Perfeccionista, não perfeita.
Sei lá, desde criança eu sou perfeccionista. Eu
chorava quando meus trabalhos da escola não ficavam como eu desejava. Com
certeza eu era uma criança um tanto estressante, todavia, minha mãe sempre me
compreendeu, afinal quis dar a vida só a uma filha e de mim sempre cobrou
excelência. Logo, o meu perfeccionismo chato também proveio do dela.
Na minha família somos todos meio “paranoicos” com
essa coisa de fazer “o melhor”. Por algum tempo isso me incomodou, até, claro,
tornar-se algo arraigado em mim. Eu não consigo, simplesmente, fazer coisa
alguma sem tentar fazer da melhor maneira, fazer de forma excelente.
Claro, já fiz o “razoável”, mas, com certeza, eu
tive os meus motivos. Falta de valorização do “meio”, falta de ânimo, de
empolgação, enfim, sou perfeccionista, não perfeita. Todavia, a regra é me
dedicar ao máximo, doar-me ao máximo em tudo que faço de forma que ver o “mais
ou menos” feito me dá urticária.
Deve ser um mal da minha personalidade, mas eu me
exijo muito, me cobrou muito e perco o sono quando acho que não estou fazendo o
melhor que faço. Isso no meu trabalho, nos meus relacionamentos afetivos e
interpessoais, e até na cozinha quando eu resolvo cozinhar. Prefiro não fazer a
fazer com pouca “voglia”.
Não exijo o mesmo dos outros, com toda certeza.
Aliás, quando eu era criança, para fazer os trabalhos ficarem do meu jeito eu
assumia a responsabilidade sozinha por eles, assim na faculdade, em muitos
momentos. Todavia, o fato de eu não cobrar dos meus amigos, namorados, colegas
ou marido alguma perfeição, não significa que eu não admire quando vejo quem se
esforça.
Eu não exijo do outro, mas eu sei observar. Gosto
de pessoas obstinadas, de quem não se contenta com relacionamentos “mais ou
menos”, com amizade “mais ou menos” vivida e com trabalho “mais ou menos”.
Gosto de quem se doa ao máximo, da carreira à cama, para dizer pouco.
Eu gosto de gente que se dedica, porque antes do
êxito e da excelência, sempre vem a vontade de ser excelente. Antes do sucesso,
antes de ser bom, vem sempre a vontade de ser bom, a vontade de ser ótimo. E eu
dou um valor danado pra isso!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 31 de julho de 2014.
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