Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Ser mãe ou não ser, eis a questão!

Ser mãe ou não ser, eis a questão!

Instinto maternal a parte, resolvi falar que não ter filhos não é nada ruim. Sei lá, as mulheres da minha faixa etária adoram apregoar o beneficio da maternidade, o tamanho do amor que tem por seus filhos que, com certeza, não duvido.
Crianças são de Deus! Mas não ter ninguém que dependa da gente também é legal. Poder trabalhar o quanto queremos, na hora que queremos, fazer o que temos vontade, quando temos, beber o que desejamos, não ter que cuidar de ninguém pode não ser tão “bendito” quanto amar a um filho, mas não se pode dizer que é ruim.
Fazer as unhas, arrumar o cabelo, poder gastar apenas consigo, dormir o quanto desejamos, cuidar apenas de si é divertido, é bom, até mesmo porque, a gente adota bichinhos e devota amor por eles. Ninguém morre por não ter um filho e, não raras vezes, economiza rugas.
Sinceramente? Ser mãe pode ser uma dádiva, mas ter o seu tempo de lazer todo, só para você é bom, muito bom, poder se separar, se divorciar e ir para onde se deseja sem pensar em “pensão alimentícia” de filho também é. Assim como poder fazer amor com o marido onde se bem entende e em qualquer hora é bom demais.
A maternidade é uma prisão afetiva eterna. Agradável, talvez, não duvido, mas ela aprisiona, acho que é por isso que o Cazuza disse que “só as mães são felizes”: ele sabia da hipocrisia social que circunda a maternidade, enfim, pode a mulher deixar de fazer mil coisas por um filho, ela nunca reclama de lhe ter tido. Ela “é” feliz, mesmo que não seja, lá no fundo.
Eu sei que a minha própria mãe abdicou dela mesma por mim, pela minha educação, conforto e bem estar. E ela é o suprassumo da bondade em forma de mãe, o que, se um dia eu me render à maternidade, também quero ser, em que pese não tende a abdicar de tanto quanto ela fez.
Eu nunca ouvi uma mãe dizer “se eu não tivesse o fulano estaria melhor”. Não duvido que mães não devam se arrepender de ter seus filhos, mas eu aposto que, no silencio de suas almas, em um dia muito difícil, elas pensem algo semelhante. A maternidade é divina, mas não torna a mulher uma divindade, uma santa.
Acho uma hipocrisia hedionda, enfim essa coisa que as mulheres mães apregoam a respeito da "perfeição" da maternidade. Nada sempre é maravilhoso, maternidade é um dom e requer muita abdicação. Enfim, assim como as “não mães” não apregoam a "não maternidade" não deveriam conviver com o oposto, porque sinceramente não ser responsável por uma vida é muito bom! É ser livre!
Todavia, cada um faz o que quer com o seu coração, bolso e corpo. Com sua vida, enfim, mas agir como se, no dizer de Cazuza, só as mães fossem felizes é uma besteira inominável. É um discurso bonito, mas a mim não convence.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 03 de julho de 2014.

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