“Só Jesus na causa!”
Acho conveniente os pais começarem a apresentar música de qualidade para seus filhos desde cedo, porque se eles "introjetarem" o que dizem as letras de hoje em dia, menino de 10 anos vai querer do pai um carro caríssimo para conquistar a menininha siliconada de 9 anos!
As musicas de hoje retratam o quadro de uma sociedade fútil: falam demais em dinheiro e no que ele pode comprar, incluindo, pessoas, mais especificamente, mulheres.
Transcrevo um exemplo de uma dessas musiquinhas de embalo bom e letra desprezível: “Quem não tem dinheiro é primo primeiro de um cachorro o trem era tão feio que nem sobrava osso pra mim agora eu tô mudado o meu bolso tá cheio mulherada atrás (...)”.
E assim segue a tal de “Vem ni mim Dodge Ram” cujo próprio nome deixa claro: não importa se o cara sabe falar direito, desde que ele tenha uma camionete caríssima (cujo nome ele fala corretamente) e dinheiro na conta, ou, enfim, desde que ele tenha fama.
Como mulher que pensa diferente do que ouve nestas letras e vê no mundo, eu fico indignada perante elas, em especial vendo uma multidão de moças jovens cantando canções como essa como os jovens de outrora cantavam “Que País é este?” da Legião Urbana.
Aliás, antigamente as gerações eram nominadas, logo, fico pensando qual nome levaria a juventude atual: “geração Dodge Ram”? “Geração silicone”? “Geração interesseira”? “Geração cabelos longos e ideias curtas”? “Geração dinheiro no bolso e mulher na cama”? Francamente, eu não sei.
Sei que estas letras vazias de conteúdo que cativam pelo bom “balanço” retratam uma geração de pessoas fúteis que valorizam mais o ter em detrimento do ser, que valoriza mais a beleza e o dinheiro do que a alma e a essência.
São lamentáveis as minhas conclusões quando penso a respeito disso. Assim como acho triste ver um casal junto e cada um mexendo em seus respectivos iphones ou algo assemelhado. A tecnologia esta afastando as pessoas ao invés de uni-las. Num almoço em família é cada um com seus celulares e pouca interação com quem esta por perto.
Logo, faz-se “amizade” com um mundo de pessoas e afasta-se de quem se está próximo e realmente lhe estima. Frise-se que falo de "amizade" entre aspas, "amizades" superficiais. Casais vão dormir e cada um usa seu celular para acessar as redes sociais, curtir e comentar escritos ou fotos de quem não convive com eles.
A geração de hoje tem muito e pouco ao mesmo tempo: tem dinheiro para comprar aparelhos tecnológicos caros, carros e camionetes chiquérrimos, mas não possui sabedoria para lidar com outro ser humano, para conhecê-lo, para lhe dar carinho e atenção.
Preocupa-me o destino do mundo, o exibicionismo, a futilidade humana, a fugacidade dos relacionamentos que são entabulados, a superficialidade das relações humanas. Tem mais gente agradecendo a Deus no Facebook do que indo a um templo orar!
Ocorre que Deus, Jesus Cristo, anjos e santos não acessam a internet (bem, talvez o nosso Papa pop acesse, mas não convém ser egocêntrico a ponto de crer que ele vai olhar o seu mural!), da mesma forma que psicólogos e psiquiatras não prestam serviço por meio desta rede, onde existe uma multidão de gente problemática retratando sua vida e seus problemas abertamente.
Enfim, estamos na geração virtual em que dinheiro vale mais que atenção, carro vale mais que carinho, fama vale mais que amor, silicone nos seios vale mais que um olhar atraente e bondoso, corpo bonito vale mais do que caráter. Esta geração inominável me causa uma ojeriza sem tamanho! Então, parafraseando uma frase que virou “jargão” nas redes sociais, eu digo: “Só Jesus na causa!”.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 05 de agosto de 2013.
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