As pessoas e seus gostos

As pessoas e seus gostos 

Se você quer mesmo conhecer uma pessoa preste mais atenção as suas predileções do que a qualquer monólogo que ela possa fazer. Os gostos das pessoas dizem mais sobre elas do que um discurso de bilhões de palavras. 

Pelos gostos da pessoa você descobre se ela é psiquicamente equilibrada, se ela é bem humorada, sarcástica, se ela precisa de atenção, de carinho e de cuidado, se ela é carente, confusa, problemática, boemia ou caseira. 

Quando me refiro a predileções falo em sentido amplo: seus autores preferidos, seus programas de televisão favoritos, seus filmes e livros prediletos, os personagens que mais lhes cativam, as celebridades que lhe chamam atenção ou se nenhuma “celebridade” lhe encanta. 

Até mesmo o gosto musical, o ecletismo ou a falta dele, a bebida alcoólica que mais gosta, o local em que mais se sente bem, as comidas favoritas, todas, enfim, as predileções do ser humano dizem quem é a pessoa por trás delas. 

Ocorre que a gente tende a se distrair, a ficar envolto com o que a pessoa fala, com qualquer afinidade que encontramos ou ausência dela e, não raras vezes, nos esquecemos de observar as suas predileções, logo, deixamos de desvendar quem nos desperta o interesse. 

Acabamos, portanto nos envolvendo com alguém muito diferente de nós ou deixamos de ficar ao lado de quem tem afinidades conosco. Se os seres humanos passarem a prestar mais atenção ao que julgam estar nas “entrelinhas” do “eu” alheio, passarão a se decepcionar menos em suas relações. 

Na verdade, de um jeito ou de outro as respostas são sempre visíveis, as diferenças ou semelhanças são, seguidamente, nítidas, basta que atentemos para esta coisa demasiado simples: os gostos alheios ao que se refere a tudo. Absolutamente tudo! 

Cláudia de Marchi 

 Sorriso/MT, 05 de agosto de 2013.