Separados pelo casamento
Bem, eis o nome de um filme que eu sempre achei decepcionante, até que, pela terceira vez eu o vejo, passando num dos canais Telecine e, pela primeira vez, o “sinto” como não “tão” frustrante.
Tal filme retrata a vida de um casal que não esta sem sintonia, que, pela falta de capacidade de ambos em se abrir e dizer, especificamente, o que desejam um do outro deixam sua relação ir à bancarrota.
O filme deveria ser uma comédia, todavia, a meu ver, tem pouquíssimas cenas engraçadas, a maioria é inquinada de uma dose de dor e de desilusão bastante grande. Grande o suficiente para extinguir com qualquer aspecto cômico da trama.
Pelo menos para quem já viveu a experiência de um casamento, para quem sabe as pequenas irritações do dia a dia a dois, para quem já teve a garganta embargada por uma vontade imensa de mandar o outro prestar atenção no que faz e cuidar um pouco mais de si próprio do que exigir cuidados.
Coisas da vida! Só quem vive, experimenta e aprende pode captar a essência do filme. Eu nunca o tinha entendido até casar-me e viver a experiência do “pós-casamento”. Todavia, garanto, o matrimonio não é um drama!
O casamento não separa ninguém, o que separa é o egoísmo, o medo de se entregar, o medo de parecer covarde ou submisso, quando se está agindo, na verdade, com bom senso e afetuosidade.
As pessoas, de regra, têm muito medo de parecerem frágeis, fracas e obedientes em relação às outras, de tal forma, terminam sendo grosseiras, estupidas e descrentes. Falta-lhes autoconfiança para se entregar, para serem elas mesmas, para amarem verdadeiramente.
Ou será que estou errada? Talvez, mas uma coisa é certa, do jeito que as pessoas estão agindo, realizadas no casamento elas não estão sendo, do contrário, não teríamos um alto índice de divórcios em nosso País, isso sem contar a infidelidade que esta no "submundo" de muitos relacionamentos.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 09 de agosto de 2013.
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