Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Saudável desistência.

Saudável desistência. 

Há muito tempo eu escrevi sobre uma entrevista da desembargadora gaúcha Maria Berenice Dias. Eu era criança quando ela contou que estava no terceiro ou quarto casamento, porque acreditava no amor. Eu a entendo.
Quem acredita no amor e ama a si mesmo, não estagna, não apoja em vaca morta, como diria minha mãe. Sabe a coisa de não ter mais tesão pela mulher, se entediar com o que o marido fala, não ter mais afeto, não cuidar mais do outro, brigar todos os dias? Pois é, quem vive assim está desistindo da própria felicidade.
Já fui casada, já noivei, já morei junto, namorei, obviamente, e todos os meus relacionamentos foram divertidos, foram leves, foram agradáveis. Antes de a pessoa querer mandar em mim e se tornar inconveniente, eu zarpava. Escolhia a solidão como melhor forma de esperar um amor que me completasse melhor.
Fui apaixonada por todos e fui feliz enquanto estive ao seu lado, antes da “coisa” ficar chata, feia e irritante eu escolhia a mim mesma. Não aceito ficar num relacionamento que não me faz bem, que não me faz feliz.
Ser sozinha é simples, é legal, não vale à pena ficar com uma companhia que, ao invés de agregar, estimular e fazer sorrir, irrita, desaponta e faz chorar. Não só de tristeza, mas de raiva! Não, isso não. Eu me recuso.
Aliás, estava pensando outro dia, nesse hábito que as pessoas que estão num relacionamento falido há longa data tem de “lutar” pela relação, “lutar” para o casamento dar certo. Abençoado, entenda uma coisa: se você precisa “lutar” é porque a sua relação foi pro brejo há muito tempo!
Relacionamentos funcionam com base na espontaneidade, no respeito mútuo, no amor e no afeto, quando chega ao ponto de precisar de mil artifícios para conseguir fazer a relação funcionar é, pura e simplesmente, porque ela não funciona mais! E, sinto informar, lâmpada quebrada a gente troca, ficar rezando pra que ela funcione não vai ajudar em nada, pelo contrário, vai fazer você ficar no escuro e desapontado.
É preciso compreender que, assim como as relações tem o momento em que elas devem começar, elas também têm o seu fim. E não adianta posterga-lo, se ele chegou, resigne-se, valorize-se, não aceite ser infeliz ao lado de alguém se é possível ser feliz sozinho e correr o doce risco de encontrar alguém que combine mais com você e fique ao seu lado, enquanto ambos forem felizes, é claro.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de julho de 2014.   

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