Interesseiríssimos.
Tem gente que gosta de você e tem gente que vê
utilidade em você. Você vale, para elas a utilidade que elas lhe atribuem, por
mais tosca que seja. Não se trata de admiração, afinidade, respeito ou simpatia
sincera, mas apenas de uso.
E isso traz a descartabilidade como consequência:
superada a necessidade da sua companhia ou amizade, você fica esquecido.
Lamentável, não?! Todavia, pior que ser usado, é ser tão medíocre a ponto de
cultivar contatos por necessidade, para usar e descartar. Isso, além de feio, me
da pena, muita pena.
Todavia, infelizmente o mundo está cheio de gente “interesseira”
e não apenas no aspecto financeiro, como de regra se pensa ao ouvir esta
palavra. Tem gente que tem interesse na sua amizade com o dono da casa noturna,
pra poder entrar de graça, tem gente que tem interesse no carro que você tem
pra poder sair de carona e ignorar a “lei seca”.
Tem gente que tem interesse em ter um amigo bem
sucedido para fazer de conta que também é, tem gente que tem interesse na
piscina da sua casa pra poder se refrescar de graça, tem gente que tem
interesse na sua fase psicológica ruim pra poder se sentir filosofa, psicóloga e
profeta perto de você.
Amigos, meu caro, a gente conhece tanto na fase
boa, quanto na ruim, mas uma coisa eu garanto: na fase ruim, os que só querem
lhe usar, se tornam, de uma forma psicopática, mais “realizados”. Ver o seu
sofrimento, lhes faz sentir-se mais inteligentes, mais poderosos e,
convenhamos, gente que tem interesse em dizer que tem “muitos” amigos, mas
também precisa de um ego inflado, vão lhe amar quando você estiver por baixo
deles.
Quando estiver bem, nem preciso dizer o que ocorre
com esse povo? Se você tá pagando cerveja, festa, churrasco, eles estão juntos,
quando você virar a cara, eles vão falar mal de você e, de preferência,
atribuir seu sucesso e realização à sorte. “Sorte”, obviamente, que eles não
tiveram.
A conduta de gente que fica perto de você para lhe
usar é asquerosa, todavia, para bom entendedor, meia falsidade basta. A gente
se afasta, toca a vida e aprende a selecionar melhor as companhias, afinal quem
vê nos outros algo útil, só pode ser miserável. Em todos os aspectos,
principalmente no moral, e nós não precisamos de companhias assim. Ai que dó!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 15 de julho de 2014.
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