Diferentes?

Diferentes?

Eu não acho que os opostos se atraiam. Ou melhor, não duvido. No quesito atração tudo se mostra possível. Na minha modesta opinião, porém, os opostos não se mantêm juntos. Uma união duradoura e saudável requer afinidades.

Portanto, quando você ver um casal juntos há anos, em que um dos parceiros lhe parece mau caráter e o outro não, podes crer: este engana melhor. No fundo, ambos são parecidos.

Ninguém fica mais de ano com alguém sem que não se incomode com seu proceder, sem que, sendo diferente, não se desaponte. Os opostos podem se atrair, mas não ficam juntos.

Para manter um relacionamento por longo tempo, tão ou mais importante do que o amor é a “inexistência de irritação”. Sabe aquela coisa de não se irritar com o que o outro faz, fala ou pensa? De ser leve, de haver concordância sincera e uma dose de admiração? Pois é, me refiro a ela.

Quando, no entanto, os parceiros são diferentes, tem “grau” de moralidade diferente, cedo ou tarde, até mesmo assistindo a telejornais, filmes ou seriados eles vão ter embates. Um concorda com o mocinho, outro defende o bandido, um racionaliza a conduta de um, o outro condena.

Não importa quão bom seja o sexo, o quanto o parceiro seja carinhoso e doce, o quanto ele seja rico ou bonito, se, no dia a dia, por conta de diferenças na forma de ver o mundo, começarem a surgir discussões banais, o casal não fica junto por muito tempo.

Detalhe, me refiro a discussões banais como essas de pequenas coisas, mais ainda, obviamente, se o outro comete atos desonestos, trai a confiança da família ou amigos. Daí é fim na certa, a menos, é claro, que um só se faça de “correto” e “justo”, quando, na verdade anui com o proceder do parceiro.

Não adianta, pois, encontrar desculpas. Diferenças de caráter, diferenças de valores, levam qualquer relacionamento à bancarrota. Quando uma relação for duradoura e você achar que os parceiros são demasiado diferentes, pode ter certeza, você está bem equivocado!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 18 de julho de 2014.