Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Insanidade ou burrice?

Insanidade ou burrice?

Toda vez que leio aquela afirmação de que “pessoas gostam do que não possuem” eu penso que eu sou um animal, não uma pessoa. Ora bolas! É sério isso? Peloamor! Dá pra fazer um adendo na frase e dizer “pessoas idiotas” gostam do que não possuem? Se der, ótimo, daí eu quero “voltar” a ser uma pessoa!
Eu gosto do que eu tenho, gosto de quem gosta de mim, gosto de quem me procura e o meu gostar aumenta na medida em que sou “cuidada” e amada. Eu gosto de quem gosta de mim, do resto eu fujo. Quem não sente a minha falta, quem não demonstra que me quer acaba não sendo mais “quisto” por mim.
Eu não sou uma pessoa nenhum pouco perfeita, pelo contrário, sou um poço sem fim de espontaneidade e transparência quase irritante, mas masoquista, ah, isso não. Pra mim só uma coisa faz o meu gostar, o meu encantamento e a atração que por ventura eu sinta aumentar: a tal da reciprocidade. Isso me ganha! Demonstração de atenção me interessa o resto me repele.
Acho que tive só uma paixão platônica na vida. Eu devia ter 13 ou 12 anos de idade. Era por um dos “gatos” do colégio, o Francisco. Sei lá, ele nem era tão lindo, mas era charmoso e, que nome! Que nome sensacional!
O sujeito nem sabia da minha existência e eu pouco ligava pra atitude esnobe do menino. Quanta Legião Urbana eu ouvi lembrando-me do cara que nunca se lembrou de mim, afinal, nunca nem pensou na minha atrapalhada pessoa.
Só que a vida passa e estou bem longe dos 12 anos. Na verdade, depois daquela fase eu nunca mais gostei de quem não gostou de mim. Sei lá se é um mecanismo de defesa do meu humilde ego ou uma das lições do meu pai: “Só diga que ama se o sujeito dizer primeiro.”
Lição estranha “né, não”? Pois é! Muito, mas dentro de sua estranheza quase cômica e fria, tem uma verdade: só dê atenção pra quem te der atenção. E isso, minha filha, é de uma valia imensa!
Pra que querer quem não te quer, procurar quem não te procura, esperar quem não te espera, porque antes de esperar sairia ao seu “encalço”? Deixa disso! Se não for possível gostar de quem gosta de você, pelo menos, não goste de quem não gosta. Simples!
Não complique a vida, ou melhor, não se complique na vida. Ame-se e ame quem demonstra que lhe ama, goste de quem demonstra que gosta, por palavras e, sobretudo, por atos. Não durma no ponto, se a fase está ruim e ninguém surge na sua vida, fique só, mas não invente de cismar com quem não te dá à mínima, porque, sinceramente, depois da “aborrecência”, isso é insanidade.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de julho de 2014.

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