“Mega solteirice”.
Quase sempre depois que a gente se separa, que a
gente se divorcia temos uma fase de "mega solteirice", em especial
quando não temos filhos para criar e cuidar. São festas, jantares, toda espécie
de bailes e afins que jamais iríamos se não estivéssemos, no mínimo,
"meio" perdidos.
Sei lá, eu até tenho sonhos com essa minha época
que passou há anos. Sonhos não, acho que pesadelos! Muita aparência de
felicidade, de alegria, muitas fotos, muita gente e, por dentro, muita
frustração, muita mágoa, muita tristeza.
De toda forma eram musicas românticas, sertanejas a
torto e a direito, festinhas em casa, reuniões com amigos que eu nem confiava
ou sabia que me prezavam. Era uma fase em que eu “estava”, mas não sentia, eu
sorria, eu ria, mas não estava feliz, não era eu quem comemorava todo final de
semana. Era um resto meu.
Todavia, o tempo passa, a gente dá um jeito de
melhorar e a vida fomenta o nosso amadurecimento que ocorre, comumente, quando
deixamos de lado a necessidade de “fazer de conta”, sofremos com classe e
viramos o jogo.
Hoje em dia até frustração eu amargo de outra
forma! Não sofro como outrora, mas também não preciso de máscaras como antes,
quando a dor era maior e a maturidade menor. Hoje um bom DVD, um pileque
discreto dentro da minha casa, algumas crônicas publicadas, uma conversa com
quem me ama e dedicação ao trabalho resolve tudo. Ou quase tudo.
Sem amigos falsos, sem excessos, sem
"bons" drinks. Uma boa dose de silêncio e reflexão já me é de grande
valia. O tempo passa, a gente muda e, quiçá, o amor seja sentido de outra
forma, se é que era amor mesmo. Desconfio que fosse ilusão e esta, com certeza,
não merece muita atenção, muitos lamentos ou dor.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 05 de julho de 2014.
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