Estranha
Eu sou um ser humano verdadeiramente estranho. Um ser humano que prefere viver sozinho a não ser plenamente feliz acompanhado, porque em mim eu até encontro plenitude, mas nos outros não.
Prefiro viver só, a me decepcionar com as pessoas. Eu não gosto muito de gente. Gosto de poucas e raras pessoas, gosto de poucos gênios, de poucas personalidades e não me torno amiga de ninguém por interesse, logo, conquistar a minha amizade é tão difícil quanto conquistar o meu amor.
Da mesma forma que não me disponho a ser amiga de qualquer um. Acostumei-me a ser só e fico bem assim. Não sou nada perfeita, pelo contrário, eu disse: sou um ser humano estranho, muito estranho!
Extrovertida, sorriso aberto, risada solta, mas de coração quase fechado. Deixo-o assim, porque a maioria das pessoas que conheço não merece fazer morada dentro dele.
E, se eu não posso colocar alguém no meu coração e a ele devotar-lhe minha confiança, meu afeto, minha essência, por que tê-lo em minha vida? Fico só, é mais fácil, é mais tranquilo.
A solidão não tem embates, não tem discussões, não tem uma pessoa exigindo mais do que você pode oferecer, não tem um ser humano desejando que você se torne uma cópia fiel dele, não tem ninguém querendo o braço quando você estende a mão, não tem ninguém usurpando do seu amor e da sua paciência.
A solidão é segura, é limpa, é transparente, não mata, não machuca, não fere, não frustra, não desaponta, nem decepciona. Contrario o poeta e até mesmo minha visão de mundo antiga: é sim, muito possível ser feliz sozinho, embora o amor seja fundamental. Mas, quem disse que os solitários não (se) amam? (É, eu sei, sou a pessoa mais estranha que você e eu conhecemos!).
Cláudia de Marchi
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.