“Dar a mão”.
Dar a mão não significa "acorrentar uma
alma". Shakespeare disse isso. Dar atenção, carinho ou até o próprio corpo
não significa isso também. Ademais, almas devem ser livres, ninguém as prende.
Mas dar a mão também não significa perder o amor
próprio, a estima por si mesmo, a noção do ridículo, enfim. Depois de algum
tempo e experiências de vida a gente não se perde da gente mesmo, independente
do que aconteça entre nos e outro alguém.
Ou faz por merecer o nosso apreço, ou rompemos
eventuais e ilusórios vínculos. Ser livre é pertencer somente a nós, sem
precisar de nada ou de ninguém. Tampouco de restos, de partes ou de migalhas.
Acontece que existem pessoas que superestimam
certas palavras, certos atos. Se você diz que “gosta” a uma pessoa
despreparada, corre o risco de ela se enaltecer e deixar de tentar lhe
conquistar. E, em não mais conquistando, acaba por lhe perder.
Se você faz sexo com uma pessoa insegura, corre o
risco de fazê-la pensar que está apaixonada por ela. Corre o risco fazê-la se
assustar e de ver naquela situação algo que a motive a se “acomodar”, como se estivéssemos
na década de 40.
Ocorre que nem um “eu te amo” aprisiona. Hoje você
ama, amanha, diante de uma decepção e algumas latas de cerveja, deixa de amar.
Simples, você olha no espelho, gosta do que vê e é àquela imagem que você se
apega!
Nenhum bem querer, nenhum “eu te amo”, nem milhares
de orgasmos prendem uma pessoa à outra. O que cativa são os atos, o respeito, a
valorização, a demonstração de afeto, o resto se perde diante de atos
estranhos, egoístas ou tolos.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de julho de 2014.
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