Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 1 de julho de 2014

Gente que “ama” demais.

Gente que “ama” demais.

Tem gente que "ama" demais. Sei lá, acho estranho esse povo que num dia está caindo de amores por uma pessoa e no outro já encontrou o "amor da sua vida" que, na visão de muitos e na sua própria lábia, era aquela de "antes".
Francamente se ser "carinhoso" se liga a esse hábito esquizoide de "amar" demais, eu prefiro aquele povo mais bruto, porém sincero. Sabe aquela gente que diz muito pouco "eu te amo", mas quando fala sai da alma? Gosto dela.
"Eu te amo", meu amigo não é "bom dia", você não precisa dizer por educação ou para parecer simpático. Tem coisas que devem sair do fundo do coração, porque você as sente lá, e não da superfície, porque você quer conquistar a confiança de alguém. Ou, enfim, porque você é falso mesmo.
Essa virtualização das relações interpessoais facilita a conduta dessa gente que sente prazer em dizer que ama, mas, por outro lado, sente muito pouco amor. É whatsapp, instagram, facebook e mil outras formas de comunicação fotográfica e escrita.
E isso tudo é um prato cheio para as pessoas olharem pouco nos olhos, pegarem pouco na mão e escreverem toda espécie de discurso meloso para conquistar alguém e se aproveitar da sua carência ou, meramente, de sua boa fé.
Então o cara está lá, num bar, paquerando cada criatura que aparece na frente e mandando “eu te amo” para a mocinha mais difícil que não está na balada. Ou, está em casa, vendo um filme e conversando com várias criaturas que ele “ama” ao mesmo tempo, para ver quem cai na dele.
E, depois de cair, começa aquela história praticamente enjoativa de fotos em redes sociais: “eu e o amor da minha vida”. Até tudo acabar e ele achar um novo “amor” para sua vida. Na realidade, estou numa fase que até o chamar a recém-namorada de “amor” me irrita.
Ora, essa, “amor” não é “querida”, “meu bem”, “meu encanto”, amor é amor e como tal não deve ser dito para chamar alguém que você está, apenas conhecendo. Creio que isso é um “ato falho” de gente que tem gana por amar de verdade, pessoas que, em que pese abusem da carência alheia, são mais carentes do que os outros. Criaturas lamentáveis.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 1º de julho de 2014.

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