso é aquilo”. “Fulana fez isso. Logo, fulana é aquilo”. Olvidamos, por completo, que “fulana” é muito mais profunda e complexa do que aquilo que ela fez e, uma conduta descontextualizada da regra da vida dela, não diz muito a seu respeito. Ao menos não tanto quanto nossos pré-conceitos nos fazem crer.
Nós julgamos as pessoas com base numa palavra dita, numa atitude tomada, com base em meras suposições que estão mais inquinadas de “nós” mesmos do que do outro e, apesar disso tudo, nos consideramos “bons” e justos. Ora, por favor! Quando agimos assim estamos sendo arrogantes, injustos e consequentemente maliciosos.
As pessoas são de uma complexidade enorme, portanto não abandone suas ideias, mas fuja de seus pré-conceitos, eles não o ajudam em nada, só lhe tornam hipócrita e solitário. Conheça, depois forme a sua opinião, cuidando para não projetar no outro as suas próprias fraquezas.
E, não se esqueça: opiniões podem mudar. Nada como um dia após o outro nesta vida. Hoje o que ontem lhe pareceu ruim se mostra bom e aquilo que era muito bom se mostra ruim. A vida é dos que vivem intensamente, dos que experimentam, não dos que julgam.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de julho de 2014.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mulher sem homem.

Mulher sem homem.

Se conselho fosse bom a gente vendia né?! E comprava também, mas eu sou metida e gosto de escrever, então eu o faço. Queridas, amor faz bem pra pele, dá brilho nos olhos, é bom, é saudável. Mas, por favor, não abra mão de você mesma e de seus anseios em prol de um relacionamento, em prol de alguém. Isso não rola, não dá certo.
Relacionamentos não são para sempre (embora existam exceções e todos queiram ser uma delas), mas a sua vida é sua para sempre, por outro lado. Então estude, batalhe pela sua independência financeira, seja, pois emocionalmente independente e só se relacione com quem gosta disso em você, só se relacione com quem sabe amar deixando você livre para crescer, para prosperar, do contrário, não convém, não faz bem, não é, na verdade, nem amor.
Valorize a si mesma e a seus sonhos, de forma que se eles ficarem em “cheque” por conta de alguém, você lhe olhe e diga: “Com licença, mas eu tenho muito que fazer por mim.” Amar é legal, mas depender é o fim da picada, na verdade, onde a dependência entra pela porta o amor sai pela janela.
Quando você “precisa” de alguém financeiramente, por exemplo, você se torna seu escravo e escravos não amam, escravos temem e, o que é pior, obedecem. Tenha pouco, ganhe pouco, seja pobre sozinha, mas não dependa de ninguém por mais rico que seja, porque o rico é “ele”, o ego é dele, não seu e, acredite: uma mente que se realiza com o que faz e com a independência que tem, também gera olhos brilhantes e sorriso resplandecente.
Eu tenho plena convicção que estaria muito melhor na minha vida profissional se eu não tivesse abrido mão de parte da carreira em função de alguma grande paixão. Com certeza não dou este “conselho” apenas por conhecimento de “teoria”, mas por experiência de vida.
Logo, não se deixe de lado por maior que seja a sua paixão, a vontade de ficar junto ou próximo de alguém. As pessoas, assim como entram, podem sair das nossas vidas, mas os nossos sonhos e desejos permanecem, não vale a pena se colocar em segundo plano em prol de alguém, o tempo passa, as circunstancias mudam, o amor se esgota, mas as suas necessidades não. Pense em você, sempre e em primeiro lugar.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de julho de 2014.


Remuneração ilógica.

 Remuneração ilógica.

Estava divagando com minha mãe ontem pela manha e falávamos sobre como o estudo é algo pouco valorizado no mundo, no que tange a contraprestação financeira: você estuda anos, se especializa, se especializa de novo e nunca ganhará o que um jogador de futebol, uma atriz, uma modelo ou um apresentador de programa popular ganha num mês.
Se esse povo se dedica às suas respectivas carreiras, não discordo, do contrário não teriam destaque. Acontece que eu me dedico à minha, um professor bom e um neurocirurgião se dedicam às deles e, por mais dinheiro que se ganhe, será pouco perto dos “milhões” que ganham os jogadores citados e demais “artistas”.
Triste realidade, triste mundo, onde ter uma habilidade num esporte, um corpo magérrimo e certo carisma dão mais frutos financeiros do que ficar anos estudando e, para ser bom, continuar estudando o resto da vida. Se dinheiro não é tudo? Com certeza não. Fazer o que se ama vale mais do que milhões, todavia, o povo do esporte, da passarela e da televisão, presume-se, também faça o que amam, logo, a remuneração deveria ser mais “lógica”.
Mamãe e eu concluímos nosso diálogo concordando que, se fossemos os “chefes do Universo”, se fossemos Deus e pudéssemos influir no pensamento das pessoas, faríamos o mundo todo admirar quem se esforça, quem se dedica, quem estuda e, em consequência disso, não seriam os esportistas, modelos, atores e toda espécie de “gente que aparece na tv” tão bem remuneradas.
Tão gritantemente bem remuneradas! Ganhar dinheiro sim, mas não precisa ser um milhão de reais para apresentar um programa de televisão, por exemplo. Como diria o Padre Quevedo: “Isso non ecziste” no “mundo” das minhas ideias, valores e concepções.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de julho de 2014.

sábado, 26 de julho de 2014

Compromisso.

Compromisso.

Eu não sou um exemplo de pessoa calma, de pessoa pacifica. Tento ser, mas nem sempre consigo. O fato é que, “8 ou 80” ou não, eu tenho um compromisso. Compromisso com a minha dignidade, compromisso com a felicidade.
Cheguei a um ponto da vida em que faço questão de ser intolerante com certas coisas, com pessoas falsas, com pessoas intrometidas e que não se dão ao “luxo” de pagar as minhas contas para, assim, poderem me criticar. Enfim, tenho compromisso com a minha dignidade e não aceito que a desrespeitem.
Pego nojo de quem me mente, pego nojo de quem tenta me iludir (sim, na minha idade às pessoas até conseguem, mas por pouco tempo, elas tentam e não logram êxito como querem), pego nojo de quem me critica sem que tenha me conhecido profundamente e termino sendo até meio grossa com quem diz uma coisa e faz outra, com quem tenta fazer de conta que gosta e me ignora noutros aspectos.
Se eu me engano? Sim, muito. Se às vezes eu posso ser injusta? Obviamente, mas sei pedir perdão e também sei que meus equívocos nunca são de tal “seriedade” ou “tamanho” que possam ser imperdoáveis por quem me preza.
A vida ensina que as pessoas demonstram seu prezar quando relevam nossas falhas pequenas e acabam se mostrando desmerecedoras de nosso afeto quando não o fazem. Se você sabe que seu equivoco foi pequeno e singelo, mas o outro age com dureza, compreenda: de errado você passou a certo na conclusão de que a outra pessoa não merece o seu arrependimento.
Em que pese eu pareça ríspida, o fato é que humildade eu tenho e valorizo isso no mundo. Errar e se equivocar é humano, ser incapaz de compreender o outro é desumano. Em que pese, eu não nego, gente mentirosa e falsa eu não quero e nem consigo compreender. Tenho ojeriza, enfim. Pois é, eu sou humilde, mas não sou perfeita.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de julho de 2014. 

Persista.

Persista.

Insista, persista e desista: desista de tudo, desista de todos, menos de seus sonhos, menos das suas metas. O mundo gira, a sorte muda, hoje sonhando, amanha realizando, mas sempre dando o seu melhor, sempre desejando melhorar, sempre se dedicando, sempre se esforçando.
A única coisa que você não deve fazer é deixar de lutar. Não é “quem acredita” que sempre alcança, é quem, acreditando, nunca para, nunca estagna, nunca desiste! É quem, aproveitando as oportunidades que surgem, faz por merecê-las com sua dedicação e responsabilidade.
Sorte? Talvez, tem quem, confesso, aparente ter mais sorte do que juízo, do que inteligência, vocação ou talento, mas contar só com o acaso privilegiado não faz de ninguém um vencedor.
Se a vida lhe ajudar com acasos de sorte e você não souber agir, não persistir na sua meta, no seu sonho, fazendo por merecer as oportunidades que teve, você cai de “posto”, você volta onde estava ou cai mais um pouco.
Nem toda pessoa que persiste tem sorte, mas toda pessoa que se torna vencedora teve garra e soube escolher seus próprios sonhos e suas metas frente a inúmeras situações. Frente a várias oportunidades de deixar seus objetivos de lado em detrimento do que aparentasse ser mais fácil. Ocorre que pessoas talentosas não temem o difícil, elas o enfrentam.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de julho de 2014.

Advocacia séria.

Advocacia séria.

Outro dia uma conhecida, reclamando da imprevisibilidade financeira da advocacia disse: “Azar o meu, quem mandou não gostar de estudar.” Ela se referia que, se gostasse, teria passado num concurso e teria um rendimento fixo e melhor.
Essas afirmações me indignam. Querida, se você não gosta de estudar você vai ser só mais um, vai ser um advogado medíocre. A advocacia exige estudo, pesquisa, leitura constantemente. Se você não gosta de estudar, sei lá, vai trabalhar noutra coisa, vire trabalhadora braçal.
São esses profissionais que dão azo às criticas constantes que a classe de advogados sofre, são os que não se esforçam, os que cobram baratíssimo para fazer um serviço igualmente barato. Sou do tipo perfeccionista e gosto de pessoas assim: o que for que você faça, faça o seu melhor, dê o seu melhor, se entregue, batalhe, procure, busque, seja humilde, peça auxilio, inclusive.
Mas fazer o “meia boca” achando que está abafando, é o fim da picada. Não entre na faculdade de Direito se você não gosta de estudar, de ler, se você é preguiçoso. A advocacia é a “medicina” da vida civil das pessoas, capiche? Você lida com relações, contratos, liberdade, bens, dinheiro, brigas pesarosas que fazem até psicanalista procurar um divã.
 Aliás, é por profissionais incompetentes que a classe que deveria cobrar consultas não cobra, afinal, vigora uma concorrência estúpida construída por quem não valoriza a própria função. A advocacia exercida com seriedade ensina, constrói teses, constrói a base para futuras decisões.
A advocacia medíocre faz com que qualquer concurso para “ficar sentado atrás de uma mesa” pareça atraente, afinal, se matar estudando pra passar em algum concurso é bem mais fácil do que se matar estudando o resto da vida, frente a cada novo caso, a cada nova circunstância, certo? O mundo precisa de advogados estudiosos.
Aliás, de profissionais, de qualquer área, que estudem, que se dediquem, que queiram ser os melhores, porque, sinceramente, querer ser é o primeiro passo pra ser. Faça o seu melhor que o mundo dirá se valeu à pena, nunca esquecendo que é impossível agradar a todos, mas agradando aos inteligentes já está de bom tamanho.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de julho de 2014.


Idiotas e inteligentes.

Idiotas e inteligentes.

Como descobrir que um sujeito está despreparado pra vida e é imaturo? Quando ele cisma com a mulher que o traiu ou que o trocou por outro. Sei lá, deve ser um instinto competitivo, uma coisa de “ego”, mas em meio a um mundo de mulher decente, fiel e honesta o sujeito “encarna” na mulherzinha que lhe deixou num imenso vácuo ou lhe colocou um par de guampas.
E não me diga que é porque a moça é bonita ou sei lá eu o que, porque mulher bonita tem aos montes por aí e, garanto, uma parte considerável não trai quando se apaixona.
A traição ou o pé na bunda nestes casos instigam o rapaz a querer provar que é melhor que o outro, ainda que seja pra própria mulher, além de que, os sujeitos que se “acham” muito gostosos e são deixados, terminam interessados naquela que dispensou sua “gostosura”. Enfim, eu já disse que é uma coisa de ego. “Egos obesos, mentes anoréxicas”.
Pode ser, pois, que a rejeição tenha aumentado a estima do cara pela “traiçoeira”. Ah, mas então a questão é aquela velha e por mim criticável do “gostar do que não possui”? Bem, se for, se o sujeito gosta de mulher que o esnoba, bem, então além de imaturo e despreparado para a vida ele só está seguindo, isto sim, seu instinto de “idiotia” natural.
Homem que é homem minha cara, gosta da conquista, mas só se apaixona quando encontra reciprocidade na pretendida, quando ela retribui, quando ela demonstra carinho. Essa coisa de querer conquistar o inconquistável é tolice, é imbecilidade, como querer desmatar a Amazônia (ato por si só ridículo) com um facão (mais estupido ainda).
Homem que é homem consegue saber, inclusive, quem merece a sua conquista e quem não merece. Enfim, homem inteligente é como mulher inteligente, só que é homem, capiche? E gente inteligente não apoja em vaca morta, se deu, deu, se não deu, vira o disco, vira a página e tenta escolher melhor na próxima vez.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de julho de 2014.

Tacanhos.

Tacanhos.

Francamente, eu não me importo com críticas, com as pessoas que falam mal de mim. Sei lá, eu fico “afetada” quando as minhas tias, a minha melhor amiga ou a minha mãe me criticam. Elas me conhecem bem, sempre estiveram ao meu lado, então suas criticas antes de me magoarem, me fazem pensar.
Agora, o que uma pessoa que conviveu comigo na infância, que não sabe das minhas dores, do meu esforço, das minhas batalhas, dos meus princípios e dos meus valores, fala não me interessa, apenas confirma a minha crença de que as pessoas falam porque têm boca, mais, falam pra se sentirem mais “gente”.
Falam porque precisam se não morrem soterradas pelo tédio de viver uma vida infame e sem graça. Sem coragem, sem brilho, sem realização e, obviamente, sem amor em qualquer de suas formas. As pessoas falam de quem não conhecem profundamente porque suas mentes são medíocres, são tacanhas.
Algumas pessoas falam porque seus interesses colidem com os delas, então elas tentam lhe rebaixar, lhe menosprezar. Triste mundo, triste realidade, pessoas infelizes que, se tivessem consciência do que dizem, lhe telefonariam de longe e diriam ou iriam à sua casa e falariam na sua cara. Gente que fala mal de você para os outros, que não tem coragem de enfrentar um embate justo, além de ridícula é covarde. Enfim, é medíocre em tudo, principalmente nas intenções. 

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de julho de 2014.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Se apegue.

 Se apegue.

Disse a Clarice Lispector: “"Sou apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer." Grande mulher, sabia das coisas. Fia, essa coisa de “praticar o desapego” só vai lhe tornar mais passada do que corrimão de repartição pública! Tome “tento” criatura: escolha, pense, sinta e pense de novo! Enfim, aprenda a escolher a quem se apegar, do contrário, fique apegada a si mesma, afinal, se existe um amor que nunca decepciona é o que você sente por si própria.
Você tem o direito de sentir encantamento, de sentir paixonite ou paixão, tem o direito de sentir atração por alguém, só não tem o direito de se apegar se ele não é “apegável”, enfim, se ele quer só “hoje” e você quer “sequencia”, por exemplo.
Não saia por ai se desapegando das pessoas, simplesmente não se envolva com quem não se apega a você, com quem não lhe conquista. Pra que “desapegar” se você pode não se apegar e escolher bem a quem cria apego? Valorize os bons, não crie vínculo emocional com os outros. Valorize a si mesma. E ponto final!
A questão não é de quem se desapegar, é a quem você deve se apegar. Se a pessoa não é legal, não demonstra que gosta de você, não lhe busca, não lhe agrada, a questão é não se apegar a ela, é sair à francesa.
Priorize o apego. O apego pelas pessoas legais, o apego pelas pessoas sinceras e, principalmente, o apego por quem gosta e valoriza você demonstrando cuidado. É disso que você precisa.
Ah, mas você gostou do sujeito, se apegou a ele e ele não era confiável? Bem, nesse caso desapegue! A questão é não fazer do desapego uma regra, a questão é não sair sem entregando de corpo e coração pra quem não está “nem aí”.
Errar uma vez passa, ficar insistindo nessa do “me apego” e me “desapego” é vadiagem! No outro sentido, capiche? No de ser vadia mesmo! Vá pensar bem e escolher quem merece o seu apego e, neste caso, se apegue.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de julho de 2014.

O lado bom das experiências ruins.

O lado bom das experiências ruins.

O bom de já ter passado por muita coisa na vida é que não é qualquer coisinha simplória que lhe afeta, que lhe modifica, que lhe irrita ou lhe magoa. A vida apimentada com alguns episódios complicados lhe fortifica, fomenta sua impassibilidade diante de coisas fugazes.
Se aos vinte anos você lastimaria algum episódio, aos trinta você coloca um de seus bons vestidos pretos, vai ao salão de beleza, toma uma taça de vinho e liga o “foda-se”. Os benefícios da maturidade são imensos, viva intensamente, cresça e aprenda você também!  
A idade, ou melhor, a maturidade, requer que aprendamos com as experiências que vivemos, do contrário, seremos sessentões imaturos. Então, não tenha medo de viver, não passe a sua vida em brancas nuvens. Arrisque, tente e ouse, se nada der certo, ficará o aprendizado, a sabedoria.
Não brinque de viver, não tenha medo da vida. A vida oferece maravilhosas oportunidades para pessoas destemidas e, se no final os seus intentos não saírem conforme foram planejados, tenha certeza que você terá aprendido algo para fazer melhor na próxima vez.
Logo, depois de algumas experiências ruins não é qualquer situação inconveniente ou incomoda que irá nos roubar a paz de espírito, nos afetar a tranquilidade, nos tirar o sorriso dos lábios. Sabe aquela história de que depois dos 30 você é leoa e não gatinha? Pois é, pense nela, afinal, leões esmagam gatos com uma pata.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de julho de 2014.

Fique só!

Fique só!

Fique só! Ficar só é divertido. Você ouve a música que quer, viaja pra onde bem entende, quando deseja. Você comanda o controle remoto, comanda as suas refeições, os seus horários. Fique só, seja livre, seja feliz consigo mesmo.
Mas, se um dia você conhecer alguém que faça a sua solidão não ser atraente, alguém que deseje muito a sua companhia, alguém que valoriza até as covinhas do seu rosto, então fique com ela. Ao menos tente, se não der certo você já sabe que ficar só é legal, é divertido e, principalmente, não é decepcionante.
Ficar só e ser feliz sozinho são experiências fundamentais. Você nasce sozinho, vive sozinho e morre sozinho. “Ah, mas eu tenho amigos e família.” Meu caro, não é a essa solidão que me refiro. É aquela da reflexão, das situações intimas em que, mesmo cercado de gente, o acerto é seu com sua consciência, capiche?
Ser sozinho é, simplesmente, não depender de outra pessoa. Se você já conviveu com alguém e se frustrou você deve saber, mais do que ninguém, quão válida a solidão pode ser.
Acontece que as situações mudam, a vida nos apresenta pessoas e, de repente, você conhece alguém legal, divertido e interessante, e, principalmente, alguém que deseja mais do que o seu corpo, alguém que quer penetrar no fundo da sua alma, lhe desvendar, lhe cuidar e lhe amar.
Nesse caso, na verdade, apenas nesse caso, vale a pena deixar a sua paz solitária de lado para tentar se aventurar numa relação a dois. Não é qualquer coisinha, não é um relacionamento morno ou descompromissado, mas uma relação com alguém que demonstra que a sua vida é fundamental para a felicidade dele.
Então, sendo assim, arrisque-se. Arrisque ser amado, arrisque dormir na companhia de quem olha com encantamento para você, arrisque demonstrar todo o amor e a pureza que você tem no coração. Se não der certo, você arriscou e foi feliz por algum tempo e, se der, você terá alguém pelo qual valeu a pena abrir mão da sua tranquilidade comodista e solitária.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de julho de 2014. 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Insanidade ou burrice?

Insanidade ou burrice?

Toda vez que leio aquela afirmação de que “pessoas gostam do que não possuem” eu penso que eu sou um animal, não uma pessoa. Ora bolas! É sério isso? Peloamor! Dá pra fazer um adendo na frase e dizer “pessoas idiotas” gostam do que não possuem? Se der, ótimo, daí eu quero “voltar” a ser uma pessoa!
Eu gosto do que eu tenho, gosto de quem gosta de mim, gosto de quem me procura e o meu gostar aumenta na medida em que sou “cuidada” e amada. Eu gosto de quem gosta de mim, do resto eu fujo. Quem não sente a minha falta, quem não demonstra que me quer acaba não sendo mais “quisto” por mim.
Eu não sou uma pessoa nenhum pouco perfeita, pelo contrário, sou um poço sem fim de espontaneidade e transparência quase irritante, mas masoquista, ah, isso não. Pra mim só uma coisa faz o meu gostar, o meu encantamento e a atração que por ventura eu sinta aumentar: a tal da reciprocidade. Isso me ganha! Demonstração de atenção me interessa o resto me repele.
Acho que tive só uma paixão platônica na vida. Eu devia ter 13 ou 12 anos de idade. Era por um dos “gatos” do colégio, o Francisco. Sei lá, ele nem era tão lindo, mas era charmoso e, que nome! Que nome sensacional!
O sujeito nem sabia da minha existência e eu pouco ligava pra atitude esnobe do menino. Quanta Legião Urbana eu ouvi lembrando-me do cara que nunca se lembrou de mim, afinal, nunca nem pensou na minha atrapalhada pessoa.
Só que a vida passa e estou bem longe dos 12 anos. Na verdade, depois daquela fase eu nunca mais gostei de quem não gostou de mim. Sei lá se é um mecanismo de defesa do meu humilde ego ou uma das lições do meu pai: “Só diga que ama se o sujeito dizer primeiro.”
Lição estranha “né, não”? Pois é! Muito, mas dentro de sua estranheza quase cômica e fria, tem uma verdade: só dê atenção pra quem te der atenção. E isso, minha filha, é de uma valia imensa!
Pra que querer quem não te quer, procurar quem não te procura, esperar quem não te espera, porque antes de esperar sairia ao seu “encalço”? Deixa disso! Se não for possível gostar de quem gosta de você, pelo menos, não goste de quem não gosta. Simples!
Não complique a vida, ou melhor, não se complique na vida. Ame-se e ame quem demonstra que lhe ama, goste de quem demonstra que gosta, por palavras e, sobretudo, por atos. Não durma no ponto, se a fase está ruim e ninguém surge na sua vida, fique só, mas não invente de cismar com quem não te dá à mínima, porque, sinceramente, depois da “aborrecência”, isso é insanidade.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de julho de 2014.

Saudável desistência.

Saudável desistência. 

Há muito tempo eu escrevi sobre uma entrevista da desembargadora gaúcha Maria Berenice Dias. Eu era criança quando ela contou que estava no terceiro ou quarto casamento, porque acreditava no amor. Eu a entendo.
Quem acredita no amor e ama a si mesmo, não estagna, não apoja em vaca morta, como diria minha mãe. Sabe a coisa de não ter mais tesão pela mulher, se entediar com o que o marido fala, não ter mais afeto, não cuidar mais do outro, brigar todos os dias? Pois é, quem vive assim está desistindo da própria felicidade.
Já fui casada, já noivei, já morei junto, namorei, obviamente, e todos os meus relacionamentos foram divertidos, foram leves, foram agradáveis. Antes de a pessoa querer mandar em mim e se tornar inconveniente, eu zarpava. Escolhia a solidão como melhor forma de esperar um amor que me completasse melhor.
Fui apaixonada por todos e fui feliz enquanto estive ao seu lado, antes da “coisa” ficar chata, feia e irritante eu escolhia a mim mesma. Não aceito ficar num relacionamento que não me faz bem, que não me faz feliz.
Ser sozinha é simples, é legal, não vale à pena ficar com uma companhia que, ao invés de agregar, estimular e fazer sorrir, irrita, desaponta e faz chorar. Não só de tristeza, mas de raiva! Não, isso não. Eu me recuso.
Aliás, estava pensando outro dia, nesse hábito que as pessoas que estão num relacionamento falido há longa data tem de “lutar” pela relação, “lutar” para o casamento dar certo. Abençoado, entenda uma coisa: se você precisa “lutar” é porque a sua relação foi pro brejo há muito tempo!
Relacionamentos funcionam com base na espontaneidade, no respeito mútuo, no amor e no afeto, quando chega ao ponto de precisar de mil artifícios para conseguir fazer a relação funcionar é, pura e simplesmente, porque ela não funciona mais! E, sinto informar, lâmpada quebrada a gente troca, ficar rezando pra que ela funcione não vai ajudar em nada, pelo contrário, vai fazer você ficar no escuro e desapontado.
É preciso compreender que, assim como as relações tem o momento em que elas devem começar, elas também têm o seu fim. E não adianta posterga-lo, se ele chegou, resigne-se, valorize-se, não aceite ser infeliz ao lado de alguém se é possível ser feliz sozinho e correr o doce risco de encontrar alguém que combine mais com você e fique ao seu lado, enquanto ambos forem felizes, é claro.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de julho de 2014.   

Medíocres

Medíocres

A vida é de quem vai além, de quem se dedica, de quem se esforça, de quem não se contenta com o que está óbvio, mas vai atrás, procura, se informa. A mediocridade não tem vez no mundo de quem quer crescer.
E, o que seria medíocre? O sujeito que acha que o simplório está bom, o sujeito que não pensa a respeito do que faz, que não tenta ser melhor e que, por exemplo, acha que um diploma é suficiente, acha que “lábia” é suficiente para crescer na vida.
Sabe o sujeito que lê e não indaga? Sabe o sujeito que faz o razoável sem se preocupar em fazer o ótimo? Sabe o sujeito “mediano”? Esse cara é medíocre. Acontece que, há algum tempo, a mediocridade não tinha concorrentes. Hoje tem.
Você nunca chegará a lugar nenhum se não desejar aprender mais do que sabe e, mais, se não for atrás disso, se não ler e reler mil vezes o que você faz, por exemplo, para tentar aprimorar.
Meu caro, se você não se esforça, os outros se esforçam e, quando menos você esperar, estará soterrado pela concorrência. Concorrência competente, diga-se de passagem, concorrência que vai além, que pesquisa, que procura, que esgota as possibilidades. Concorrência que estuda!
A melhor definição de medíocre é o sujeito que se contenta com o razoável. Sabe o amante ou a amante medíocre? Tipo aquele que faz o “papai e mamãe”, toda santa noite, todo santo dia? Pois é, este é um amante medíocre. O dia em que você namorar uma pessoa mais ativa, com certeza nunca mais irá deseja-lo na sua cama.
O exemplo é demasiado simplório e estranho, mas ilustra a mediocridade, a falta de vontade de aprender, de agradar ao outro. Todavia, na profissão, agradando ao cliente, por exemplo, você agrada a si mesmo, ao seu bolso, a sua carreira, ao seu futuro. Vá além, deixe a preguiça de lado, nos dias de hoje, gente medíocre não tem vez.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de julho de 2014.   

Advogados e concursados.

Advogados e concursados.

Lembro-me da minha primeira semana de aula na tradicional Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo. Os colegas comentavam a respeito do que desejariam fazer pós-conclusão do curso. A maioria queria concurso, em especial da magistratura e Ministério Público.
Eu, devem se lembrar bem os meus colegas, sempre quis advogar. Em momento algum, por nenhum dia eu pensei em fazer outra coisa. A maioria que queria fazer concurso e entrou na faculdade comigo, no emblemático “ano 2000”, conseguiu o seu intento. E eu o meu.
Mas daí a gente conversa com pessoas leigas, num restaurante, por exemplo, e percebemos que o povo crê que advogado é juiz frustrado. Que o sujeito “tem” que advogar pra depois chegar num “grau” mais elevado. Ledo engano ou infeliz acerto: alguns advogados, realmente não se esforçam, não estudam e acham que a desonestidade é a melhor forma de aferir altos rendimentos.
Alguns sujeitos, desde a minha época, fazem Direito, sem ter noção de onde estão e do que querem. E estes não se tornam nem advogados, nem promotores, nem juízes. Mas existem exceções. Assim como, o povo não sabe o perrengue que advogados competentes enfrentam com magistrados que estudam anos para passar num concurso e, depois, com seu montante fixo por mês, esquecem-se de estudar. Não confunda advogados razoáveis com advogados bons.
A advocacia, meu caro, constrói jurisprudência, constrói teses, constrói o Direito. Juízes julgam com base no que os advogados lhes “levam”, do contrário não fariam nada. Eles são imparciais. É graças aos bons advogados que a tão esperada justiça, que também é muito dissonante das leis, tende a, eventualmente, aparecer em alguns processos. Sem advogado, meu amigo, não existe Justiça, existe arbitrariedade.
Não menospreze o profissional, porque a classe dele está cheia de rábulas, cabe ao povo valorizar os bons. Cabe a você que critica a advocacia separar o joio do trigo dentro dela, sem o preconceito brasileiresco de que só é bom quem é “concursado”. Concursos públicos dão estabilidade, mas só animam e fazem feliz quem passa porque tem amor ao cargo que vai exercer.
Ademais, não olvidemos que bons advogados gostam do risco, dentre os quais aquele de poder ganhar num mês o que um concursado não ganha num ano, em alguns casos, numa vida. Acredite, bons advogados não amargam frustração alguma. Estão aonde estão por vontade própria. Assim como bons juízes, bons promotores e etc.. Competente é o sujeito que faz o que ama, não por necessidade, mas por gosto. Literalmente.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de julho de 2014.   

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Biscate.

Biscate.

“Mulher que gosta de dinheiro acorda cedo e conquista o seu”. O resto que me desculpe, mas é cambada de puta! Não importa se você se vende por uma cifra com dois ou três zeros, não importa se você sai com o cara, porque ele anda com carro importado, não importa se você fica com o sujeito porque ele tem uma profissão rentável, uma fazenda ou um “dr.” antes do nome.
Da mesma forma, não importa se você sacrifica o “amar” pelo se “interessar”, em todos estes casos você está se vendendo. Mudam os valores, muda a situação, mas uma coisa eu tenho pra te dizer: minha cara, você é biscate!
Não entendo essa coisa de querer homem rico se, minha cara, o dinheiro é do sujeito! O carro é dele! A casa é dele! A profissão é dele! Homem esperto, homem que vale a pena não distribui dinheiro, fia!
Ah, mas isso não lhe importa né?! O sujeito pode ser ruim de cama, feio, velho e broxa se ele tiver dinheiro ele é lindo, gostoso, bonito, “maduro” e encantador né?! Da mesma forma o sujeito grosso vira agradável, o arrogante vira humilde, o ansioso vira calmo e o irresponsável vira “centrado”.
Pra biscate o dinheiro é o único valor considerável. E o que é estranho é não querer ser considerada mercadoria. Tenha dó! Se você fica com o cara por causa dos “benefícios” vãos que você acha que terá, não reclame. Aguente tudo ou faça diferente, se valorize, se contente com o que você pode conquistar e se dedique a trabalhar mais. Simples assim!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.

Casamentos e sexo.

Casamentos e sexo.

Pois é meu povo. Relacionamentos felizes também dependem de cumplicidade, companheirismo, respeito mútuo, transparência, lealdade, fidelidade e bom humor. Mas, você não vai nem fazer sexo com uma pessoa que lhe desrespeita, ofende ou incomoda né!? Então! Eu concordo com a pesquisa que diz que casamentos felizes tem no sexo a “chave”. Já tendo sido casada, concordo mais ainda.
O tal do “entre quatro” paredes é um critério de “desempate”, inclusive. Você vai gostar mais de quem, da “querida, simpática e inteligente” que não se dava bem com você entre os lençóis ou da “querida, simpática e inteligente” com quem o colchão efervesce? Dou-lhe uma! Dou-lhe duas! Dou-lhe três! Bem, se você precisou parar para pensar e responder, com certeza deve ser do tipo de pessoa monástica e quase gélida.
A maioria, normal e saudável, privilegia aquela que, dentre tudo, a cama também é boa. Afinal, viver com alguém, dormir com alguém todos os dias, no estilo “amiguinho” é o fim da picada né!? Vamos se valorizar meu povo! Não precisa ir procurar fora se você tem em casa e, se não tem em casa, está com a pessoa a troco de que? Pra postar foto acompanhado e comendo sushi no instagram?
Não vem com essa de que sexo não é tudo, porque qualquer mentecapto sabe disso, se sexo fosse tudo as putas de zona estavam aposentadas recebendo mesada do marido. Acontece que, mesmo sem ser tudo, depois que você escolhe alguém pelo intelecto, por afinidades sentimentais e morais, ele tem grande importância no relacionamento, não tem como negar.
Entre não ser “tudo” e o ser “superável” existe uma grande, uma abismal diferença e distancia. Se for pra ficar com alguém com quem você não curte fazer amor, vai se relacionar por quê? Estado de carência avantajado? Masoquismo? Amor próprio nulo? Só pode, porque, sinceramente, namorar uma pessoa só porque ela é “legal”, não tem cabimento. De gente legal até a internet está cheia!
Se for pra ter uma relação morna e insossa, não case, é mais barato e você ainda fica com uma cama de casal só para você! Casamentos precisam de diversão, de risadas e pra terminar o dia de intimidade agradável, do contrário, bem, do contrário vai ficar casado, pra que? Vai casar pra que? Ache uma amiga, compre um cachorro, um papagaio, um gato e vá ler um livro!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.


Vide pesquisa: http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/sexo-e-a-chave-para-um-casamento-feliz/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super

Não faça pegar nojo.

 Não faça pegar nojo.

Eu tenho certo desprezo por gente que corre atrás de ex. Não importa se você é apaixonado pelo outro, se não é. Se a relação fosse legal e o sentimento fosse mutuo ele não seria o que é. Enfim, seu “ex”!
Acho que pessoas não são caranguejos pra andarem para trás, então, qual é a moral de insistir em procurar uma pessoa que, se lhe quisesse, estaria junto de você? Falta de amor próprio, ausência completa de orgulho ou de vergonha na cara? Sinceramente, não sei. Desconfio que seja um “mix” disso tudo.
Eu sou contra orgulho nas relações afetivas, acho que ele atrapalha a nossa própria felicidade, mas, convenhamos, em dados momentos o orgulho indicia estima por si mesmo.
Sei lá, seu ex-marido está tocando a vida, tentando conhecer novas pessoas, talvez namorando e você se coloca a tentar atrapalhar, usando até os filhos para isso? Minha cara, sinto informar, mas isso é egoísmo, é maldade.
Lutas com armas justas até passam, mas usar crianças para tentar atrapalhar a vida afetiva do “ex” é ridículo, mais, é abjeto, é doentio. Viva e deixe viver. Saia, se arrume, faça plástica, conheça novas pessoas, cuide de si mesma, desista.
Sei lá, faça algo. Deixe o outro de lado, se ele quiser um dia volta atrás. Não jogue, mais, não jogue baixo, não seja ridícula, não faça papelão, se valorize, se respeite, não se torne uma pessoa inconveniente. Enfim, não faça o outro pegar nojo de você, porque, daí sim, ele nunca mais vai lhe querer.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.

Abusos.

Abusos.

As pessoas não abusam da sua boa vontade, elas só usam de forma egoísta a liberdade que você lhes deu. Por favor, menos "vitimismo" e mais atitude. O mundo precisa disso e você, mais ainda.
As pessoas agem, de regra, com base nos limites que você impõe e lhes concede, portanto, antes de queixar-se que alguém está abusando da sua boa vontade, trate de rever os limites impostos.
Acho que alguma vez eu li que “não devemos reclamar do que permitimos”. Essa ideia diz tudo. Você não recebe ligações de pessoas para as quais não deu seu numero, certo?! Então, a “coisa” é por aí.
Se você sorriu para um sujeito que estava lhe paquerando num bar, não reclame quando ele vier conversar com você. Não reclame se ele lhe ligar noutro dia, porque você, semi-alcoolizada e carente, deu o seu numero ao rapaz.
O mesmo serve para filhos, para amigos, para chefes, para namorados, para “ex” qualquer coisa. Se você não impor limites, se você não se impor, as pessoas toscas e egoístas o farão de tapete, onde, se puderem, deitarão em cima.
Ou você muda de atitudes diante de pessoas assim, ou passará a vida inteira refém de seus anseios, de suas expectativas, de seus atos egocêntricos e tolos. Nada justifica uma pessoa ser assim. Talvez, mas uma certeza eu tenho: nada justifica você deixar tais pessoas fazer o que fazem se isso lhe desagrada.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.

O lado bom do amor.

O lado bom do amor.

“O lado bom da vida” e eu: amor à segunda vista. No início me entediei, achei enfadonho o sujeito lindo, mas bipolar, descontrolado e apaixonado pela ex-mulher que o traiu. Não gosto de homens que perdoam traição. Aliás, detesto “cornos” e “cornas” mansos, mas, enfim, o final me conquistou.
O filme e seus detalhes, na verdade, me fizeram pensar e eu gosto disso. Gosto do que me faz pensar, me instiga, me inspira, me anima! De forma tragicômica o filme retrata o “básico” acerca das falhas nos relacionamentos interpessoais: a mania esquizoide que as pessoas têm de ouvir o outro e não senti-lo, não compreendê-lo, mas julgá-lo, criticá-lo e criar conceitos pessoais a respeito de quem não se conhece ou, sequer, se deu ao tempo de conhecer.
Enquanto o outro se abre, conta coisas íntimas a seu respeito, expõe suas fraquezas, nós o julgamos e tentamos resumir a sua vida e conduta em uma palavra, como, no caso, “vadia” e “louco”. 
Sensacional a lição da história. Fora o aspecto importantíssimo a respeito dos “sinais”: sinais que recebemos da conduta alheia acerca do que sentem por nós. Se nos querem bem, se nos querem mal ou, simplesmente, se não nos querem. Tudo é possível depreender destes “sinais” que, com certeza, valem mais do que qualquer palavra terna.
O amor acontece, seguidamente, quando não o esperamos. Amamos quem não esperamos amar, desgostamos de quem poderíamos amar. A imprevisibilidade circunda nossos relacionamentos afetivos.
Acontece que, se existe uma coisa que não devemos fazer é julgar quem se abre conosco. A transparência e a sinceridade devem ser mais valorizadas do que nossos (pré) conceitos pudicos, caretas e moralistas.
As pessoas são muito mais do que aparentam, são muito mais do que seus erros, são muito mais do que seu psiquismo “afetado”, seus transtornos de personalidade ou sua eximia sanidade. As pessoas são o que sentem, o amor que trazem no coração e certa dose de pureza que até cometendo atos impuros elas não deixam de possuir.
Para amar é preciso abster-te de julgar, abster-se de erigir um muro psíquico que faz com que, de cima dele, você aponte as falhas dos outros como se a sua vida, vivencias e experiências fossem exemplares. O filme toca fundo, as cenas são marcantes e a moral é belíssima. Recomendo!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.


Algumas loucuras.

Algumas loucuras.

Eita vida! Mostrando a quem quiser ver que, em dadas situações, só não mudam de ideias, aqueles que não têm ideias para mudar. Os tolos, os hipócritas. Viver é um eterno surpreender-se, em especial e a começar, com você mesmo.
Num dia você é aquele que nunca fez algo, que o tem como impensável. Noutro você entrega-se a circunstâncias excepcionais, e faz. Mais: fica feliz e não se arrepende. A vida é uma caixa de surpresas, onde as melhores estão reservadas aos que não traem seus próprios sentimentos.
As melhores surpresas a vida concede aos que não são, enfim, falsos e hipócritas cheios de opiniões, mas vazios de experiência. Já me disse uma amiga há anos: "Nada como um dia após o outro, com uma boa noite no meio." Com toda certeza, ela tinha razão.
Acontece que exceções são exceções, regras são regras. A moral é você deixar cada uma em seu lugar. Se você tem por hábito agir de determinada maneira, é porque está maneira melhor se afina com a sua personalidade, com os seus pensamentos, enfim.
Acontece que viver não é seguir um trilho reto e uniforme todos os dias, em todas as situações. Às vezes sair fora dele lhe faz sentir-se bem, lhe faz, até mesmo, sentir-se capaz de não ser o que sempre foi, alguém demasiado “correto”, alguém demasiado “perfeito”.
A felicidade não está na perfeição, está na capacidade de sermos nós mesmos, mesmo quando isso represente agir de forma diversa da que sempre agimos. A felicidade está em sermos leais aos nossos momentos e vontades, independente do que o outro espera de nós.
Existem loucuras, enfim, que só conseguimos fazer com muita maturidade, depois de muitas experiências, ainda que totalmente diversas da nossa experiência “maluca” e diferente. E, fazer uma loucura, não significa que tenhamos mudado ou enlouquecido, significa que somos capazes de fazê-la sem nos sentirmos reféns de nada ou de ninguém.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.