Santidade
Sei lá, tem coisas que eu acho muito hipócritas. E
se tem uma coisa que eu não sou é hipócrita. Pago as minhas contas, cumpro meus
compromissos, ajo com responsabilidade, mas também me divirto, tomo cerveja nos
finais de semana, carne gorda nos domingos e pizza toda sexta-feira.
Não falo que sou melhor do que sou, porque,
sinceramente, talvez eu consiga ser pior do que eu mesma imagino: cada
situação, uma retribuição, uma atitude. Aos bons o meu melhor, aos maus o meu
pior e, com muito esforço, alguma indiferença.
Pois bem, não me venha com essa de que só os “perfeitos
podem julgar os outros” ou “só julgue quando você for um exemplo”. A gente
julga os outros sim, eu ao menos faço isso. Só que a grande diferença entre o
julgar ao qual me refiro e o que muitos têm por hábito fazer é a seguinte: eu
me dou ao direito de enxovalhar e criticar quem se mostrou abjeto comigo.
Não deixo de ser educada e afável com alguém por “implicância”.
Quem me fez mal, quem me decepcionou é por mim criticado sim e, garanto, eu não
sou perfeita, mas se você me ver falando mal de alguém, pode ter certeza, os
defeitos de tal pessoa, ao menos, eu não tenho, talvez tenha outros, diferentes,
mas não os dela.
Se me dou ao direito de criticar alguém que me
magoou, é, em primeiro e obvio lugar, porque a pessoa me fez mal, em segundo,
porque ela é diferente de mim e daquilo que tenho como correto. E, voltando,
porque convivi com ela e a conheci!
Agora, “só julgue quando você for perfeito”? Dê-me
licença companheiro, ou você vive no mundo das maravilhas, ou é hipócrita ou
nunca sofreu. De qualquer forma, parabéns! Você tem características que eu não possuo,
por exemplo, essa sua “santidade”. Boring!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de julho de 2014.
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